segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Fossas Verdes" objetivam garantir sustentabilidade no sertão cearense



17 02 cearaUma parceira entre Incra e Universidade Federal do Ceará (UFC) promete ser um marco no que se refere às políticas públicas nos assentamentos da reforma agrária. Neste mês de abril, a pesquisa "Fossas Verdes", que reutiliza água de esgoto sem prejudicar a natureza, está sendo concluída no Projeto de Assentamento (PA) São Joaquim (25 de Maio), em Madalena, a 187 quilômetros de Fortaleza. São 65 "Fossas Verdes" implantadas no PA.
Uma canaleta é instalada ligando o banheiro da casa ao meio externo, onde está localizada a "Fossa Verde", uma caixa impermeável submersa. Lá dentro, os dejetos ficam retidos em uma estrutura piramidal e a água é drenada por tijolos furados, passando por um processo de tratamento, e serve para a reutilização, inclusive para irrigar culturas como banana, mamão e tomate.
O professor doutor e coordenador do projeto, José Carlos, garante "um fruto totalmente limpo". Ainda de acordo com o professor "não há concentração de gás. As plantas liberam o vapor d´água aos poucos na natureza' afirma. Ele também explica que um esgoto doméstico é formado por 97,7% de água e 0,3% de outros materiais. Daí a importância de reutilização desta água, sobretudo no semi-árido nordestino.
De acordo com o último relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 7% das residências do semi-árido cearense possuem esgotos. Isso reforça a importância do projeto, que é parte da tese de doutorado de Ana Ecilda Lima Ellery, orientadora de projeto de assentamento do Incra. Conforme Ana Ecilda, "as Fossas Verdes têm potencial para contribuir na saúde e na segurança alimentar das famílias assentadas, sem desrespeitar o meio ambiente", diz.
O custo para instalar uma "Fossa Verde" é, em média R$ 500,00. O valor garante a operacionalização por famílias geralmente de baixo poder aquisitivo. O baixo custo é mais um item a favor do projeto.
O projeto é totalmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que garante visitas técnicas regulares aos assentamentos. A equipe é formada por sete pessoas entre doutores, mestres e bolsistas, inclusive por Maria Auderice assentada e bolsista do CNPq, que se anima com a conclusão do projeto que começou em 2009.


Hidrosed - Grupo de Estudos Hidrossedimentológicos do Semiárido







PROJETO FOSSA VERDE

Bioremediação vegetal do esgoto domiciliar em comunidades rurais do semi árido: "água limpa, saúde e terra fértil"
O projeto visa o desenvolvimento e aplicação de técnicas eficientes, de baixo custo e baixo consumo de energia para o tratamento de água, esgotos e chorumes, adequadas às necessidades específicas regionais/locais, em especial no semiárido brasileiro.
Para a realização dos trabalhos, existe a colaboração da Engenharia Agrícola (UFC), Epidemiologia (UFC), Serviço Social (UECE) e INCRA.
O trabalho será realizado no Assentamento 25 de maio no município de Madalena, envolvendo 500 famílias.
O financiamento está sendo realizado com recursos oriundos do CNPq.
Equipe de Execução
  • José Carlos de Araújo - UFC
  • Liana Brito de Castro Araújo - UECE
  • Rachel Maria Rigoto - UFC
  • Ana Ecilda Lima Ellery - INCRA
  • Mario Cesar Wiegand - UFC
  • Laldiane de Souza Pinheiro - UFC
  • Guilherme Sabadia - UFC
  • Saulo Rodrigues Chaves - MST
  • Maria Alderice - Assentamento 25 de maio
  • Maria Evilânia Rodrigues Pereira - Assentamento 25 de maio




O único problema é o conforto térmico...


Hotel argentino tem quartos-contêineres instalados em meio à floresta


Postado em 17/01/2012 às 15h01
O local é equipado com quartos construídos dentro de contêineres reaproveitados. | Imagem: Alterra
O Hotel Alterra é considerado um camping de luxo na Argentina. A diferença é que ao invés de barracas, o local é equipado com quartos construídos dentro de contêineres reaproveitados. A estância está localizada a 350 quilômetros da capital Buenos Aires.
A construção sustentável se destaca em meio à natureza. Porém, os impactos ambientais gerados por ela são bastante reduzidos. Isso porque os contêineres foram cuidadosamente colocados entre as árvores, sem que elas precisassem ser cortadas ou fosse necessário transformar a paisagem original.
O hotel também conta com um toque especial do arquiteto argentino Clorindo Testa que projetou uma casa principal instalada no centro, entre todos os quartos, transformada em uma galeria de arte. O território da pousada possui área total de pouco mais de dez mil metros quadrados e a região de Pinamar é uma das poucas que reúne praia e densos bosques repletos de pinheiros.
Reutilizar os contêineres para criar projetos arquitetônicos não é exatamente uma novidade. Lojas já aderiram a essa proposta, projetos de pequenos apartamentos também, no entanto o grande diferencial do Alterra é realmente a paisagem em que eles foram inseridos.
A sustentabilidade foi considerada também na escolha dos sistemas de aquecimento e energia. Os contêineres são isolados com materiais reciclados e o sistema energético é totalmente eficiente, bem como os aparelhos que foram instalados, com gastos reduzidos para evitar o desperdício de energia.
As diárias no hotel argentino custam em média US$ 250. Com informações do TreeHugger.
Redação CicloVivo
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Máquina “waste-to-water” decompõe resíduos orgânicos em fertilizante e água de reúso, em 24h!


Empresária cria máquina que decompõe resíduos orgânicos em 24h


Postado em 20/02/2012 às 09h30
Os clientes podem agora economizar 70% de sua taxa de descarte de resíduos se o decompositor for usado individualmente. | Imagem: JBloom / Flickr

A empresa Eco-Wiz de Cingapura desenvolveu um inovador decompositor de resíduos de alimentos. A ferramenta permite a decomposição e compostagem dos resíduos dentro de 24 horas, transformando-os em um líquido rico em nutrientes ou adubo.
A proprietária da empresa, Renee Mison, uma ex-profissional de marketing, conheceu a máquina coreana “waste-to-water” (de resíduo a água) em estágio de desenvolvimento e comprou seus direitos. Depois, investiu mais de 380 mil dólares em pesquisa e desenvolvimento para transformar o decompositor em uma ferramenta perfeita de gestão da água e resíduos.
Segundo artigo publicado no site The Jakarta Globe, na Indonésia, o produto do decompositor pode ser usado como fertilizante para jardins, enquanto a água é limpa suficiente para ser usada na lavagem de pisos ou rega de plantas e muitos outros fins, menos para beber. O dispositivo pode produzir 267 litros de água a partir de uma tonelada de resíduos de alimentos.
Desta maneira, uma grande quantidade de alimentos desperdiçados pode ser gerenciada ao invés de ir para aterros. Em troca, água limpa será fornecida para fins de irrigação.
Segundo Renee, uma tonelada de resíduos gera mil litros de água. Em Cingapura, para cada tonelada de resíduos uma elevada taxa precisa ser paga. Os clientes podem agora economizar 70% de sua taxa de descarte de resíduos se o decompositor forusado individualmente. A máquina ajuda as organizações a se tornarem mais amigas do meio ambiente, além de poupar dinheiro.
A companhia assinou recentemente um contrato com uma empresa de pesquisa tailandesa para melhorar o desempenho dos micróbios usados ​​no decompositor. Eles irão ajudar o processo a ocorrer de forma muito mais rápida e mais eficiente.
O decompositor é recomendado para residências, hotéis, restaurantes, fábricas de alimentos, supermercados, apartamentos e outros. Com informações do The Jakarta Globe e Eco-Wiz.
Redação CicloVivo
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Iluminação LED em São Paulo


Iluminação que realça cores ganha mais espaço



Fonte: Folha de São Paulo 19/02/2012  e
Luz, que deixa lugar com 'cara' de shopping, chega à av. Faria Lima
Tecnologia preserva em cerca de 80% as cores originais dos objetos e reduz o consumo de energia em até 60%
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

As noites estão mais brancas na cidade de São Paulo. A claridade ganhou o viaduto do Chá, entrou no parque Ibirapuera e literalmente mudou o tom noturno da agitada avenida Paulista.
Se na São Petesburgo do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881) as noites brancas são o cenário romântico para um amor não correspondido, em Sampa, elas já deixam algumas ruas com cara de shopping e tiram de cena a atmosfera de São Paulo antiga no centro.
Por outro lado, com as vias mais claras, aumenta a sensação de segurança, mais pessoas saem às ruas, e, com mais gente circulando, a tendência é que fiquem mais seguras.
Nos últimos três anos, lugares estratégicos da cidade, seja pelo movimento de pedestres, como a avenida Paulista, seja pela importância histórica, como o entorno do Theatro Municipal, ganharam lâmpadas de vapor metálico -a Faria Lima será a próxima nova iluminada.
Essa tecnologia preserva em cerca de 80% as cores originais dos objetos e reduz o consumo de energia elétrica em até 60%. A depender do modelo usado, pode produzir uma iluminação mais branca ou mais amarelada.
Mais versáteis e mais econômicas ainda, as luminárias de LED já clareiam ruas famosas por concentrar restaurantes, como a Avanhandava (centro) e a Amauri, no Itaim (zona oeste), e outros locais como a praça Villaboim e a rua do Arouche, na região central.
Além disso, oito túneis ganharam iluminação com LED -até o final do ano, outros oito terão o mesmo tipo de luz.
A mesma tecnologia foi usada no parque Ibirapuera, que teve sua iluminação substituída no ano passado.
Hoje, metade das 560 mil lâmpadas da cidade é de vapor de mercúrio, que produz iluminação branca de menor qualidade, além de consumir muita energia. Até 2013, elas devem ser trocadas por modelos de vapor de sódio, mais eficientes e econômicas.



INTOLERÂNCIA ZERO


Não me sinto bem defendendo a indústria do fumo, mas não fico feliz ao lado dos puritanos

http://revistatrip.uol.com.br/revista/207/colunas/intolerancia-zero.html

icone postado
08.02.2012 | Texto por André Caramuru Aubert Fotos Reprodução



Reprodução



Aqui entre nós: não existe nada mais estúpido do que querer acender, pela primeira vez, um cigarro: a vítima vai encher os pulmões de fumaça, achar o gosto ruim e engasgar. Mas, depois de algum sofrimento, quando conseguir ficar viciada, a vítima terá os dentes amarelados e ficará com as mãos, os cabelos e as roupas fedidos. Além disso, vai viver com menos fôlego, ficar estatisticamente mais sujeita a uma série de doenças, inclusive uma rica lista de cânceres, e tudo isso ainda vai custar a ela um bom dinheiro todos os dias. Sabendo disso (e as pessoas em geral sabem), por que é que alguém começa a fumar? Porque publicidade funciona. E, no caso do cigarro, ela não vende um produto (que afinal é, mesmo, muito ruim), mas sim o status, a imagem e o estilo de vida que esse produto supostamente vai trazer ao freguês. É por isso que, durante muitos anos, a indústria pagou um bom dinheiro a grandes nomes de Hollywood, como John Wayne, Cary Grant e Bette Davis, para que aparecessem, sempre que possível, com um cigarro na boca ou nas mãos. É também por isso que Emerson Fittipaldi correu num John Player Special, Nelson Piquet num Camel e Ayrton Senna num Marlboro.

Eu nunca fumei e, quando adolescente, era intransigente com amigos meus que começavam a fumar. Achava aquilo uma burrice e não os perdoava. Com o passar do tempo, fui ficando menos dono da verdade e passei a aceitar melhor que cada um fizesse o que bem entendesse com a própria vida, mesmo que eu não concordasse. Na mesma medida em que fui ficando mais compreensivo com o cigarro dos outros, o mundo foi ficando menos. Muitas pessoas, inclusive ex-fumantes, passaram a ter tolerância zero com relação ao fumo alheio. E o cigarro foi sendo expulso, passo a passo, de todos os lugares: saiu dos ambientes de trabalho, da Fórmula 1, dos anúncios nas TVs e revistas e, finalmente, das mesas de bar.

A indústria do tabaco tem vivido sob fogo pesado, e isso é bom, já que ela sempre jogou sujo e não produz nada que preste. Por outro lado, essa artilharia faz parte de um movimento um pouco assustador, que é a intromissão cada vez maior do Estado na nossa vida. As pessoas comuns, com pouco acesso à mídia e a outros canais de representação, acabam espremidas entre os interesses das grandes empresas e de grupos organizados. E o governo, para ouvir o que o povo quer (como se “povo” fosse singular), usa mais a mídia e o Ibope do que as urnas ou outros canais diretos de consulta, acabando por agir de maneira bastante autoritária. E esse novo autoritarismo traz como novidade o uso e o abuso da palavra “saúde” para se justificar.

Ditadura da saúde

Onde estará, na questão do cigarro, o equilíbrio? Será deixando que cada um faça o que quiser, acendendo seu cigarrinho quando bem entender? Ou será que é preservando os pulmões de quem não fuma, expelindo os fumantes para o meio da rua? Será permitindo que a indústria do tabaco anuncie livremente, gastando fortunas para conquistar corações e mentes de adolescentes bobinhos? Ou será que é aceitando o Estado como o guardião de nossa saúde e bem-estar, deixando que seja ele quem decida o que podemos ou não fazer, onde e quando? Nessa discussão sem fim, eu não me sentiria bem defendendo a indústria do fumo, que nunca jogou limpo. Tampouco fico feliz ao lado dos puritanos que louvam um Estado intrometido que, sob o argumento da defesa da saúde e do bem comum, tem avançado vorazmente sobre os direitos individuais. Me atrai mais, na verdade, a ideia de um Estado que diminua as proibições e amplie a educação, deixando a cada pessoa a autonomia para decidir como levará sua vida. Houve tempos em que os padres mandavam e desmandavam, em nome de Deus. Depois foi a vez dos generais, em nome da ordem. Agora o autoritarismo vem vestido de branco e atende pelo título de doutor. Eu não tenho nenhuma simpatia pela indústria do tabaco e pelo próprio tabaco, mas tampouco me sinto bem sob as ordens da nova ditadura da saúde.

*André Caramuru Aubert, 48, é historiador e trabalha com tecnologia. Seu e-mail éacaramuru@trip.com.b
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Eco hostels com banheiro ecológico seco


Locais que oferecem alojamento e experiências diferentes aos viajantes são proposta dos Hostels


Proposta destes espaços é oferecer ao viajante, opções diferentes para conhecer a cultura e as paisagens locais


    Hostels já instalados em Manaus são boa opção de hospedagem
    Hostels já instalados em Manaus são boa opção de hospedagem (Bruno Kelly)
    Hostels, segundo o dicionário, são estabelecimentos que oferecem comida e alojamento baratos para os viajantes. Mas o termo também é sinônimo de lugares interessantes e descolados, que buscam incrementar a experiência dos hóspedes estimulando a interação com outros viajantes e com a cultura e a paisagem locais. Em Manaus, começam a surgir mais espaços com essa proposta: exemplos disso são o Gol Backpackers e o Eco Hostel Amazonas, novidades no segmento de albergues da capital.
    Parte de uma rede que tem uma matriz em São Paulo, o Gol Backpackers (rua Barroso, 325, quase ao lado do Teatro Amazonas) investe na temática esportiva, com espaços e decoração alusivos a times e torneios de futebol. A começar pelos nomes dos quartos: Peladão, Peñarol, Karajá e Nacional, com um total de 20 leitos, cada qual identificado com os brasões correspondentes. Há ainda uma sala de estar com telões em que os hóspedes – estrangeiros na maioria – podem assistir a torneios como o Campeonato Brasileiro de Futebol. “Por sermos tidos como País do Futebol, o público se identifica com esse tema”, diz Ralph Eric Nicoliche, sócio-proprietário da unidade local ao lado do primo Wesley Nicoliche.
    O hostel investe ainda no bem estar dos backpackers (mochileiros, em inglês) oferecendo caipirinha aos recém-chegados, passeios turísticos a preços reduzidos graças a parcerias com operadoras, e ar-condicionado nos quartos e área social. As tarifas são modestas: começam em R$ 25. A fórmula do local, aberto há três semanas, tem dado certo. “Semana passada estivemos com a casa cheia”, celebra Nicoliche, que confirma a aposta no segmento alberguista local. “Vimos que há um potencial grande entre o nosso público, que é de mochileiros. Estamos numa rota legal, que fica entre o Nordeste e a Bolívia”.
    Em meio à natureza
    Aberto a partir deste final de semana, o Eco Hostel Amazonas (praia do Camaleão, do outro lado do rio Negro) investe no turismo ecológico. A estrutura, em alvenaria e madeira, traz cinco apartamentos para seis pessoas cada. Tudo foi planejado a partir do respeito ao meio ambiente, com banheiros secos, compostagem sanitária, tratamento de água coleta em cisternas de água da chuva – que representa 60% do consumo. A estrutura ainda é inicial, como explica Dani Rosário, proprietária com Dorotéa do Rosário.
    “Teremos ainda um biodigestor, para gerar energia alternativa ou gás de cozinha a partir da compostagem. No final teremos 60 leitos, com quartos privativos, família e coletivos”, adianta ela, que espera inaugurar o complexo total até junho. As tarifas serão fixadas de R$ 100 a R$ 150.
    O Eco Hostel Amazonas é fruto de um projeto de Dani e de Alexandre Kemenes, doutor em Biologia, ganhador do Prêmio Samuel Benchimol de Empreendedorismo Consciente e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Para ela, que trabalha com turismo há 22 anos, o apelo à consciência ambiental é um trunfo no mundo atual: “O segmento de hostels é o maior meio de hospedagem hoje, e cresce a cada dia. Somos o primeiro albergue na selva com essa proposta ambiental, e a maioria das pessoas que viajam hoje está preocupada com o meio ambiente”.