terça-feira, 20 de março de 2012

Os prefeitos dos parques paulistanos


http://vejasp.abril.com.br/especiais/administracao-parques-paulistanos

Quem são os responsáveis pelas principais áreas públicas de lazer da capital e o que fazem para melhorá-las

Daniel Bergamasco [com reportagem de Mariana Barros e Flora Monteiro] | 21.03.2012
Capa 2261 - Parque do Ibirapuera - Heraldo Guiaro
Heraldo Guiaro: o engenheiro agrônomo é responsável pelo Ibirapuera desde 2009

Antonio Milena

São 9 da manhã de domingo e o engenheiro agrônomo Heraldo Guiaro tenta se concentrar em um mapa que aponta as últimas reformas do Parque do Ibirapuera, administrado por ele desde 2009. Batidas à sua porta interrompem a tarefa. “Tem gente tocando violão na grama. Pode?”, pergunta uma assistente. “Só se o instrumento não estiver ligado em caixa de som”, ele responde. Novos avisos chegam a cada cinco minutos, muitos deles trazendo questões bem mais cabeludas.
Com 120.000 visitantes nos dias de pico, ou seja, um público maior do que a população de cidades como Barretos e Ribeirão Pires, no interior do estado, o Ibirapuera tem problemas à altura de sua frequência. Eles variam de adolescentes que camuflam vodca em garrafas de refrigerante e são socorridos em coma alcoólico pelas duas ambulâncias de plantão a camisinhas encontradas nas áreas de mata fechada, passando por situações como a descoberta de um cadáver boiando no lago, ocorrida em janeiro, com sinais de afogamento. “Comandar isso aqui é como estar à frente de uma prefeitura”, diz Guiaro, que chefia 375 funcionários e gerencia um orçamento anual de 40 milhões de reais.
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Quem é convidado e aceita pilotar um desses espaços públicos logo entende que, à parte a beleza do cenário, a rotina não será feita de brisa. Cuidar das espécies de flora e fauna, combater o vandalismo e conciliar as reivindicações de grupos diversos está entre os desafios diários. Na metrópole, há praticamente um gestor em cada um dos 93 parques, a maioria deles (83) na esfera municipal. Em 2005, a capital aprovou uma lei que passou a exigir do ocupante do cargo curso superior e experiência ambiental. “Os postos deixaram de servir de abrigo para indicações políticas”, afirma Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente.

O emprego pressupõe estar presente quase todos os domingos e receber um salário que varia de 2.900 a 3.500 reais. O engenheiro Guiaro, por estar à frente do campeão de frequência, recebe um pouco acima da média (4.200 reais). Formado pela USP, o agrônomo de 53 anos ocupou funções técnicas em órgãos diversos desde 1998, até chegar à posição atual. Antes, trabalhou como consultor de pesca e tentou a carreira de ator — protagonizou de peças infantis ecológicas a um comercial de cerveja, no papel de um marido que enrola a mulher para ir ao boteco. Curiosamente, na hora de cuidar do corpo, prefere frequentar outra área verde. Morador do Ipiranga, é no Parque da Independência que ele faz as caminhadas que o ajudaram, em 2011, a perder 20 dos 92 quilos que pesava. “Praticar exercício no Ibirapuera não dá, porque fico vendo o que precisa ser consertado e a coisa vira trabalho.”
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Das dificuldades citadas pelos administradores, a mais desanimadora é combater a falta de educação de parte dos frequentadores. “Aqui, é comum o sumiço de peças metálicas dos banheiros”, lamenta Eliana de Andrade, responsável pelo Parque Buenos Aires, em Higienópolis. O Villa-Lobos, na Zona Oeste, com 30.000 visitantes aos domingos e 732.000 metros quadrados de área, passa pelo mesmo problema. Ali, quem está no comando é o agrônomo Roberto Rosa, cuja principal missão consiste em acelerar o crescimento da vegetação do espaço, criado sobre um antigo depósito de entulho.

A demanda, diz, é fácil perto do trabalho que o público lhe dá. Um exemplo: em 2011, foram instaladas doze redes feitas de tecido usado em paraquedas, ao custo de 80 reais cada uma. “Em três semanas, os usuários destruíram tudo”, lembra Rosa, que recebe do governo estadual um salário de 7.000 reais, bem melhor que o dos pares municipais. No Parque do Povo, na zona oeste, há apenas seis meses, a socióloga Maria Fernanda Ferreira, cansada de ver canteiros esmagados por bicicletas e cães, está instalando placas com regras de conduta. Ao fazer valer o veto aos skates, que, para evitar atropelamentos, só podem ser usados em uma área específica, viu-se cercada em sua sala por vinte praticantes revoltados. “Outra vez, uma patinadora, contrariada com a restrição, rasgou o estatuto do parque na minha frente”, conta ela, paulistana da Vila Olímpia, que já chefiou o Alfredo Volpi, no Morumbi, e deu aulas de tênis, esporte pelo qual foi bicampeã sul-americana.
Se nos bairros nobres a população é bem consciente dos próprios direitos, às vezes com exageros, o mesmo não é observado por alguns dos prefeitos de parques de regiões mais carentes. O engenheiro ambiental Rafael Quintino da Silva, hoje à frente do Independência, comandava havia um ano o Guaratiba, em Guaianases, na Zona Leste. Segundo ele, a inauguração do parque passou quase despercebida pela vizinhança. “Tivemos de promover uma série de eventos para que as pessoas aprendessem a aproveitá-lo”, afirma. “Até a prática da caminhada precisou ser incentivada, porque poucos vinham.”
No Juventude, dotado de estrutura que inclui biblioteca com 30.000 títulos e dez quadras esportivas, o administrador Paulo Pavan teve percepção semelhante. Ele encomendou uma pesquisa e descobriu que metade dos moradores da Zona Norte, onde o parque fica situado, em terreno antes ocupado por pavilhões do Carandiru, desconhecia o local. A saída foi articular divulgação intensiva da programação pela internet, com um informativo semanal que chega a redes sociais, blog e 40.000 endereços de e-mail. Entre 2006, ano anterior ao início das ações, e 2011, o número anual de visitantes aumentou de 860.000 para 2,5 milhões.
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Alastrar as áreas verdes na cidade é uma das bandeiras do prefeito Gilberto Kassab. De 2005 para cá, o número delas quase triplicou, alcançando o total de 83. A promessa é atingir 100 unidades até o fim do ano. Essa rápida expansão, no entanto, vem sendo alvo de algumas críticas. “Se o projeto fosse sério, nós aplaudiríamos”, diz José Eduardo Ismael Lutti, primeiro promotor de Meio Ambiente da capital. Para ele, no afã de obter resultados quantitativos, a prefeitura criou projetos mal executados. Um deles, na sua visão, seria o Nove de Julho, situado na orla da Represa Guarapiranga. A Promotoria entrou com uma ação para embargar a construção de equipamentos de lazer, como a pista de caminhada em solo que passa parte do ano alagado, por entender que ela representaria “dano ambiental”. Carlos Fortner, chefe de gabinete do secretário Eduardo Jorge, defende a realização. “A reforma ajuda a impedir novas invasões de sem-teto”, argumenta.
Outros questionam a prioridade dada à multiplicação dos parques, enquanto a prefeitura encontra dificuldades em fazer a manutenção dos já existentes. “Ao lado do Parque do Ibirapuera, a Vila Mariana tem diversas áreas verdes que atraem pouca gente por estar malcuidadas”, afirma Oswaldo Baccan, presidente da associação de moradores do bairro. Ele cita a Praça Comunitária, na esquina da Avenida Lins de Vasconcelos com a Rua Vergueiro, que virou abrigo de drogados. Uma boa política executada no exterior para resolver esse tipo de problema vem de Nova York. Lá, os gestores do Central Park, que tem superconcentração de visitantes, passaram a se empenhar na recuperação de parques menores nos arredores para que estes possam servir de opção.
Para os milhares de paulistanos que frequentam os parques da cidade, em busca de lazer, tranquilidade e contato com a natureza, uma boa notícia: seus administradores anunciam uma série de melhorias para este ano. O Parque do Carmo, por exemplo, está fazendo o plantio de árvores nativas como araticum e cedro em terras recém-anexadas, que elevarão sua área de 1,5 milhão para 2,4 milhões de metros quadrados. “Resultado: a variedade de espécies animais aumentará”, afirma o administrador Fabio Pallaes.

Também com área ampliada, o Independência ganha no segundo semestre equipamentos de ginástica voltados à terceira idade e, no futuro, terá pistas específicas para skate. No Trianon, a programação cultural ao ar livre vai crescer. “O primeiro passo é passar de um para dois o horário das apresentações musicais aos domingos”, diz a socióloga Rita Nakamura, responsável pela área.

O Aclimação, que perdeu grande parte de sua fauna após o lago ir literalmente pelo ralo durante um temporal em 2009, dará um passo simbólico importante em sua recuperação. Dentro de um ou dois meses, antes mesmo da conclusão das obras de drenagem do entorno, como um pequeno piscinão, voltará para lá um antigo casal de moradores. São os cisnes negros resgatados na chuvarada. Eles habitavam provisoriamente as águas do Ibirapuera e agora se preparam para estar em casa novamente.

MAPA DOS OÁSIS VERDES

Visualizar Parques de São Paulo: oásis verdes em um mapa maior


  • Administrador: Heraldo Guiaro, 53 anos Formação: engenharia agronômica Público aos domingos: 120.000 pessoas Últimas realizações: troca da iluminação por luzes de LED, aterramento dos fios de eletricidade, recapeamento do anel principal de circulação e reforma da ciclovia. O que vem por aí: a restauração da marquise, que estava bastante deteriorada, será concluída até o fim do semestre. Fale com ele: svma@prefeitura.sp.gov.br, tel.: 5574 5177 » Leia mais
  • Administrador: Roberto Lima Ferraz Rosa, 41 anos Formação: engenharia agronômica Público aos domingos: 30.000 pessoas Últimas realizações: plantio de 11.000 árvores, novos canteiros ornamentais e mudança nos adubos para acelerar o crescimento das plantas. O que vem por aí: em junho deverá ficar pronto o Centro de Referência em Educação Ambiental, com biblioteca, sala multimídia e espaço para palestras. Fale com ele: pvl@ambiente.sp.gov.br, tel.: 3023-0316 » Leia mais
  • Administradora: Maria Fernanda de Souza Ferreira, 54 anos Formação: ciências sociais, com especialização em gestão ambiental Público aos domingos: 10.000 pessoas Últimas realizações: organização de espaços específicos para ciclistas e skatistas. O que vem por aí: placas estão sendo instaladas para que os frequentadores controlem seus cachorros e não estraguem os canteiros. O Jardim Sensitivo, voltado aos deficientes visuais, ganha novas plantas de diferentes aromas e texturas, como pimenta-de-cheiro, hortelã e alcachofra. Fale... » Leia mais
  • Administrador: Paulo Pavan, 49 anos Formação: administração de empresas, com pós-graduação em marketing e gestão pública Público aos domingos: 18.000 pessoas Últimas realizações: instalação de novos postes de iluminação, reforma da pista de skate, criação de aparelhos de exercício físico para cadeirantes e aumento do corpo de segurança (de 22 para 36 funcionários). O que vem por aí: até novembro, a segurança será reforçada com a instalação de 32 câmeras. Em maio, a equipe de... » Leia mais
  • Administradora: Eliana de Andrade, 47 anos Formação: engenharia agronômica, com especialização em saúde pública Público aos domingos: 5.000 pessoas Últimas realizações: implantação de coleta seletiva e definição de espaços específicos para cachorros O que vem por aí: a partir do dia 20, haverá aulas de educação ambiental para crianças. Estão sendo firmadas parcerias para remodelar a iluminação noturna, hoje insuficiente Fale com ela: parquebuenosaires@hotmail.com, tel.: 3666-8032 » Leia mais
  • Administrador: Rafael Quintino da Silva, 29 anos Formação: engenharia ambiental, com pós-graduação em gestão pública Público aos domingos: 7.000 pessoas Últimas realizações: novo playground e início das obras de banheiros na porção média do parque (hoje, só há na superior, acima do museu). O que vem por aí: até o fim do ano, uma nova área será inaugurada, com equipamentos de ginástica para a terceira idade, e, em 2013, uma área exclusiva para skatistas.... » Leia mais
  • Administradora: Rita Ferreira Nakamura, 52 anos Formação: ciências sociais, com especialização em gestão ambiental Público aos domingos: 8.000 pessoas. Últimas realizações: ações para a preservação da mata nativa O que vem por aí: apresentações musicais no fim da tarde Fale com ela: parquetrianon@prefeitura.sp.gov.br, tel.: 3289-2160 » Leia mais
  • Saiba qual é o maior, o mais frequentados pelos esportistas, o mais antigo e outras informações curiosas sobre endereços paulistanos na galeria de fotos. Abaixo, um pequeno manual sobre os diferentes tipos de áreas verdes. TIPOS DE PARQUE Principais categorias Urbanos — Conciliam o verde com equipamentos de recreação. Exemplo: Aclimação Lineares — Margeiam porções de água, com foco na conservação. Exemplo: Várzeas do Tietê Naturais — Priorizam a... » Leia mais

    Curiosidades sobre os espaços verdes da capital

    Confira algumas das peculiaridades de parques municipais e estaduais


    Daniel Bergamasco (com reportagem de Mariana Barros e Flora Monteiro) | 21/03/2012
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    O maior: Anhanguera, com 9,5 quilômetros quadrados de área
    Divulgação
    Saiba qual é o maior, o mais frequentados pelos esportistas, o mais antigo e outras informações curiosas sobre endereços paulistanos na galeria de fotos. Abaixo, um pequeno manual sobre os diferentes tipos de áreas verdes.
    TIPOS DE PARQUE
    Principais categorias

    Urbanos Conciliam o verde com equipamentos de recreação.
    Exemplo: Aclimação

    Lineares —
    Margeiam porções de água, com foco na conservação.
    Exemplo: Várzeas do Tietê

    Naturais Priorizam a preservação, recebendo um público restrito.
    Exemplo: a nova porção do Carmo

Pedalar e morrer em São Paulo




São Paulo, sábado, 17 de março de 2012Ilustrada

Álvaro Pereira Júnior


A morte recente de uma jovem de bicicleta fez ferver os ânimos de todos os matizes políticos
"A chuva aperta, gotas oleosas de água marrom da cidade, e X pedala em pé, com a cabeça abaixada, de modo que só tem uma vaga percepção de um borrão de movimento, vindo da viela à esquerda. A sensação é menos de voar pelos ares do que de ser erguido e arremessado, e quando finalmente para perto do meio-fio, o rosto contra o asfalto úmido, seu primeiro instinto é procurar pela bicicleta, que de algum modo sumiu de debaixo de seu corpo. (...) Então X morre, e tudo o que pensou ou sentiu desaparece, e se vai para sempre."
A cena se passa em Londres. É chave na trama de "Um Dia", um romance cheio de lirismo, de David Nicholls. Chamei o personagem de X para não estragar a surpresa (e fiz a tradução à unha -não tenho a edição brasileira). "Um Dia" é brutalmente realista. Tudo poderia ter acontecido de verdade.
É esse livro tão verossímil que descreve o atropelamento fatal de um ciclista na capital inglesa. Será Londres, então, uma cidade onde bicicletas não têm lugar?
A se julgar por "Um Dia", talvez sim. Mas apresento agora um contraponto, já me desculpando pela autorreferência.
Em 2004, escrevi no "Folhateen" um texto que começava assim: "No fim da tarde em que fez 32ºC em Londres, a tiazinha desce de bicicleta, enfrentando o tráfego, rumo ao túnel que desemboca em Knightsbridge. Usa vestido florido de algodão e um pequeno chapéu de palha que protege contra o sol ainda alto. Tem, no mínimo, 65 anos".
Lembro bem. A ciclista de idade não pedalava por uma ciclovia ou em local protegido. Misturava-se ao trânsito intenso do centro londrino. Nem o túnel representou obstáculo.
Não me pareceu loucura ou ousadia, mas um fato perfeitamente natural. Dedução: Londres, amigável para os ciclistas. Será?
Com os dois exemplos antagônicos, tento dizer o seguinte: depende.
Como depende em São Paulo, onde a morte recente de uma jovem de bicicleta, na avenida Paulista, fez ferver os ânimos de todos os matizes políticos.
De um lado, o conformismo fatalista de quem julga que São Paulo não tem jeito, não é lugar para bicicletas. É uma visão moralista, na mesma linha de "bandido bom é bandido morto", "os problemas do Brasil são culpa de políticos safados" etc. etc.
Na outra ponta, uma tropa que me dá vergonha de ser, eu mesmo, ciclista: os salafistas da bicicleta, gente burra e primitiva que, diante da própria falta de horizontes, transforma o "cicloativismo" na causa de suas vidas. São tão odiáveis quanto qualquer fundamentalista.
Não faz sentido almejar que os ciclistas sejam donos da cidade. Assim como não há por que decretar que a maior cidade do Brasil é um caso perdido para quem pedala.
Um exemplo radical: mesmo para quem está acostumado a São Paulo, o trânsito de Los Angeles é um inferno.
Pois bem, há anos pedalo em uma das principais e mais congestionadas avenidas de L.A., a Wilshire Boulevard. Nada menos que 25 quilômetros, do centro da cidade até o Pacífico, cruzando o intenso bairro coreano, o agito pansexual de West Hollywood, a ostentação de Beverly Hills, a vizinhança universitária de Westwood, a cidade de Santa Mônica e seus turistas.
No Wilshire, não se pedala nem na raça, nem na ciclovia. Existe a "bike lane", faixa de bicicletas. Que não fica encostada na calçada, como era de se esperar, mas a cerca de três metros desta.
No começo, dá medo, porque você pedala com carros passando à esquerda e à direita. Mas logo percebe que os automóveis nunca invadem a "bike lane". É seguro, e esta foto explica bem: tiny.cc/qm67aw.
Em Miami, outra cidade de tráfego pesado, onde também já pedalei, a solução é híbrida: às vezes "bike lanes", às vezes ciclovias clássicas (como nas pontes que ligam Miami Beach ao continente).
Existe também o caos que funciona, caso de Amsterdã, onde ninguém usa capacete, parece haver dez bicicletas para cada ser humano, e nenhuma regra.
Em todos esses modelos, um traço comum: respeito mútuo entre motoristas e "bikers". Nas ruas, claro, mas também no papel, na internet em geral, nas redes sociais em particular. Quem sabe, um dia, São Paulo chegue a esse estágio. Um dia.

Green goal: Ninguém chuta!


18/03/2012 - 12h30

Atraso ameaça plano de transporte na Copa



DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA 

Os cinco projetos ferroviários previstos para a Copa do Mundo de 2014 não deverão estar totalmente prontos para o evento.
A informação é dos próprios responsáveis pelos monotrilhos de Manaus (AM) e São Paulo (SP) e pelo VLT (veículo leve sobre trilhos) de Brasília (DF). Para o VLT de Cuiabá (MT), a previsão do governo estadual é que o projeto esteja operando plenamente na Copa. Na prática, isso dificilmente ocorrerá.
Fortaleza, que construirá um sistema pequeno e mais simples movido a diesel, é o único com mais chances de cumprir o prazo.
Até agora, nenhum dos cinco projetos está com obras iniciadas. Todos estão com cronograma atrasado, pela previsão de 2010, quando foram oficializados como projetos da Copa (veja quadro abaixo).
As obras de transporte não eram obrigatórias no contrato com a Fifa, mas foram um compromisso assumido pelo país com a organizadora do evento, além de terem sido anunciadas como o maior legado para a população.
Editoria de Arte/Folhapress
"É preciso analisar projeto por projeto. Mas, no caso dos projetos da Copa, acho que já é leite derramado", afirmou José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia), atribuindo o problema à falta de planejamento dos governos envolvidos. "Estamos alertando para isso desde novembro de 2007."
Especialistas ouvidos pela Folha disseram que seriam necessários seis meses, no mínimo, para realizar o projeto executivo. Além disso, há o próprio período da obra e da encomenda dos equipamentos. Depois, ainda é preciso um prazo para a realização de testes do sistema antes de abri-lo ao público, o que pode levar de quatro a seis meses. Sem os testes, há riscos de acidentes graves.
"O trem precisa ser testado de várias formas, inclusive com sacos de areia dentro para simular o peso com passageiros", afirma Telmo Porto, professor da Escola Politécnica da USP que acredita que o Brasil está no limite do prazo para fazer as obras ferroviárias a tempo da Copa.
O Mundial começa em 26 meses. Para quem ainda não começou o projeto executivo, as obras e encomendas terão de ser feitas em 14 a 16 meses, prazo considerado exíguo.
SEM SAÍDA
O projeto mais atrasado é o VLT de Brasília, que começou a ser feito em 2009, está parado há dois anos e não tem mais chance de ficar pronto para a Copa.
O contrato para o VLT foi cancelado em 2011. O governo do Distrito Federal promete lançar novo edital neste mês, quando, a princípio, se esperava que a obra estivesse pronta. O novo edital estabelece o prazo até 2014, mas para apenas um terço do projeto previsto originalmente.
Em Cuiabá, o governo estadual resolveu trocar o BRT (ônibus rápido) pelo VLT no ano passado, quando as obras do BRT já deveriam ter começado. O anteprojeto ferroviário só ficou pronto neste ano, e a conclusão da licitação está prometida para o mês de maio.
Após a liberação do financiamento do projeto, que não tem previsão, o governo dará 24 meses ao vencedor para que conclua o projeto executivo, as obras, as encomendas e os testes.

Green Goal Hotel


7/Março/2012

GBC Brasil divulga vencedores de concurso para hotel sustentável



Trabalho da equipe liderada por Ricardo Felipe Gonçalves levou o primeiro prêmio. Projeto final será desenvolvido em parceria com Siegbert Zanettini


http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/aliah-252635-1.asp

Mauricio Lima



A equipe coordenada pelo arquiteto Ricardo Felipe Gonçalves venceu o concurso de arquitetura "Um Hotel Sustentável Para Uma Copa Verde" realizado pelo Projeto Aliah, em parceria com o Green Building Council Brasil (GBC Brasil). Agora, o arquiteto e sua equipe participarão do desenvolvimento do desenho final do projeto em parceria com o arquiteto Siegbert Zanettini.
O hotel, que busca também suprir a demanda hoteleira durante a Copa do Mundo de 2014, será construído em Bragança Paulista, a 88 km de São Paulo. "Tivemos um nível alto dos desenhos apresentados, o que deixou a escolha difícil. Algo positivo para nós, da organização, e para os candidatos. Agora, nossos esforços ficarão focados no desenvolvimento do projeto final, já que a parceria com a Vert Hotéis garante a operação do complexo quando estiver construído", comemora Adriana Mallet, empresária idealizadora do Projeto Aliah.
A organização do concurso informa que a competição deve ser promovida também em cidades-sede da Copa, começando pelo Rio de Janeiro, que também sediará as Olimpíadas.


Confira os projetos classificados:
Primeiro Lugar
Arquiteto responsável: Ricardo Felipe Gonçalves
Prêmio: R$ 12 mil

Divulgação: Projeto Aliah

O objetivo do projeto foi resgatar conceitos relacionados à qualidade de vida. Uma praça mirante se torna protagonista do empreendimento, pois articula o acesso ao hotel e ao centro de convenções, além de integrar o volume à paisagem.



Divulgação: Projeto Aliah


O volume está implantado na área mais alta do terreno, acomodando-se à topografia natural do local e direcionando a vista dos visitantes ao horizonte. No centro do edifício há um bosque, que conta com muita vegetação, transformando o espaço em algo além de uma simples conexão entre as áreas do hotel. "A linguagem arquitetônica do projeto busca evidenciar as diversas estratégias de sustentabilidade e conforto ambiental passivo que foram empregados", diz o memorial.
Segundo Lugar
Arquiteto responsável: Antonio José de Santana Júnior
Prêmio: R$ 5 mil

Divulgação: Projeto Aliah

O projeto tira proveito dos desníveis naturais da topografia, acomodando as vias e o programa dos edifícios de modo que sejam realizados poucos ajustes para sua construção. Os acessos do centro de convenções e o hotel são integrados por uma praça, mas com os seus respectivos usos preservados pelos desníveis.

O conjunto seria construído em três fases diferentes, sendo o centro de convenções a "pedra fundamental" do complexo. Na segunda fase viria o hotel, seguido pelo complexo esportivo. O projeto prevê a instalação de cobertura verde e sistema de captação e armazenamento das águas pluviais, além de sistema de energia solar com instalação de placas fotovoltaicas e painéis solares para aquecimento de água.
Terceiro LugarArquiteto responsável: Júlio Beraldo Valente
Prêmio: R$ 2 mil

Divulgação: Projeto Aliah

De acordo com a equipe de arquitetos, o projeto do hotel se organiza a partir da "ocupação e distribuição do programa por todo o topo do terreno, ligado a um grande eixo verde, na orientação leste-oeste, que conecta duas áreas de proteção ambiental que circundam o lote escolhido". O projeto propõe as diferentes instalações em cotas distintas, separando cada parte do complexo por altura.

Todos os volumes seriam construídos em diferentes platôs, necessitando do mínimo de movimentação de terra para a execução do hotel. Além disso, cada nível contaria com uma praça ou um pátio, como espaço de convivência e de admiração do entorno.
Menção Honrosa
Arquiteto responsável: Samuel Shin Choi
O prédio do hotel seria instalado na parte mais alta do terreno e seria dividido em duas áreas, sendo uma somente com os quartos e outra que abrigaria também visitantes. O centro de convenções estaria conectado ao leste do volume principal, enquanto o complexo esportivo ficaria localizado na porção oeste do terreno.
Todas as coberturas foram projetadas de forma a minimizar os ganhos térmicos dentro dos edifícios, captar águas pluviais e abrigar painéis fotovoltaicos que fornecerão energia para aquecer duchas e banheiras das unidades de hospedagem.

Tabaco é causa de morte de 12% de adultos com mais de 30 anos, diz OMS


16/3/2012 - 08h06


por Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU
c410 Tabaco é causa de morte de 12% de adultos com mais de 30 anos, diz OMSÉ o primeiro estudo com um cálculo mais preciso sobre o uso do tabaco, que mata também 600 mil fumantes passivos; produto mata mais que HIV, tuberculose e malária juntos.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, está alertando para os efeitos letais do uso do tabaco. A agência calcula que as mortes associadas diretamente ao produto ultrapassem 5 milhões. Além disso, o fumo passivo mata 600 mil pessoas a cada ano. De acordo com a OMS, o tabaco mata mais que HIV, tuberculose e malária juntos. O estudo, divulgado nesta quinta-feira, é o primeiro com cálculos mais precisos sobre os riscos do tabaco. Cerca de 12% das mortes de adultos, com mais de 30 anos, são causados pelo produto. A maior proporção de óbitos ocorre nas Américas e na Europa, regiões que fazem uso do fumo há mais tempo.
* Publicado originalmente na Rádio ONU e retirado da EcoAgência.
(EcoAgência)