segunda-feira, 16 de abril de 2012

Indústrias do ABCD são as que mais poluem o rio Tietê, aponta Cetesb


6/04/2012 - 07h36



ALEXANDRE POLLARA DOS SANTOS
DANILO JANÚNCIO
DO BANCO DE DADOS

As indústrias do ABCD paulista foram apontadas pela Cetesb (Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental) como as principais poluidoras do rio Tietê. Elas despejam 46,4% do total do esgoto "pesado" que o rio recebe todo dia.
Diariamente, elas lançam cerca de 1,5 tonelada por dia de efluentes inorgânicos sem tratamento no Tietê, de um total de 3,2 toneladas de poluentes despejados no rio.
Segundo a Cetesb, material inorgânico são os metais, pesados ou não, e produtos químicos resultantes de processos industriais. A poluição chega ao Tietê através do rio Tamanduateí, que atravessa três cidades da região.
Ainda segundo a Cetesb, o ABCD ocupa a segunda colocação no despejo de carga orgânica sem tratamento. Por dia, essas indústrias despejam 27,8% das 320,8 toneladas que chegam ao rio.
Seis das 10 principais indústrias lançadoras de carga inorgânica sem tratamento no Tietê ficam não ABCD. A Globo S.A. Tintas e Pigmentos, de Mauá, lidera a lista. Em quarto lugar, está a divisão Ford da Autolatina, em São Bernardo, seguida pela Aweta Produtos Químicos, de Diadema, e pela Brastemp, também em São Bernardo.
As empresas dizem que os dados da estatal estão desatualizados e que elas estão desenvolvendo projetos de controle de emissão de detritos industriais desde o ano passado.
O ranking das empresas poluidoras foi divulgado ontem. No geral, a Cetesb controla 1.224 indústrias na região metropolitana, sendo que 253 ficam no ABCD.
Luiz Carlos Murauskas-4.jan.1991/Folhapress
Aspecto da poluição que toma conta do rio Tietê; indústrias do ABCD são os maiores poluidores
Aspecto da poluição que toma conta do rio Tietê; indústrias do ABCD são os maiores poluidores

Antigos lixões de SP são monitorados para evitar explosões

14/04/2012 13h18 - Atualizado em 14/04/2012 13h18

Prefeitura e Cetesb dizem que a situação na Vila Guilherme está controlada.
MP aguarda investigação completa da contaminação do solo.



http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-paulo-mais-limpa/noticia/2012/04/antigos-lixoes-de-sp-sao-monitorados-para-evitar-explosoes.html




O lixo enterrado deixa uma herança pesada para as futuras gerações. Mesmo quando os lixões param de receber toda aquela sujeira, os aterros continuam a produzir gás metano, que é altamente inflamável. Por isso é preciso fazer um acompanhamento no local, para saber se existe risco de explosão.
Esse acompanhamento vem sendo feito na região da Vila Guilherme, na Zona Norte de São Paulo. No ano passado, o Shopping Center Norte chegou a ser interditado. Agora, seis meses depois, a Prefeitura e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmam que a situação está controlada, como informaram ao SPTV deste sábado (14).
Em 1945, a área onde fica o shopping era uma cratera, que servia para a mineração de areia na Zona Norte. Em 1958, a cratera foi preenchida com terra e resíduos, entre eles, lixo doméstico, segundo a Prefeitura. Dez anos depois, o espaço já estava totalmente preenchido. Uma foto da década de 1980 mostra a ocupação da área por favelas. Pouco tempo depois, foi construído o Shopping Center Norte.
Em outubro de 2011, a Cetesb constatou vazamento de gás metano no local. O shopping recebeu multas e chegou a ser fechado por determinação da Prefeitura. Só retomou as atividades depois que comprovou que estava implantando um sistema para afastar o risco de explosões.
Nos primeiros meses desse ano, foram instaladas mais duas tubulações nos corredores das lojas. Agora, são 15 tubos. Eles levam o gás para o teto, onde estão bombas que eliminam o metano e, assim, diminuem a pressão no subsolo e o risco de acidentes.
A área do antigo lixão vai além do shopping. Por isso, a Cetesb pediu à Prefeitura um estudo sobre o terreno de um conjunto habitacional, onde vivem mais de 3 mil pessoas. O estudo confirmou o acúmulo de metano a 3,5 m abaixo do nível do solo.
Em medições semanais, feitas dentro dos apartamentos térreos, a Prefeitura não constatou presença de metano perto da superfície, o que diminui a preocupação dos moradores.
A Prefeitura também teve que instalar ao redor do conjunto habitacional um sistema parecido com o do shopping. As tubulações abrem caminho para os gases acumulados no subterrâneo.
Ação do MPAlém do conjunto residencial e do Center Norte, a Cetesb acompanha a situação de prédios de órgãos públicos, de um supermercado e um hotel. Ao todo, 11 terrenos da região têm drenos para bombear o gás.
A Cetesb diz que os níveis de metano na região estão sob controle, mas o Ministério Público aguarda um relatório da Cetesb com uma investigação completa da contaminação do solo na região do Center Norte.
“Com a investigação detalhada e os pareceres dos técnicos da Cetesb, nós poderemos avaliar qual o prazo necessário para a descontaminação total da região. O Ministério Público está bastante atento à questão. As medidas que foram adotadas até agora foram suficientes para diminuir e minimizar o risco para a população, mas o acompanhamento permanece até que haja solução definitiva”, afirma Washington Luis Lincon, promotor de Justiça do Meio Ambiente.