domingo, 22 de abril de 2012

Dia da Terra


Brasileiros em defesa das florestas no Dia da Terra

No Dia Mundial da Terra (22) os brasileiros irão novamente às ruas em defesa de nossas florestas. Será o "Dia Nacional do Veta, Dilma!" ao Código Florestal ruralista. Com possível votação na Câmara no dia 24 do projeto de lei (PLC 30/2011) que condena o Brasil ao atraso na gestão de suas riquezas naturais, ganha força a mobilização nacional contra o texto forjado por setores atrasados do agronegócio e da política.

Até agora se engajaram na mobilização dezesseis das 27 capitais e outras cidades no país: Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Florianópolis (SC), Aracajú (SE), Vitória (ES), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Teresina (PI), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG), além de Dourados (MS), Ribeirão Preto (SP), São João da Boa Vista (SP) e Rio Claro (SP). Confira a programação abaixo.

As atividades são organizadas pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, coalizão formada por quase 200 organizações da sociedade civil brasileira, e pelos movimentos Floresta faz a Diferença e Mangue Faz a Diferença.

O projeto de lei aprovado em primeira instância por deputados e senadores com aval do Governo Federal consolida desmatamentos em áreas sensíveis e estratégicas, como margens de rios e topos de morro, anistia desmatadores, abre espaço para mais derrubada de florestas nativas e para a especulação fundiária e reforça uma cultura de impunidade, de desrespeito à legislação e desvalorização do patrimônio natural.

A questão em trâmite no parlamento avança para além das fronteiras nacionais, e pode colocar em xeque o cumprimento pelo país de metas assumidas internacionalmente ligadas à conservação da biodiversidade e mudanças climáticas, por exemplo. O mundo inteiro está atento a como o Brasil vai tratar o futuro de suas florestas e se conseguirá manter sua liderança global em desenvolvimento sustentável, conquistada nas últimas décadas.

Os reflexos de uma desastrosa aprovação a toque de caixa da reforma do Código Florestal, sem debate real com a sociedade, pode ter reflexos muito negativos na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece em junho no Rio. Cem chefes de Estado estão confirmados para discursar na plenária principal, conforme o Itamaraty.

A manifestação programada para o dia 22 também irá engrossar a campanha pelo veto total ao projeto de lei, caso o mesmo seja aprovado no Congresso. A campanha “Veta, Dilma!” tem repercutido em todo o Brasil e no Exterior. Vários países demonstraram seu apoio, como Alemanha, Colômbia, Canadá, Espanha, México, Portugal, Suíça, Estados Unidos e Inglaterra.

Todavia, o parlamento não ouve a Ciência, não ouve os juristas e deu às costas para a sociedade. A presidente Dilma Rousseff precisa ouvir o clamor dos brasileiros.

Programação
Aracaju
O quê: Plantio e distribuição de mudas de plantas
Onde: Parque dos Cajueiros
Quando: Dia 22/04 às 10h

Brasília
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Em frente ao estádio de vôlei de praia na esplanada dos ministérios, ao lado da rodoviária.
Quando: Dia 22/04 às 8h

Campo Grande
O quê: Marcha e bicicletada
Onde: Avenida Afonso Pena, esquina com 14 de julho
Quando: Dia 22/04 às 10h

Mineiros
O quê: Campanha sobre Código Florestal “Veta Dilma”
Onde: Pinga Fogo
Quando: Dia 22/04 às 10h

Curitiba
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Passeio Público
Quando: Dia 22/04 às 10h

Dourados
O quê: Plantio de árvores, oficina de Circo e de barricada de bambu
Onde: Parque do Lago
Quando: Dia 22/04 de 8h às 19h

Florianópolis
O quê: Grande Piquenique
Onde: Parque Ecológico do Córrego Grande
Quando: Dia 22/04 de abril às 9h

Florianópolis
O quê: Entrega de moção contra as mudanças no Código Florestal ao Superintendente do IBAMA
Onde: Universidade do Estado de Santa Catarina
Quando: 23/04 de abril às 9h

Fortaleza
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Avenida Beira Mar (Próxima à estátua da Iracema Guerreira)
Quando: Dia 22/04 às 9h

Itajaí
O quê: Mobilização popular “A Barca dos Povos”
Onde: Sairá da frente da Vila da Regata da Volvo Ocean Race (Pavilhão da Marejada)
Quando: Dia 19/04 às 22h

João Pessoa
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Bar do Surfista
Quando: Dia 22/04 às 10h

Maceió
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Praia da Ponta Verde em frente ao Clube Alagoinhas
Quando: Dia 22/04 às 9h

Porto Alegre
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Parque da Redenção e Usina do Gasômetro
Quando: Dia 22/04 às 10h

Ribeirão Preto
O quê: Colagem de cartazes em varal, distribuição de panfletos, teatro, malabares e caminhada
Onde: Parque Maurílio Biagi, ao lado da rodoviária
Quando: Dia 22/04 à partir das 15h

Rio Claro
O quê: Passeata Veta Dilma
Onde: Saída e chegada da Praça dos Bancos
Quando: Dia 22/04 às 14h

Rio de Janeiro
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Praia de Copacabana em frente ao Copacabana Palace – Rio de Janeiro/RJ
Quando: Dia 22/04 às 10h30h

Salvador
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Parque da Cidade
Quando: Dia 22/04 às 09h

São João da Boa Vista
O quê: Oficina e diálogos
Onde: Bar do Peixotinho
Quando: Dia 22/04 às 15h

São Paulo
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal com roda de conversa no evento da Rede de Jovens Rio+Você
Onde: Parque da Juventude
Quando: Dia 22/04 às 10h
Para chegar ao local os realizadores sugerem três rotas de bicicleta, com saídas da estação de Metrô Santana às 10 horas, da Praça do Ciclista às 9h30 e da Praça Panamericana, às 14h.

São Paulo
O quê: Distribuição de cartilhas sobre o Código Florestal e da campanha Veta Dilma
Onde: Stand do #Florestafazadiferença na Adventure Sports Fair – Pavilhão da Bienal do Ibirapuera
Quando: De 18 à 21/04, durante todo o dia

São Paulo
O quê: Mobilização com batucada com Maurício Bade e Grupo pernas de pau, máscaras e Varal Veta Dilma
Onde: Em frente do Pavilhão da Bienal do Ibirapuera
Quando: Dia 20/04 às 16h

São Paulo
O quê: Roda de Conversa “Juventude e o Código Florestal”
Onde: Evento da Rio+você, no Parque da Juventude
Quando: Dia 22/04 de abril às 10h

Tamandaré
O quê: Mobilização na praia contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Pier de Guadalupe Praia de Carneiros
Quando: Dia 22/04 às 10h

Teresina
O quê: Show cultural com artistas
Onde: Praça Pedro II
Quando: Dia 22/04 às 16:30h

Uberaba
O quê: Mobilização Veta Dilma
Onde: Piscinão
Quando: Dia 22/04 às 15h

Ambientalistas defendem que crise desvia atenções das alterações climáticas

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=47455


21 de Abril, 2012


Associações ambientalistas alertaram hoje para o facto de a sustentabilidade do planeta estar em risco e da crise económica estar a desviar as atenções dos problemas relacionados com a poluição e as alterações climáticas.
Os ambientalistas recordam que os esforços estão concentrados na crise económica e que as questões ambientais são passadas para «segundo plano», o que pode mesmo pôr em causa o sucesso da conferência Rio+20, iniciativa a ter lugar em Junho, no Rio de Janeiro, 20 anos depois da primeira cimeira da Terra.
«Era importante que o ambiente voltasse à ordem do dia, até porque a crise económica é resultado de uma organização da sociedade que não está a funcionar», defendeu o presidente da Quercus, em declarações à agência Lusa, a propósito do Dia da Terra, que se assinala no domingo.
A sustentabilidade também está no topo das preocupações do secretário de Estado do Ambiente, que aponta como grande desafio para o próximo século, a par da crise financeira e dos conflitos geopolíticos, «a ligação entre a escassez de recursos como fonte de problemas e conflitos e o encarecimento das matérias-primas, da energia, água e alimentação».
«Conseguir um desenvolvimento mais sustentável, uma maior eficiência de recursos, quer queiramos quer não, são problemas com os quais nos vamos confrontar» nos próximos tempos, disse à Lusa Pedro Afonso de Paulo.
Em Portugal, contra a preservação do ambiente, a Quercus refere os «investimentos irresponsáveis em auto-estradas, que nada trazem de novo ao país, em barragens, que destruíram património ambiental, ou em projectos dando ideia de que o interesse económico está acima da lei».
A conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, Rio+20, tem como tema a transição para uma economia verde global no contexto da erradicação da pobreza e de um governo no sentido do equilíbrio entre o bem estar de todos e a preservação da natureza.
Actualmente, as populações já usam recursos naturais equivalentes a um planeta e meio, devido a um consumo «excessivo» e a elevadas emissões de dióxido de carbono, como apontou a organização de conservação da natureza WWF.
«A procura humana de recursos naturais está a atingir níveis nunca vistos, rondando os 50 por cento acima do que a terra pode oferecer» e, a manter-se esta tendência, em 2030 seria necessária uma capacidade produtiva equivalente à de dois planetas para satisfazer a pressão anual sobre os recursos naturais, considerou.
As alterações climáticas, decorrentes de emissões elevadas de gases com efeito de estufa, são um dos pontos que preocupa os ambientalistas e começa a ter a atenção de alguns responsáveis políticos, nomeadamente da União Europeia.
Além de aumentar a frequência de fenómenos extremos, como secas e cheias, as alterações climáticas estão relacionadas com tempestades, subida do nível das águas e redução da função oceânica de poço de carbono.
Um estudo divulgado recentemente estima que, se nada for feito para atenuar as mudanças do clima, o custo anual dos desgastes causados aos oceanos, à pesca e ao turismo poderá ascender a dois biliões de dólares (1,5 biliões de euros) até 2100.
Lusa/SOL