domingo, 15 de julho de 2012

Japão aciona primeiro reator nuclear desde desastre


Japão aciona primeiro reator nuclear desde desastre

Desde o acidente em Fukushima, os 50 reatores foram sendo desligados

01 de julho de 2012 | 11h 51


Agência Estado
TÓQUIO - O Japão colocou pela primeira vez em operação neste domingo, 01, um reator nuclear desde o desastre nuclear de Fukushima, no ano passado. Desde o acidente, todos os 50 reatores nucleares comerciais do Japão foram sendo gradualmente desligados e há dois meses o Japão deixou de contar com a energia nuclear para abastecer a rede elétrica do país.
Kansai Eletric Power, no Japão - Kyodo/Reuters
Kyodo/Reuters
Kansai Eletric Power, no Japão
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A Kansai Electric Power iniciou a remoção das varas de controle utilizadas para evitar a fissão nuclear do reator principal número 3 em sua usina em Ohi, no leste do Japão, às 22h de sábado em Brasília ou 9h da manhã pelo horário local. A energia começará a ser fornecida até a quarta-feira (4) e o reator atingirá sua capacidade plena quatro dias depois, disse um porta-voz da Kansai Electric.
A volta à operação do reator foi marcada por protestos nas imediações da usina, onde manifestantes gritavam e dançavam. A imprensa local disse que cerca de 650 manifestantes marcharam contra a reativação do reator nas proximidades da prefeitura de Fukui durante o fim de semana e que cerca de 100 tentaram bloquear a entrada principal da usina.
O porta-voz da Kansai Electric disse que o reator número 4 também deve voltar a funcionar este mês, provavelmente no dia 17 e os planos seriam de que estivesse em pleno funcionamento até o dia 24 de julho.
Paralelamente, o jornal Nikkei reportou que um painel composto por representantes do Ministério do Comércio e da Indústria estuda a possibilidade de as maiores empresas de energia do Japão repassarem aos consumidores os custos do acidente nuclear de Fukushima, por meio do aumento das tarifas.
As informações são da Dow Jones.

"São Paulo precisa de calçadão"


15/07/2012 - 03h00

"São Paulo precisa de calçadão", diz pesquisador



ITALO NOGUEIRA
DO RIO

As ruas de São Paulo não deveriam ser usadas exclusivamente para carros, mas também dar acesso seguro a pedestres e ciclistas. O excesso de estacionamentos e a falta de área para pedestres tornam a cidade inviável.
Essa é a análise de Michael Kodransky, 31, gerente de política urbanas do ITDP (sigla de Instituto de Políticas de Transportes e Desenvolvimento, em inglês). Kodransky defende medidas como o fechamento da Times Square, em Nova York, para carros.
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Folha - Como era a Times Square antes das mudanças?
Michael Kodransky - Pesquisas mostravam que a maioria dos que usavam o espaço era pedestre, mas a área era ocupada desproporcionalmente por veículos. A percepção é a de que a Times Square nunca tinha sido uma praça. Era um lugar pelo qual os carros passavam. Agora há um espaço público que reflete melhor o seu nome.

Qual papel os veículos privados deveriam ter na cidade?
Eles são necessários, já que permitem, por exemplo, a entrega de bens. Mas não é preciso permitir que caminhões circulem pela cidade por qualquer motivo. As ruas não têm o mesmo uso o dia inteiro, e eles podem ser equilibrados.

Aqui, o governo diminuiu impostos para carros para aquecer a economia. Como vê isso?
A cidade precisa analisar suas políticas e se há contradições. Se a melhor política é limitar o espaço para estacionamentos, não permitir que a locomoção por carro seja a mais fácil, mas se diminuem os impostos dos carros, há uma contradição.

Como avalia o sistema de transporte de São Paulo?
O espaço para pedestres poderia ser melhor. Há muitas áreas onde não se pode caminhar. É necessário um plano para que haja mais calçadões. As cidades mais bem-sucedidas dão prioridade aos pedestres. São Paulo tem também políticas muito liberais para estacionamentos, o que cria uso ineficiente do espaço. É impossível esse volume de pessoas dirigindo.

A vida do motorista deve ser dificultada?
O real custo em usar carro não é revelado. A diminuição do imposto incentiva seu uso. Mas o verdadeiro custo em dirigir é o congestionamento, o barulho, a poluição... As pessoas tomam decisões com base no que afeta diretamente seu bolso. Quando você sai de casa, pensa no que é mais conveniente. Se você tem um estacionamento no prédio onde trabalha, você provavelmente vai de carro. Especialmente se é barato dirigir.

Cecilia Acioli/Folhapress
Michael Kodransky, 31, gerente de políticas urbanas, para quem ruas devem ser seguras para pedestres e ciclistas
Kodransky, 31, gerente de políticas urbanas, para quem ruas devem ser seguras para pedestres e ciclistas