terça-feira, 19 de junho de 2012

O espírito do voluntariado vive na Rio+20


Envolverde Rio + 20
19/6/2012 - 11h00





por Thalif Deen, da IPS
Chamada69 O espírito do voluntariado vive na Rio+20
Nações Unidas, 19/6/2012– Quando começar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre os estimados 60 mil participantes não estarão apenas líderes mundiais, delegados governamentais e pessoal da Organização das Nações Unidas (ONU), mas também uma ampla gama de ativistas de todos os cantos do planeta.

A ONU constatou que haverá uma forte presença de agricultores, empresários, sindicalistas, consumidores, estudantes, indígenas, religiosos, acadêmicos, representantes de organizações não governamentais e jornalistas. E também haverá mais de mil voluntários proporcionando seus serviços praticamente grátis por intermédio da agência UN Volunteers (UNV).
Administrada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a UNV reúne e mobiliza voluntários em esforços de desenvolvimento. Anualmente, cerca de 7.500 homens e mulheres qualificados, de aproximadamente 160 nacionalidades, servem como voluntários da ONU em 130 países. Em entrevista à IPS, a coordenadora executiva da UNV, Flavia Pansieri, expressou a satisfação da agência em poder colaborar com a Rio+20. Por meio deste projeto de inclusão, cerca de 1.500 voluntários das comunidades menos favorecidas e de universidades ajudarão na organização da conferência, informou.
IPS: Quais progressos conseguiu sua campanha de voluntariado com relação ao desenvolvimento sustentável?
Flavia Pansieri: Desde seu lançamento, em abril, a campanha “A ação voluntária conta” teve enorme êxito, com mais de mil histórias de voluntariado enviadas e mais de 63 milhões de ações voluntárias registradas até agora em seu site. A campanha estimula as pessoas e as organizações a compartilharem suas contribuições voluntárias com o desenvolvimento sustentável enviando suas histórias para o site. Estas são divididas em várias categorias, desde luta contra a pobreza e a fome e o fortalecimento das comunidades, até esforços para melhorar a resistência e a preparação diante de desastres naturais e a proteção do meio ambiente. As histórias são apresentadas no site, e cada ação de voluntariado vai sendo somada em um contador na página. Em Moçambique, por exemplo, mais de 700 voluntários se mobilizaram, por meio de uma iniciativa de uma organização internacional com sede na Grã-Bretanha, para apoiar as pessoas com HIV/aids. Entre outras coisas, os voluntários trabalham em hortas que fornecem alimentos e plantas medicinais às pessoas com HIV (vírus da deficiência imunológica humana, causadora da aids). Na Estônia, com a campanha “Façamos”, 50 mil voluntários limparam todo o país de lixo ilegal em apenas cinco horas, coletando dez mil toneladas de resíduos. Na China, Índia, Indonésia, Filipinas e Tailândia cerca de cinco mil jovens voluntários da organização Habitat para a Humanidade colocaram tijolos, prepararam cimento e usaram seus martelos para ajudar mais de 500 famílias em apenas um dia.
IPS: O quanto é exitoso o conceito de voluntariado no sistema das Nações Unidas?
FP: Em 2011, mais de 7.300 integrantes da UNV trabalharam pela paz e pelo desenvolvimento dentro do Pnud e de outras agências da ONU em todo o mundo, ajudando as pessoas a levarem vidas mais produtivas e satisfatórias por meio de educação de qualidade e melhor atenção médica, ou garantindo acesso equitativo a recursos e práticas sustentáveis. Até agora, mais de 14 mil voluntários participaram em mais de 40 operações de manutenção e construção de paz diferentes. Atualmente, mais de 2.400 voluntários apoiam as 17 operações de paz da ONU. Trabalham em mais de 120 tipos de funções, desde conselheiros em matéria de direitos humanos até administradores de abastecimento, observadores eleitorais e assessores de imprensa.
IPS: Qual a dificuldade em encontrar voluntários no contexto da crise financeira global?
FP: O voluntariado é uma fonte fundamental de fortaleza comunitária e de capacidade de resistência em todas as sociedades do mundo. O voluntariado se expressa por meio de uma ampla gama de atividades, incluindo formas tradicionais de ajuda mútua, prestação formal de serviços e realização de campanhas e ativismo, bem como outras formas de participação civil.
IPS: Os voluntários recebem compensação de alguma forma? Como a UNV é financiada?
FP: O benefício fundamental de integrar a UNV é a satisfação pessoal que proporciona o trabalho voluntário para os que dela participam, pois conseguem um impacto positivo na paz e no desenvolvimento. Os participantes são apoiados de diversas maneiras, como subsídios ou seguro médico e de vida pela UNV, uma organização que recebe contribuições voluntárias de doadores e países sócios. Envolverde/IPS
(IPS) 

O Brasil e a liderança necessária na Rio+20


Envolverde Rio + 20
19/6/2012 - 10h30

http://envolverde.com.br/noticias/o-brasil-e-lideranca-necessaria-na-rio20/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=19


por Marcelo Furtado *
Rio de Janeiro, Brasil, 18/06/2012 (TerraViva) A ascensão do Brasil e de outras economias emergentes é uma das grandes mudanças desde a Eco 92. Com o poder vem a responsabilidade.
Ao invés de paralisia política e ainda mais conversa, há vários desafios econômicos, sociais e ambientais que exigem a tomada de importantes decisões este mês no Rio de Janeiro. Por muito tempo, os líderes governamentais e empresariais têm lidado com os problemas econômicos de uma forma antiquada, como por exemplo, financiar setores “business as usual” (negócios feitos de forma usual/costumeira) – políticas que apenas provocaram uma maior agitação social e ambiental.
Chamada510 O Brasil e a liderança necessária na Rio+20
Mas houve uma mudança global no poder desde o encontro dos governos para a Eco 92 há 20 anos. Países como Brasil, China, Índia e África do Sul (os países BRICS) ganharam poder econômico e político nos últimos 20 anos – um desenvolvimento que oferece esperança de mudança política global.

Embora a pobreza ainda exista, os BRICS estão, em muitos aspectos, melhores do que seus colegas “altamente industrializados”: há uma grande taxa de desemprego é em Madrid e grande oferta de emprego em São Paulo. Uma recessão se instala na Grã-Bretanha, enquanto a China continua a crescer. Os  BRICS estão agora solicitando mais influência política onde o poder mundial é discutido – e eles têm o direito de fazê-lo.
Entre essas novas potências econômicas, o Brasil ocupa um lugar especial. Talvez nenhum outro país no mundo tenha os meios – a estabilidade financeira, uma democracia madura e os ativos ambientais corretos – para prover um caminho de sustentabilidade e prosperidade.
Nesta nova ordem mundial, porém, países como o Brasil não podem apenas exigir ações do resto do mundo. Ele também deve responder à pergunta sobre o que o mundo pode esperar do Brasil. Com o poder vem a responsabilidade. Fundamentalmente, o Brasil exemplifica o dilema com o qual estamos todos nos confrontando: o desenvolvimento econômico versus a sustentabilidade.
Em 2012, o Brasil tornou-se a sexta maior economia do mundo e, por grande parte da década passada, foi corretamente elogiado como um líder global no desenvolvimento sustentável para simultaneamente reduzir o desmatamento e ainda reduzir a lacuna entre os ricos e os pobres.
Estas conquistas, no entanto, estão sob ameaça. Em maio, a presidente Dilma Rousseff falhou ao não vetar totalmente a lei do novo Código Florestal, que oferece anistia aos criminosos florestais e reabre a Amazônia para a destruição.
Quase 80% dos brasileiros se opuseram às prejudiciais mudanças do Código Florestal e cidadãos do Brasil e ao redor do mundo pediram a Dilma Rousseff para vetar a totalidade da lei e se comprometer a atingir o desmatamento zero na Amazônia até 2015. Ela não fez nenhuma dessas coisas.
Esta não foi é a liderança que o Brasil deveria estar mostrando. Durante a Rio+20, o Greenpeace chamará as pessoas do Brasil para fazer o seu pedido pelo Desmatamento Zero em voz tão alta que a presidente Dilma Rousseff terá que concordar.
Outra área em que o Brasil ainda pode mostrar liderança está nas decisões que toma em relação às reservas de petróleo do país na próxima década. Se o Brasil for em frente com seu desenvolvimento planejado para o petróleo do pré-sal, estará entre os cinco maiores produtores de petróleo do mundo em 2020, com emissões relacionadas ao petróleo ao mesmo nível daquelas que hoje são provenientes do desmatamento.
Atualmente, a matriz energética do Brasil – embora longe de ser perfeita dada a sua dependência de grandes hidrelétricas e energia nuclear – é uma das menos intensivas em carbono no mundo.
Portanto, se o país for investir o dinheiro que atualmente vai para desmatamento e exploração de petróleo em desmatamento zero e em uma revolução de energia renovável, poderia fornecer energia limpa para todos, ter uma floresta Amazônica próspera e empregos verdes decentes. Isso seria a verdadeira liderança – a liderança que o mundo precisa ver.
Como brasileiro, espero que o meu país cumpra sua responsabilidade global na Rio +20. Como anfitrião da cúpula, o Brasil não deve se esconder por trás da dificuldade de alcançar um consenso global, mas sim tomar a iniciativa de mostrar ao mundo que uma economia justa, limpa e verde é possível.
O mundo que queremos é possível, e o Brasil pode mostrar a liderança que precisamos para fazer isso acontecer.
Marcelo Furtado é Diretor Executivo do Greenpeace Brasil.
** Publicado originalmente no site TerraViva.

Chamado na chincha:"Os ministros não vêm aqui para beber caipirinha e sentar na praia; eles vêm aqui para solucionar problemas e elevar o nível de ambição da conferência"...


Entrega do texto final da Rio+20 é adiada após intensas negociações

Países e ONGs atacam pressão brasileira para fechar documento final antes de cúpula

18 de junho de 2012 | 22h 30


Herton Escobar e Giovana Girardi, enviados especiais ao Rio
Atualizado às 7h02
RIO - Foi adiada para a manhã desta terça-feira, 19, a entrega do documento da Rio+20. Às 2h20 desta madrugada, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, informou aos delegados dos países que o novo rascunho, após a entrega, passará por avaliação em plenária às 10h30. A União Europeia é a delegação mais descontente com o desenrolar das negociações. As informações são da Rádio CBN.
A pressão do Brasil para tentar fechar o documento da Rio+20 antes da reunião de chefes de Estado, que começa amanhã, causou uma enorme insatisfação entre países da União Europeia. Após intensas negociações e a convocação, já no início desta madrugada, de uma plenária que supostamente votaria o texto final da conferência, o mais alto comissário europeu sobre os temas em discussão se mostrou atordoado com o ritmo do processo comandado pelo Brasil.
À imprensa que aguardava na frente do auditório, ele disse que sequer sabia para que tinha sido convocada a plenária. "Não queremos colocar prazo final nas negociações. Vamos discutir o quanto for necessário para ter um texto melhor. Nossa prioridade não é tempo, é conteúdo", disse Janez Potocnik, comissário europeu para o meio ambiente.
A proposta alternativa seria manter o texto em aberto para ser debatido na cúpula de alto nível, com o envolvimento de ministros e chefes Estado. Mais cedo, uma representante da delegação havia explicado o tamanho do problema. "Estamos bastante frustrados com a falta de ambição e de progresso no documento. Mas não desistimos, vamos continuar forçando para ter algo mais concreto", disse ao Estado. "Ouvimos outros grupos, entre eles a sociedade civil, e a impressão que temos é que há um grande distanciamento entre o que o mundo quer e o que o documento está mostrando."
Queixas. Os europeus se ressentem principalmente da falta de objetivos e metas que eles pedem desde o começo das negociações em áreas como energia, água e eficiência no uso dos recursos. Os temas, dizem os delegados, até aparecem no texto, mas não há objetivos concretos. "Fala-se em energia sustentável para todos, mas como, quando?", questionou a representante europeia. Mesmo que não seja possível colocar agora números sobre metas específicas, segundo ela, o documento deveria trazer, ao menos, um direcionamento mais específico sobre elas.
No caso dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), por exemplo, o texto lança um processo de negociação sobre eles, mas não faz referência a nenhum tema específico que deverá ser tratado. O Brasil, porém, estava esperançoso. "Estamos absolutamente certos de que o documento será fechado hoje (ontem) à noite", dizia o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, chefe da delegação brasileira, em entrevista no fim da tarde.
Com relação ao desejo dos europeus de estender a discussão, comentou: "O que disse para nossos colegas é que, se compararmos a um jogo de futebol, o tempo regulamentar (das negociações) terminou com o fim do comitê preparatório (reuniões que ocorreram entre os dias 13 e 16). Agora estamos na prorrogação e ela nunca tem um tempo mais longo que o jogo propriamente dito. Há um limite de tempo, temos de fechar o texto antes da chegada dos chefes de Estado."
Ambição. Ambientalistas também criticaram a postura brasileira. "Os ministros não vêm aqui para beber caipirinha e sentar na praia; eles vêm aqui para solucionar problemas e elevar o nível de ambição da conferência", disse a coordenadora de Políticas Climáticas do Greenpeace, Tove Maria Ryding. "Esse texto é pior do que poderíamos imaginar. Essa é a hora de o Brasil mostrar liderança, reintroduzir ambição no texto e dar aos ministros uma chance de discuti-lo", afirmou Tove.
Cerca de cem chefes de Estado são esperados para a cúpula de alto nível, que começa amanhã e termina na sexta-feira, encerrando a Rio+20. Rubens Born, da ONG Vitae Civilis, também criticou o que chamou de "tentativa desesperada" dos diplomatas brasileiros de finalizar o documento antes disso.
O texto em questão foi apresentado pela diplomacia brasileira no sábado, como uma tentativa de conciliar posições e acelerar as negociações, que vinham em ritmo lento até então. Ao buscar esse consenso, porém, acabou retirando ou reduzindo a ambição de vários pontos de conflito que eram considerados essenciais para um resultado forte da conferência, especialmente em questões relacionadas ao comprometimento econômico e político dos países ricos com o desenvolvimento sustentável do planeta. "O que vai pegar é quem vai pagar a conta", resumiu ao [BOLD]Estado [/BOLD]um diplomata brasileiro. O texto fala sobre uma série de compromissos, mas não estipula nenhuma obrigação ou prazo específico para resolvê-los.
Em coletiva à imprensa, representantes da ONU afirmaram que, também para a organização, a aprovação do texto brasileiro seria um resultado forte. "O documento representa um passo de mudança para o desenvolvimento sustentável", disse Nikhil Seth, chefe do escritório do secretariado da Rio+20. As decisões da Organização das Nações Unidas têm de ser tomadas por consenso, com a anuência dos 193 países-membros envolvidos na negociação. "Na tradição da ONU, dizemos que um consenso em que todo mundo está igualmente infeliz é um bom consenso. É o denominador comum. No início, grupos tinham mais ambições, posições mais extremas, mas depois todo mundo tem de ceder", disse Nikhil Chandavarkar, chefe de comunicação da conferência. (Colaborou Lourival Sanat'anna)

Pacto Global


18/06/2012 - 14h40

Petrobras assina pacto verde, mas não explica redução em energia limpa


A representante da Petrobras na rede brasileira do Pacto Global, Sue Wolter não soube explicar por que a estatal reduziu os investimentos em biocombustíveis no plano de negócios para o período 2012-2016, que foi divulgado na semana passada.


Wolter, que é gerente de avaliação do desempenho da gerência executiva de responsabilidade social, assinou hoje (18) um documento com dez compromissos para a promoção da economia verde e inclusiva durante a Rio +20.
"A empresa está sempre revendo o seu portfólio e os diretores vão explicar o plano a partir do dia 25", disse ao ser perguntada sobre a redução de investimentos em energia limpa.
O dia 25, quando a Rio +20 já tiver terminado, foi estipulado pela Petrobras como o prazo para comentários sobre o plano de negócios, que aumentou o investimento em energia suja (fóssil) e reduziu em biocombustíveis.
A representante da estatal defendeu a companhia afirmando que desde 2006 a Petrobras está na lista de sustentabilidade do índice Dow Jones.
"Estamos no Pacto Global e nossa presidente [Graça Foster] faz parte do board da rede internacional [Global Compact]", disse Wolter durante sua apresentação.
O grupo Global Compact Corporate, composto de cerca de 7.000 empresas no mundo, foi criado pela ONU para estimular as empresas a promoverem ações sustentáveis em suas operações. No Brasil, são 400 empresas do conglomerado.
A executiva não deu números sobre as metas de redução de emissões da companhia, afirmando que em breve o relatório de sustentabilidade será divulgado. "Já está pronto (o relatório) e será divulgado em breve", disse.

"Iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos"


18/06/2012 - 15h28

Pnuma quer rede para tornar cidades eficientes no uso de recursos


Para economizar energia e recursos nas cidades não é preciso grandes investimentos a longo prazo. Isso pode ser alcançado, em grande parte, com planejamento prévio de construções e mudança de comportamento.
A ideia é defendida pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em sua "iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos", lançada no domingo, na Rio+20.


"O primeiro objetivo é dizer para as pessoas que elas estão perdendo grandes oportunidades, estão perdendo dinheiro cometendo muitos erros que poderiam ser corrigidos facilmente", disse o chefe de Consumo e Produção Sustentáveis do Pnuma Arab Hoballah.
Segundo o Pnuma, só com uma mudança de comportamento das populações, é possível reduzir em 30% o consumo de água e em até 50% o consumo de energia.
Hoballah diz que construir um prédio eficiente custa apenas entre 15% e 20% a mais, se for pensado desta forma desde o início do projeto. "O que falta é um mecanismo que ligue governo e mercado para que haja investimento no custo adicional do prédio para compartilhar os benefícios futuros", destacou.
A preocupação com as cidades vem da estimativa que, até 2050, até 80% da população mundial estará vivendo nelas.
Hoje, os centros urbanos produzem 50% de todo o lixo, concentram pelo menos 60% das emissões de gases do efeito estufa e consomem 75% dos recursos naturais.
O Pnuma propõe criar uma rede para troca de experiência entre cidades de todo o mundo e a promoção de pesquisa sobre eficiência de recursos. Também se dispõe a oferecer assessoria para cidades interessadas, inclusive na questão de pedidos de financiamento. "Não há soluções que só servem para uma cidade. O que é preciso é adaptar os bons modelos", disse.
O ex-prefeito de Toronto David Miller observou que o Rio de Janeiro já poderia ser uma das cidades beneficiadas com o uso eficiente de recursos. "Quem veio para o Riocentro hoje de carro já viu a importância de se gerenciar os transportes", disse, referindo-se ao trânsito intenso que os participantes têm enfrentado para chegar à sede da conferência.

Rio de Janeiro dos sonhos em 2030


18/06/2012 - 18h28

Estudo projeta o Rio de Janeiro dos sonhos

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1106621-estudo-projeta-o-rio-de-janeiro-dos-sonhos.shtml


EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO


Espaços públicos para caminhar. Favelas urbanizadas e, onde o terreno permitir, verticalizadas. Transporte público integrado a bicicletas e a pequenos veículos elétricos, usados principalmente onde ônibus ou metrô não chegam.


O cenário descrito acima é uma mistura de sonho e projeções reais e pode ser o Rio de Janeiro de 2030, quando a Copa do Mundo e os jogos olímpicos já fizerem parte da história da cidade.
De acordo com um estudo produzido pela empresa Siemens, divulgado parcialmente nesta segunda-feira (18) na Rio+20, o Rio do futuro será a capital de turismo de negócios da América Latina (título hoje comumente dado a São Paulo) e um centro de produção de alta tecnologia. "Um símbolo de desenvolvimento sustentável", afirma Paulo Stark, presidente da Siemens no Brasil.
O lado inovador dos cariocas, segundo a estimativa, poderá surgir nos setores de petróleo é gás, tecnologia da informação e biotecnologia.
O executivo desmente que tais projeções seja apenas para saber onde a empresa que ele preside poderá vender sua tecnologia.
"Usamos uma metodologia que nós aplicamos internamente há dez anos. Agora, resolvemos fazer isso para uma cidade, pela primeira vez no mundo, independente dos nossos negócios", disse Stark à Folha.
O estudo é baseado na avaliação de 80 especialistas, que conhecem os meandros do Rio de Janeiro.
No item transporte, a tecnologia dos veículos elétricos terá um papel importante na cidade, diz o executivo, dentro dos cenários traçados pelos especialistas. Aliado ao uso do álcool, também considerado uma fonte combustível pouco poluente.