quinta-feira, 15 de março de 2012

Museu da lâmpada em São Paulo


Venha conhecer os modelos mais antigos de Lâmpadas incandescentes 


15/03/2012 07h28 - Atualizado em 15/03/2012 07h28



Exposição fica no Jabaquara, na Zona Sul da cidade.
Interessados devem agendar entrada e levar 1 kg de alimento.




Do G1 SP agora
A cidade de São Paulo ganhou nesta semana o Museu da Lâmpada, um espaço que conta a história e a evolução dessa invenção que está presente em nosso cotidiano. O museu mostra os diversos tipos de lâmpadas, e os visitantes também podem interagir com algumas peças da exposição.
Logo na entrada está um grande tubo com vários pontos iluminados. De perto, é possível ver que os pontos são lâmpadas incandescentes e uma fibra ótica. A ideia é mostrar a mistura do passado com o futuro.
A história das lâmpadas começa na era do fogo. Depois de algumas invenções, vieram os lampiões, e finalmente as lâmpadas. Foi o inventor, Thomas Edison, que comercializou a primeira, chamada de incandescente.
O Museu da Lâmpada fica na Avenida João Pedro Cardoso, 574, no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. Para entrar, os visitantes devem levar 1 kg de alimento não perecível, e a visita deve ser agendada pelo telefone (11) 2898-9358. O museu fica aberto das 8h às 18h. Mais informações no site do museu.

O Museu da Lâmpada

museu-da-lampada-3Do fogo ao Led

Com a descoberta do fogo e com o seu domínio, o homem percebeu o quanto era essencial para sua sobrevivência, não só para se aquecer, cozinhar e se
proteger mas também para iluminar. 

Com o passar dos tempos essa técnica passou por diversas e curiosas criações. De lá para cá muitas foram as contribuições de alguns gênios para a história da humanidade. Porém um merece destaque, Thomas Alva Edison, em sua vida o inventor e empresário americano registrou nada menos que 2332 patentes, mais uma em especial contribuiu com o avanço tecnológico no mundo e permitiu que a humanidade tivesse um pouco mais de conforto, segurança e qualidade de vida, a invenção da luz incandescente comercializável.
A partir de então a haste de carvão que quando aquecida gerava luz, foi passando por grandes reformulações ao longo da história até chegar aos modelos mais modernos que conhecemos hoje em dia, por exemplo, a tecnologia LED.

Localizado na sede da GIMAWA o museu da lâmpada aborda sua história desde a descoberta o fogo até as lâmpadas mais modernas utilizadas atualmente.


Venha conhecer este maravilhoso espaço que proporciona interação e cultura aos seus visitantes!Com a descoberta do fogo e com o seu domínio, o homem percebeu o quanto era essencial para sua sobrevivência, não só para se aquecer, cozinhar e se proteger mas também para iluminar. 


Para conhecer o museu da lâmpada é necessário fazer o cadastro para agendamento da visita.
O ingresso é 1kg de alimento não perecível que será doado a instituições carentes.

O Museu da lâmpada encontra-se na sede GIMAWA na Av. João Pedro Cardoso, 574 Aeroporto - São Paulo - SP Tel: (11)2898-9333 / Fax: (11)2898-9300 

Museu da Lâmpada Museu da Lâmpada Museu da Lâmpada

O próximo "acidente nuclear" será por negligência em: 1979, 1986, 2011...


Apesar das falhas, energia nuclear não pode ser descartada

Um ano depois do acidente em Fukushima, o discurso antinuclear continua forte. Mas é possível abrir mão das usinas nucleares?


Mariana Pastore, de

Tepco/AFP
Uma das unidades da usina de Fukushima completamente destruída
Acidente em Fukushima: desastre reforçou políticas nucleares em vários países

São Paulo - O acidente nuclear em Fukushima mudou o panorama da política energética de alguns países. Motivados em grande parte por uma agenda política, Alemanha, Bélgica e Suíça decidiram fechar seus reatores nos próximos dez anos. O candidato socialista à Presidência da República na França prometeu fechar 24 unidades até 2025. Taiwan, Chile, Israel e Venezuela decidiram não continuar com seus programas nucleares.
A China, hoje quem mais investe na energia nuclear, está reexaminando seu plano de construir 26 reatores nucleares até 2020. Suas usinas serão construídas pela Westinghouse e Toshiba em conjunto com duas empresas chinesas. "Há temores de que a qualidade das usinas na China seja inferior devido à pouca experiência da mão de obra chinesa nesta área", diz o físico nuclear José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.

Abandono precoce
Hoje, a maior parte da energia elétrica do mundo vem de combustíveis fósseis - gás natural, carvão e petróleo. “No entanto, esses recursos são finitos e sua utilização na produção de energia aumenta a emissão de gases que, de acordo com a maior parte da comunidade científica que pesquisa mudanças climáticas, aceleram o aquecimento global.”
Fontes de energia alternativas, como biomassa, queima de bagaço de cana, energia eólica e energia solar, possuem a vantagem de utilizar fontes renováveis, mas ainda são muito mais caras inviabilizando a substituição total da energia fóssil. A energia nuclear, apesar de potencialmente perigosa, ainda é uma das mais baratas
Os acontecimentos de Fukushima geraram uma forte dúvida sobre a aceitação da solução por conta dos óbvios perigos que foram reafirmados e relembrados pelo acidente no ano passado. Mesmo assim, pode ser cedo para abandonar o uso de energia nuclear. Na opinião do economista Eduardo Carvalho, ex-presidente da Unica (União da Indústria Canavieira), "é possível incrementar a segurança das usinas nucleares, investindo em novos desenhos de unidades que previnam as causas dos acidentes que tivemos."
Entre as mais de 400 usinas que existem hoje no mundo, houve apenas três acidentes na história da energia nuclear. O primeiro, em 1979, em Three Mile Island, nos EUA, foi um acidente de grau leve, rapidamente contido. O mais sério que houve até hoje foi em Chernobyl, na URSS, em 1986, resultado basicamente de uma engenharia antiquada e mal feita em conjunto com um erro de operação. O acidente de Fukushima, no ano passado, poderia ter sido muito mais sério. Havia quatro usinas nucleares e é difícil imaginar que qualquer obstáculo pudesse fazer frente ao tsunami. "Os desastres provocaram novos desenhos nas usinas nucleares para evitar o problema. Todas as usinas do mundo devem ter reestudado seus sistemas de segurança, e certamente as novas plantas estão levando em conta todos esses acontecimentos", afirma o economista.
O principal problema é que, após o tsunami, Fukushima ficou sem energia para bombear a água que resfria os reatores. Eles foram esquentando e já não havia energia para jogar água no reator. O sistema de segurança não foi suficientemente cuidadoso para desempenhar o seu papel. Antes de Fukushima, a suposição era de que, se houvesse dois ou três reatores em um único local, apenas um teria um problema em um determinado momento. Agora as empresas estão comprando equipamentos de emergência suficientes para lidar com falhas simultâneas em todos os reatores do mesmo espaço.


Resíduos nucleares
Os resíduos nucleares são um problema solucionável, contanto que haja a tecnologia e a política corretas. Materiais radioativos podem ser armazenados sem contaminar suprimentos de terra e água por dezenas de milhares de anos, caso sejam enterrados na formação geológica apropriada, como rocha de granito estável.
Os planos de armazenamento não funcionam quando são mal conduzidos. O exemplo mais notório é o repositório de resíduos nucleares de Yucca Mountain, um complexo de contenção no deserto de Nevada que teria custado mais de 50 bilhões de dólares, mas foi abandonado em meio a controvérsias em 2009. O local foi escolhido na década de 1980 não porque era geologicamente ideal para conter os resíduos nucleares, mas porque representantes de Nevada em Washington eram relativamente fracos e foram driblados por outros estados.

Brasil
Para Eduardo Carvalho, ainda não há como descartar a curto e médio prazo a contribuição de energia nuclear até que sejam desenvolvidas outras tecnologias de produção em massa de energia elétrica. "O risco que a operação de usinas nucleares têm é mínimo e desaparece pelas vantagens e necessidades que nós temos de geração de energia. Sem energia, é impossível conceber a sociedade moderna no mundo todo. Pensar em fontes de energias alternativas talvez seja o esforço mais importante que a sociedade deva fazer."
O Brasil tem, atualmente, duas usinas nucleares em funcionamento, Angra I, da Westinghouse, e Angra II, da Siemens. Angra III ainda está em construção, mas boa parte do equipamento foi comprado há 20 anos. “A usina provavelmente será concluída, mas não será moderna. No Plano Nacional de Energia de 2030, são previstas mais quatro usinas. Mas, até agora, pouco foi feito para concretizá-las”, diz José Goldemberg. Segundo o físico, energia hidroelétrica, usinas eólicas e cogeração de eletricidade de bagaço nas usinas de cana são opções melhores para gerar a eletricidade que o país necessita.

Aquecimento Solar: solução de baixo custo


Aquecedores Solares em Conjuntos Habitacionais de Baixa Renda: Economia de Energia e Financeira em Betim-MG (1)





Um estudo em quatro conjuntos habitacionais de baixa renda da cidade de Betim, em Minas Gerais, apresentou uma redução de até 25% no consumo de energia e redução de até 57% na conta dos moradores com o uso de aquecedores solares. O trabalho feito pelo Centro de Referência em Energias Renováveis e Eficiência Energética (CRER-Betim) faz parte da série de estudos de caso do IClei (Governos Locais pela Sustentabilidade). A pesquisa foi realizada em 2009.

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Brasil perde oportunidade de vender créditos de carbono


SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Brasil perde oportunidade de vender créditos de carbono. 08/03/2012. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasil-vender-creditos-carbono. Capturado em 14/03/2012.
Karina Toledo - Agência Fapesp - 08/03/2012




REDD
O Brasil é o único país com condições de colocar em prática um programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD).
Por este mecanismo, nações que reduzem o desmatamento poderiam vender créditos de carbono no mercado internacional.
Por conta disso, o governo brasileiro deveria apresentar diretrizes sobre o tema até a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro.
A análise foi feita por Paulo Moutinho, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
De acordo com Moutinho, embora a queima de combustíveis fósseis seja a principal responsável pelas emissões de gases-estufa, a forma mais rápida e barata de combater a mudança climática é deter o desmatamento de florestas, principalmente nas regiões tropicais do planeta.
"Mas isso não quer dizer que o esforço que Brasil e outras nações estão fazendo para conter a derrubada de árvores tenha de valer pouco", disse.

Efeito Saci-Pererê
O diretor do Ipam foi um dos idealizadores do conceito de "Redução Compensada de Emissões", que deu origem ao REDD. O argumento é que os países tropicais ajudam a estabilizar o clima do planeta por meio de suas florestas e, assim, os custos para mantê-las em pé devem ser divididos por todos.
A ideia foi apresentada pela primeira vez em 2003, durante a 9ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-9), na Itália. As discussões continuaram nas conferências seguintes. O conceito, que inicialmente focava o desmatamento evitado, passou a englobar ações como degradação florestal evitada, aumento de estoques de carbono e conservação florestal, sendo rebatizado como REDD+.
Mas, até hoje, o mecanismo não foi devidamente regulamentado em nenhum lugar do mundo e, por esse motivo, passou a sofrer o que Moutinho chama de "efeito Saci-Pererê": todo mundo já ouviu falar, mas ninguém viu.
"Se isso não ocorrer no Brasil, não vai acontecer em nenhum outro lugar do mundo. Vários elementos fazem do país o lugar ideal para colocar esse grande experimento em andamento", disse.

Emissões brasileiras de gases de efeito estufa
Segundo dados do Ipam, o Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa. Mais de 60% das emissões brasileiras são resultantes de mudanças de uso do solo e desmatamento. Indonésia e Congo seriam os dois outros países tropicais com "desmatamento a ser tratado", mas não têm as mesmas condições favoráveis do Brasil.
O país, de acordo com Moutinho, avançou muito ao criar a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) e estabelecer metas para a redução do desmatamento até 2020.
"Além disso, temos o Fundo Amazônia, um bom sistema de monitoramento, 185 bilhões de hectares de áreas protegidas - que abrigam 26 bilhões de toneladas de carbono, uma sociedade organizada, uma comunidade científica de excelência e uma governança crescente", disse.
Entre os obstáculos mencionados por Moutinho está o fato de que os grandes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não têm salvaguardas ambientais explícitas. Ele cita também a demanda crescente por commodities como bioetanol e soja, os assentamentos florestais e a flexibilização da legislação ambiental, que pode ocorrer se for aprovado o novo Código Florestal.

Proteger a floresta
O Estado do Acre, segundo Moutinho, possui o programa de REDD mais avançado do mundo. "Outros estados amazônicos e também do Sudeste, como São Paulo, têm feito esforços para reduzir suas emissões por desmatamento. Mas falta uma estratégia nacional", ressaltou.
Para o diretor do Ipam, se não houver uma legislação federal que articule as estratégias estaduais, a instabilidade afastará os investidores internacionais. "Se cada programa tiver uma lógica diferente e sua própria forma de calcular as emissões, o investidor não vai saber o que está comprando. Até a RIO+20 o governo teria de dar diretrizes mais claras do que ele quer realmente implantar em âmbito nacional", disse.
Regulamentar uma estratégia de REDD, de acordo com Moutinho, é a grande oportunidade de mudar a lógica de produção e estimular uma economia de baixo carbono. "Não precisa deixar de produzir. É possível aumentar a produtividade em áreas menores e ainda ganhar dinheiro pela floresta que ficou em pé", disse.
A princípio, seria possível colocar isso em prática mesmo sem auxílio internacional, contando com recursos de isenção fiscal e fundos de compensação ambiental. "Mas a remuneração externa é importante, pois o mundo tem de reconhecer o esforço do Brasil em proteger a floresta", disse Moutinho.

Paulo Nogueira-Neto:história do ambientalismo


http://www.itu.com.br/colunistas/artigo.asp?cod_conteudo=35067

Publicado: Segunda-feira, 12 de março de 2012



Sucena ReskBlog BlogE-mail E-mail

Cidadania socioambiental

Jornalista com especialização em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional. Sócio-diretora de Sucena Resk Serviços Jornalísticos, colaboradora de revistas e veículos on line em sustentabilidade e educomunicadora na área técnica ambiental.

Sucena Shkrada Resk
Foto
Paulo Nogueira-Neto

Falar sobre Paulo Nogueira-Neto não é uma das tarefas mais fáceis, afinal, é figura-chave para a compreensão da história “viva” do socioambientalismo brasileiro e internacional. Prestes a completar 90 anos, em 18 de abril, esse paulistano continua a contribuir com suas reflexões oriundas de uma experiência de pelo menos 60 anos de jornada, em que transitou do Estado Novo à Ditadura e à Democracia, consolidando seu posicionamento sobre a “sustentabilidade”.

Nos anos 50, ele lembra que “os ambientalistas”, movimento do qual já fazia parte, cabiam em uma Kombi. “Havia uma em São Paulo e outras em Minas Gerais, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro...”, fala bem-humorado. Nessa época, foi um dos fundadores da Associação de Defesa da Flora e da Fauna, que posteriormente se transformou na Associação de Defesa do Meio Ambiente - São Paulo (Adema - SP).

Uma pessoa de sorriso fácil e memória invejável – diga-se de passagem –, ele relembra de detalhes de bastidores de momentos importantes que protagonizou como homem público e militante da área ambiental e não demonstra desânimo ao defender políticas no setor mais vigorosas no país e no mundo. Para isso, não mede esforços. Aconselha (seja quem for), desde estudantes à presidente da república, Dilma Rousseff, quando se trata dos riscos impostos na atualidade à agenda ambiental, sobre a qual se esforça em estar atualizado.

Uma de suas preocupações atuais é o andamento da votação do Código Florestal, na Câmara dos Deputados.“O projeto de lei realmente tem alguns problemas. A reforma será boa, desde que não prejudique o meio ambiente”

Professor emérito de Ecologia da Universidade de São Paulo, na qual ministrou a disciplina, desde 1988, e membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), do qual também foi presidente e fundador, Neto tem um currículo extenso nessa seara. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1945, e em História Natural, em 1959, pela Universidade de São Paulo (USP), como pesquisador, tornou-se especialista em abelhas indígenas sem ferrão (Meliponinae) e em pombas e rolas, entre outras.

Foi nomeado o primeiro secretário especial do Meio Ambiente (SEMA), em 1974, órgão à época, vinculado ao Ministério do Interior, com prerrogativas de ministro. E lá permaneceu até 1986. “Sobrevivi a quatro governos (rs), até a metade da gestão Sarney. Eu estava representando a comunidade científica e interessado na relação do país com o meio ambiente”.

“Na década de 70, recebi o convite para ser secretário e me deram três salas e cinco funcionários (quase nada para a atribuição que teria), então, pensei – Como fazer isso crescer? Não tinha poder de polícia, era uma missão praticamente missionária”.

Neto se recorda que era um período difícil da Ditadura, com o governo militar e políticos conservadores. “Fiz questão de ficar fora da política partidária e pensei que uma maneira de fazer o trabalho crescer era me aliar à imprensa. Eu criticava o problema e dizia como poderia ser resolvido. Tratava de questões graves, como a poluição horrorosa em matéria de enxofre. Mesmo hoje ainda é um problema, imagine naquela época. Na cidade de São Paulo, as pessoas ficavam com lágrimas nos olhos, sem estar tristes e roucas, sem participarem de comícios...”.

Sob sua gestão, foi criada a Política Nacional de Meio Ambiente, em 1981. “Só teve dois votos contrários. A aprovação teve aspectos interessantes. O primeiro artigo que o Franco Montoro havia proposto, previa prisão. Outro líder do governo falou que se ele mantivesse essa pena no texto, não seria aprovado (então, houve alteração). E esse projeto criou o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)...”.

“No início do Conama, Mario Andreazza (então, ministro do Interior) ficou estupefato de o governo não ter liderança no órgão. Até hoje o governo federal é minoria lá e ninguém percebe (rs). São 110 membros e o questionamento de que não poderia funcionar por causa disso não é verdade. O conselho é subdividido em câmaras técnicas e quando a resolução vai à plenária, quase tudo está resolvido. Mas ainda há muita coisa a melhorar...”

Mais uma pauta prioritária, segundo Paulo Nogueira-Neto, se referia às fábricas de amianto e o comprometimento da saúde humana.

O ex-secretário Especial de Meio Ambiente lembra, como se fosse hoje, que um dos primeiros atos nesse cargo, foi o de ampliar aos poucos a quantidade de parques nacionais no país, enfrentando muitas resistências. “Criei três unidades novas e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) não podia achar ruim”.

E anos mais tarde, mais precisamente em 1989, era criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com a fusão da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), da Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), da Superintendência da Pesca (SUDEPE) e do IBDF. Neto foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos conceitos das unidades de conservação no país, que desde 2007, estão sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Com relação às Áreas de Proteção Ambiental (APAs), tirei a ideia de uma viagem que fiz a Portugal. Lá recebe o nome de Parque Natural. Mas todos têm de ser (rs), o nome era meio estranho, mas o conceito bom. Não tem custo nenhum e não pode ter fonte industrial de poluição...”

Quanto às estações ecológicas, ele deu seu “toque de professor universitário”. “Deveriam ter a missão ligada à pesquisa e a gestão de universidades locais, na administração das mesmas”.

Paulo Nogueira Neto revela que um dos momentos mais marcantes de sua trajetória foi participar da Comissão Brundtland da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pela elaboração do relatório de “O Nosso Futuro Comum”, em 1987, quando surgiu o embrião do conceito de sustentabilidade. “A ideia era de proteção ao meio ambiente, incentivo à educação, melhoria das condições de saúde...”

Quantas recordações, em praticamente duas horas...Essas e outras histórias dos bastidores do ambientalismo, ele contou durante palestra, nesta semana, no Instituto de Eletrotécnica e Engenharia, da USP, que continuarei a relatar na segunda parte dessa matéria.



Designers projetam estacionamento para bicicletas nas alturas


06/03/2012 09:58

Estúdio de Nova York criou um protótipo semelhante a uma roda gigante na tentativa de solucionar a falta de “vagas” para as magrelas

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