sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sustentabilidade é uma jornada sem volta


Sustentabilidade é uma jornada sem volta, diz presidente da Acav

Quarta-feira, 11 de Julho de 2012, 08:11:27Economia, Meio Ambiente



A cadeia produtiva da carne – especialmente a de aves e de suínos – representa um importantíssimo segmento da economia brasileira, em especial a catarinense, em termos de produção sustentável de riquezas, geração de empregos e contribuição tributária. Estado e sociedade se beneficiam da avicultura industrial e da suinocultura industrial.
O conceito é formulado pelo presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e também do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de SC (SINDICARNE), Clever Pirola Ávila, ao destacar os benefícios que as agroindústrias proporcionam, protegendo o meio-ambiente num momento em que tornou-se lugar comum atacar a indústria de processamento de carnes no Brasil.

Em que fatos o Sr baseia sua afirmação de que as indústrias da carne são sustentáveis, ecológicas e humanas?

Clever Pirola Ávila – As cadeias produtivas da carne são extremamente avançadas, respeitam e protegem os recursos naturais. A produção a campo é de alta sustentabilidade e obedece a todos os preceitos da legislação ambiental. A produção pelo sistema de integração assegura estabilidade à família rural. As unidades de abate e processamento de aves e suínos operam com sistemas de tratamento de efluentes e não geram resíduos contaminantes. Os trabalhadores das indústrias da carne, de todos os setores, trabalham em condições adequadas, gozam de amplo plano de benefícios e recebem remuneração compatível. A tecnologia empregada nas empresas catarinenses é a mesma das indústrias de processamento de carne dos países mais avançados.

A legislação ambiental é integralmente respeitada pelas indústrias de carne suína e de aves para evitar danos ao ambiente durante o processo de produção?

Clever Ávila – Aplicamos integralmente a Resolução do CONAMA Número 357, o qual define parâmetros ambientais para a Indústria.

As indústrias limitam-se a cumprir a legislação ou vão além. Com programas para reaproveitamento da água e redução do uso de energia?
Clever Ávila – Realmente existem iniciativas que vão além da legislação ambiental pertinente. São sistemas adicionais os quais potabilizam a água novamente para reuso em ambientes específicos. O tratamento é feito com processos biológicos e físico-químicos. Também é possível utilizar os resíduos orgânicos, converte-los em biogás (metano) para posterior transformação em energia térmica e/ou elétrica.

Como são tratados e destinados os insumos menos nobres da matéria-prima cárnica aproveitada no processamento industrial?
Clever Ávila – Nossa indústria trabalha com produtos, co-produtos e subprodutos. Todos eles possuem utilidade no processo produtivo e tem o seu valor comercial relativo, ou seja, procuramos aproveitar tudo o que é gerado na produção. Os músculos são convertidos em cortes nobres e especiais com e sem ossos e podem ainda, adicionalmente, receberem condimentos especiais para se tornarem produtos pré-preparados temperados e/ou ainda receberam processos adicionais para se tornarem produtos industrializados, como pratos prontos, termoprocessados, linguiças, salsichas, mortadelas, salames, presuntos, empanados, etc. Além disso, ,aproveita-se pele, gordura e recortes para industrializações específicas. Os miúdos são comercializados na forma refrigerada ou congelados, como língua, fígado, moela, rins, coração etc. Existem ainda os chamados opoterápicos, que são usados para fins medicinais. Alguns subprodutos como sangue, pelos, penas, vísceras, etc. são convertidos em farinhas e óleos de origem animal. Todos os produtos podem ser comercializados no mercado brasileiro e/ou exportados. Os resíduos orgânicos restantes, podem ser convertidos em biogás e sequencialmente em energia.

A sustentabilidade tornou-se um caminho sem volta para as indústrias em favor de uma gestão mais responsável, ou ainda há muito marketing?
Clever Ávila – A agroindústria já incorporou os aspectos de sustentabilidade e caminha muito próximo a comunidade local, onde estão situadas. Cada vez mais a sociedade está alerta para a gestão responsável e nos cobra ações sustentáveis. Os chamados “stakeholders” – sociedade, acionistas, investidores, fornecedores, clientes, consumidores, ONGs, Universidades – participam de forma ativa e influenciam diretamente a gestão da cadeia produtiva.

O que falta para que as práticas sustentáveis permeiem todos os processos da cadeia produtiva de suínos e aves?
Clever Ávila – Na realidade o setor por si próprio tem aspectos importantes de sustentabilidade. Basta analisar o índice de desenvolvimento humano (IDH) nos municípios que possuem agroindústria e sistemas de integração. São superiores a média brasileira. O sistema oportuniza que empresários rurais de todos os portes, possam exercer sua vocação, agregando valor a cadeia produtiva, convertendo a proteína vegetal em proteína animal. A agroindústria traz tecnologias de ponta – desde a genética, alimentação animal e assistência técnica, colaborando com uma produção cada vez mais sustentável, ou seja, maximizando os recursos usados e produzindo cada vez mais. Na parte ambiental apoiamos a cadeia produtiva na busca de soluções inteligentes, visando o cumprimento da legislação. A sustentabilidade é uma jornada sem volta e sempre há espaço para a introdução de melhorias.
Fonte: MB Comunicação

Qualidade de água de um dos principais mananciais de São Paulo tem rápida deterioração


06/07/2012


Por Elton Alisson



Estudo feito por pesquisadores da USP indica que poluição de rios do reservatório Itupararanga promove graves alterações na represa da região de Sorocaba (divulgação)


Agência FAPESP – O reservatório Itupararanga, localizado na bacia hidrográfica do rio Sorocaba, nas proximidades dos municípios de Votorantim e Ibiúna, desempenha um papel estratégico no abastecimento de água e geração de energia para cidades do interior paulista como Sorocaba, Votorantim e São Roque e na gestão dos recursos hídricos do Estado de São Paulo.
Um Projeto Temático de pesquisa, realizado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da FAPESP, constatou que a qualidade da água do manancial tem sofrido alterações significativas, causadas pelo avançado estado de degradação de alguns de seus afluentes. Isso, de acordo com os pesquisadores, pode interferir no abastecimento de água dos municípios da região.
“Observamos que a qualidade da água do manancial vem se deteriorando rapidamente, o que é um problema grave uma vez que se trata de um reservatório estratégico para o abastecimento dos municípios da região de Sorocaba”, disse Maria do Carmo Calijuri, professora da EESC e coordenadora do projeto à Agência FAPESP.
Na pesquisa, o grupo compartimentalizou o reservatório, construído pela empresa de geração e transmissão de energia Light em 1911, e realizou coletas de amostras de água para identificar quais os organismos e compostos estão presentes no manancial.
As análises das amostras revelaram a existência de comunidades de macrófitas – plantas aquáticas indicadoras de poluição – principalmente nos braços alimentados pelos córregos do Paruru, Ressaca e Campo Verde, situados próximos aos municípios de Ibiúna e Piedade.
Segundo os pesquisadores, esses braços (desembocaduras) do reservatório recebem grande quantidade de esgoto doméstico. Dessa forma, tornam-se os maiores contribuidores para a deterioração da qualidade da água da represa, juntamente com os rios Sorocamirim e Sorocabuçu, que são os principais formadores do reservatório e também causam impactos negativos no manancial.
“A água desses braços, que é misturada e entra aos poucos no reservatório, está apresentando uma carga muito grande de poluentes. A mistura da água no corpo central e os processos naturais de depuração contribuem para a melhoria da qualidade da água da represa, como um todo. Mas alguns braços estão muito comprometidos”, disse Calijuri.
A constatação de pesquisa de que os braços do reservatório são atualmente os maiores contribuintes do estado de poluição da represa contraria a falsa percepção que havia até então de que as áreas no entorno da represa seriam as grandes responsáveis pela poluição do manancial.
Uma das margens do reservatório ainda está preservada com mata nativa. A outra margem foi ocupada por propriedades rurais, onde se cultivam verduras, milho, morango, cebola, batata e tomate, além de haver algumas áreas de pastagem.
Entretanto, segundo a pesquisa, a maior parte da carga de poluentes que entra no reservatório vem dos afluentes da represa, onde se concentram indústrias de diversos setores, além de condomínios residenciais, chácaras e casas de veraneio, que despejam esgoto in natura diretamente nos rios e córregos, sem tratamento adequado.
“A carga pesada de poluentes que entra no reservatório vem dos rios tributários da represa. Não que a carga difusa de poluentes gerados pela atividade agrícola que entra na represa não contribua para sua deterioração, mas a carga pontual de poluentes dos afluentes é que modifica muito rapidamente a qualidade da água do reservatório”, afirmou Calijuri.
Gestão integrada dos recursos hídricos
Os resultados do estudo até o momento revelam que o reservatório apresenta um estado mesotrófico – com cargas de fósforo e nitrogênio que terão implicações na qualidade da água, aumento da produtividade primária e ocorrência de florações de fitoplâncton (algas) potencialmente tóxicas, inviabilizando os múltiplos usos do reservatório.
De acordo com Calijuri, os resultados parciais do estudo, que indicam a deterioração da qualidade da água do reservatório Itupararanga, podem contribuir para a gestão integrada dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Sorocaba.
“O manejo adequado das microbacias existentes contribuirá para melhorar a qualidade da água do reservatório”, disse Calijuri.
O reservatório é utilizado para abastecimento de água dos municípios de Votorantim e Sorocaba, e sua área de drenagem abrange as cidades de Alumínio, Cotia, Ibiúna, Mairinque, Piedade, São Roque, Vargem Grande Paulista e Votorantim. 

Férias sustentáveis


Quarta, 11 Julho 2012 15:29    Última modificação em Quarta, 11 Julho 2012 16:25|
Feira de Trocas de Brinquedos promovida pelo Instituto Alana no Parque do Ibirapuera



João Lacerda/ Instituto AlanaFeira de Trocas de Brinquedos promovida pelo Instituto Alana no Parque do Ibirapuera

MMA faz campanha para reforçar a relação entre consumo e meio ambiente, alertando para os danos que o modo de vida da população já causou ao planeta. Alvo são as crianças e os adolescentes.


Letícia Verdi


Como divertir as crianças sem ter que comprar um brinquedo novo ou levá-las a um parque de diversões ou a um shopping? Para muitos pais, trata-se de um dilema. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Instituto Alana, tem dicas para fugir de programas caros para o bolso e para o meio ambiente. A parceira do MMA neste projeto é uma organização sem fins lucrativos que, entre outras atribuições, desenvolve atividades em prol da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes relacionadas a relações de consumo em geral.

Neste mês de férias,quando as crianças têm mais tempo livre e os pais precisam entretê-las, cabe uma reflexão sobre o tema. O esforço de ambos resultará em um exemplar da série Cadernos de Consumo Sustentável, sobre a importância de proteger a infância dos apelos da publicidade e do consumo de massa, a ser lançado ainda este ano. "A educação deve estar não só nas escolas, também na mídia e nas ruas", afirmou a gerente de projetos da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Fernanda Daltro.


OBESIDADE


Segundo estudos da ONG parceira do MMA, o consumo exacerbado, da forma como está hoje, gera aumento de resíduos no meio ambiente, por um lado, e obesidade infantil, por outro. Além disso, diminui as brincadeiras criativas, leva a uma erotização antes da hora e à "adultização" da infância e incentiva o consumo precoce de álcool e tabaco, o que gera violência e estresse familiar.

Para o MMA, as crianças devem ser orientadas desde pequenas para os valores da sustentabilidade, que representam a preocupação da humanidade com a qualidade de vida no planeta. Os atuais modelos de produção e consumo em massa exaurem os recursos naturais, poluem o ar e água e geram montanhas de lixo.

"Se as crianças aprenderem a consumir de maneira sustentável, serão importantes transformadores sociais", destaca Fernanda Daltro. A publicação também aborda a publicidade dos alimentos direcionados ao público infantil. As propagandas vendem esses alimentos de forma divertida, com personagens de TV estampados nas embalagens, mas pouco ou nada nutritivos, ricos em açúcar, gordura hidrogenada e conservantes.

As embalagens jogadas no lixo geram um acúmulo de plástico que impactam o meio ambiente. Segundo alertam o Instituto Alana e o MMA, não temos garantias de que o brinquedo distribuído junto com o lanche infantil nos fast foods tenha sido produzido com respeito às legislações ambiental e do trabalho.


COMO PROCEDER


  • Ocupar espaços públicos como praças e parques: estar ao ar livre, ter espaço para correr livremente, tudo isso é fundamental para a saúde física e mental da criança. Incentiva a socialização e o cuidado pelo bem que é de todos.

  • Trocar ao invés de comprar: economiza e desenvolve o senso de comunidade. Um brinquedo que não tem mais graça para uma criança pode ter para outra. Essa atitude gera menos resíduo e gasta menos energia.
  • "Ganhou um, doou outro": para cada coisa nova que a criança ganha, ela doa uma que já tenha. As férias são um ótimo momento para fazer uma "limpa" no armário e nas estantes. A semana do aniversário da criança também é uma boa data. Estimula o desapego e o não materialismo, além de educar para a solidariedade.

  • Estar em contato com a natureza: tudo no meio natural desperta a curiosidade das crianças, desde o caminho das formigas até o desabrochar de uma flor, as frutas nas árvores, o curso de um rio caindo pela cachoeira. O contato com a natureza é e sempre foi prazeroso e fundamental para o espírito humano.


NÚMEROS


  • 4, 5 horas por dia é a média de tempo que as crianças brasileiras passam tempo em frente à televisão. Esse hábito consome energia elétrica, aumenta o sedentarismo e contribui para o consumismo.

  • 64% dos anúncios televisivos às vésperas do Dia das Crianças de 2011 eram direcionados às crianças (fontes: Universidade Federal do Espírito Santo e Instituto Alana)

  • 15% da população infantil estão obesos, segundo o IBGE. De 1977 para cá, esse percentual dobrou. O motivo: aumento do consumo dos alimentos industrializados, saborosos mas pobres em nutrientes.

  • 62% dos adolescentes brasileiros são expostos todos os dias à publicidade de bebidas alcoólicas. Entre 12 e 14, os adolescentes começam a consumir bebidas alcoólicas no Brasil (fonte: Unifesp, 2009)

Venda de créditos de carbono rende cerca de R$ 4,5 milhões