segunda-feira, 2 de abril de 2012

São Paulo ganha primeiras escolas de bicicleta


01/04/2012 10:32


Alunos de todos os CEUs vão passar por curso de formação de ciclistas urbanos em veículos sustentáveishttp://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/17588/Sao+Paulo+ganha+primeiras+escolas+de+bicicleta
THAÍS NUNES
thais.nunes@diariosp.com.br
São Paulo é a primeiro cidade do mundo a formar jovens ciclistas urbanos . O programa “Escolas de Bicicleta”, mantido pela Secretaria Municipal de Educação, teve início neste sábado e vai muito além do pedalar.
Os 4,7 mil alunos participantes do projeto não vão só aprender a manter o equilíbrio em cima das bikes, mas a dominar legislação de trânsito, entender a história e importância da bicicleta como meio de transporte e receber noções de como consertar as “magrelas”.
As Escolas de Bicicleta estarão presentes nos 45 CEUs (Centros Educacionais Unificados) da cidade e no Centro de Convivência Educativo e Cultural de Heliópolis, Zona Sul, onde aconteceu a inauguração do projeto com pedalada coletiva pelo bairro, gincanas com alunos e show dos cantores Max de Castro e Simoninha.
“Nas periferias, onde os CEUs estão localizados, a bicicleta é um meio de transporte muito usado. Vamos ensinar as crianças a pedalar com segurança e a entender conceitos de sustentabilidade”, explica o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider.
Até o fim de 2012, cada CEU terá 100 alunos ciclistas, entre 12 e 14 anos, que farão diariamente o trajeto de casa até a escola em comboios de 15 a 25 estudantes. As bicicletas usadas no projeto são feitas de bambu, inéditas no Brasil. Neste mês, inicia-se o treinamento dos 92 monitores do projeto. Os alunos começarão a pedalar na segunda quinzena de abril. 

Brasil paga 'alto preço ecológico' pelo crescimento, dizem analistas


Ativos do 'capital natural' do País foram reduzidos quase pela metade nos últimos 20 anos

28 de março de 2012 | 10h 53


Efe
Índia e Brasil estão pagando um "alto preço" ecológico por conta de seu rápido crescimento econômico nos últimos anos, afirmaram nesta quarta-feira, 28, alguns analistas em meio ambiente, que estão reunidos em Londres na conferência Planet Under Pressure.
Entre 1990 e 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil aumentou 34% e o da Índia 120%, um resultado que pode ser tendencioso, afirmaram os cientistas e economistas reunidos. A convenção de Londres é um encontro prévio à Rio+20, cúpula das Nações Unidas, que será realizada no mês de junho, no Rio de Janeiro.
Mas em contraste com a renda per capita, o "capital natural" de ambos os países, que inclui todos seus "ativos" - desde florestas até combustíveis fósseis e minerais -, foi reduzido neste mesmo período 46% no Brasil e 31% na Índia.
No terceiro dia do encontro mundial sobre ecologia, os analistas propuseram uma medida alternativa ao PIB, batizada como Índice de Riqueza Detalhado, que compreende o "capital natural, humano e manufaturado" do país. De acordo com esse índice, o Brasil e a Índia, supostamente duas das economias emergentes mais potentes do planeta, cresceram apenas 3% e 9%, respectivamente, em 18 anos.
"Os casos do Brasil e da Índia ilustram como o Produto Interno Bruto pode ser impreciso como índice para avaliar o progresso econômico a longo prazo", apontou o professor da Universidade das Nações Unidas (UNU) Anantha Duraiappah.
O economista ressaltou que "um país pode extinguir totalmente seus recursos naturais e registrar ao mesmo tempo um crescimento do PIB" e, por isso, defendeu a necessidade de priorizar um indicador que compreenda todos os aspectos necessários para o "bem-estar humano", incluindo os fatores sociais e ecológicos.
Duraiappah adiantou que durante a cúpula do Rio de Janeiro será apresentado pela primeira vez os dados sobre a Riqueza Detalhada de 20 países, entre Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Alemanha, Japão, Rússia e Estados Unidos, além da própria Índia e do Brasil.
"Até que os indicadores usados para medir o progresso mudem para poder avaliar a sustentabilidade a longo prazo, o planeta e seus habitantes continuarão sofrendo o peso de políticas de crescimento de curto alcance", declarou Pablo Muñoz, diretor cientista do grupo de trabalho que desenvolverá os índices de Riqueza Detalhada.
Yvo de Boer, o antigo responsável do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática das Nações Unidas, ressaltou que o setor privado deve adaptar seu modelo de negócio aos desafios que serão apresentados nas próximas décadas.
"A escassez sem precedentes de recursos naturais, a alta do preço dos alimentos, os problemas de segurança energética e o crescimento da população, que deverá alcançar os 10 bilhões em 2100, são os principais desafios para a economia global", aponta De Boer. O especialista em mudança climática afirmou que, se as companhias tivessem que pagar o custo ambiental de suas atividades, teriam perdido 41% de seus lucros em 2010.