segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gabiões para contenção de margem de curso d'água


 Gabiões


Saiba como aplicá-los na contenção de margem de curso d'água



http://www.infraestruturaurbana.com.br//solucoes-tecnicas/1/artigo192212-1.asp

A flexibilidade dos gabiões em admitir deformações sem perder suas características é um dos fatores principais que explica o uso recorrente da tecnologia para contenção de margens de cursos d'água. "Essa propriedade permite à estrutura acompanhar recalques do solo com baixa capacidade de apoio, comum nesse tipo de situação", observa o engenheiro André Jonas Tafarelo, coordenador comercial da Maccaferri.

A permeabilidade em torno de 30% dos gabiões é outro fator relevante para aplicação da tecnologia em contenção de encostas, já que, associada ao uso de mantas geotêxteis, a solução permite construir estruturas monolíticas altamente drenantes. Veja as melhores práticas da execução:

1. Drenagem

Com porosidade que atinge até 30%, estruturas com gabiões dispensam sistemas drenantes, assim como cuidados especiais quanto ao empuxo hidrostático.

2. Manta

Para evitar a fuga de finos do solo, é necessário utilizar filtro de material geôtextil não tecido entre o solo e o gabião. Devido à sua textura porosa e permeável, esse elemento permite rápida percolação da água e geralmente é fornecido em bobinas com 2,30 x 100 m ou 4,60 x 100 m.

Fotos: Marcelo Scandaroli
3. Gabião caixa

O gabião do tipo caixa - que consiste em uma gaiola formada por redes de aço zincado preenchida por pedras ou britas - é muito recomendado para contenção de encostas de córregos por permitir a construção das laterais do curso d'água, na forma de muros, associando resistência hidráulica à estabilidade geotécnica das margens. A depender das especificações de projeto, podem atingir grandes alturas. São feitos de arames resistentes à corrosão e o sistema é executado a seco. São fornecidos com as seguintes dimensões:


4. Brita

Para preenchimento dos gabiões é possível utilizar brita local. No entanto, uma vez que a malha do gabião tem abertura de 8 x 10 cm, é preciso utilizar pedra rachão com diâmetro médio entre 1,2 e 1,5 cm. Além disso, as pedras devem apresentar elevado peso específico (superior a 22 KN) e resistência mecânica. Os tipos mais comuns são basalto, granito, calcário compacto, traquito, arenito, calcário mole e pedra porosa. O uso de estruturas de madeira na face externa, removidas após a conclusão dos trabalhos, auxilia a manter a regularidade da estrutura.

5. Acabamento superficial

Embora dispensável, a superfície externa dos gabiões pode ser revestida com PVC ou por argamassamento, o que diminui a rugosidade e protege a malha metálica de corrosão.

Guia de Comunicação e Sustentabilidade do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)

‘Pecuária verde’ começa a ser implantada em Apuí, no interior do Amazonas


Foram investidos R$ 180 mil para a implementação das quatro UDs iniciais. O recurso foi desembolsado em parceria entre o Idesam e os fazendeiros.
[ i ]Quatro fazendas participam do experimento de menor impacto ambiental em Apuí. Foto: Karina Miotto/ DivulgaçãoQuatro fazendas participam do experimento de menor impacto ambiental em Apuí.
Manaus - Tradicional vilã na preservação da Amazônia, a pecuária começa a ser tingida de verde. Em Apuí, terceiro município mais desmatado do Estado, pesquisadores e pecuaristas formaram parceria para experimentar a criação de gado com menor impacto ambiental. A expectativa é alcançar maior produtividade, mais lucro e evitar a degradação da área.
O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) iniciou na primeira semana de janeiro o manejo rotacional semi-intensivo em quatro fazendas do município, chamadas de Unidades Demonstrativas (UDs). O coordenador do projeto Semeando Sustentabilidade em Apuí, Gabriel Carrero, afirma que o sistema de rotatividade do pasto garante que o gado coma o capim no tempo certo, quando há maior teor de proteína.
“No modelo tradicional de pecuária extensiva o produtor muda de pasto a cada cinco ou seis anos, quando o solo fica fraco e o capim não oferece mais os nutrientes necessários. Isso motiva a abertura de novos pastos e aumenta o desmatamento. Já o manejo contribui para o uso permanente da área, o que estimula a preservação”, explica.
As UDs possuem entre 15 e 23 hectares e são subdivididas em seis partes de tamanhos iguais. O gado pasta de seis a sete dias em cada piquete, rotativamente. Quando completa um ciclo, os animais voltam para o subpasto original. É a rotatividade, que batiza o sistema, que permite o rebrotamento do pasto e possibilidade de manejo.
Foram investidos R$ 180 mil para a implementação das quatro UDs iniciais. O recurso foi desembolsado em parceria entre o Idesam e os fazendeiros. Carrero destaca que o lucro com o aumento da produtividade ficará integralmente com os pecuaristas. “É importante que o Estado fomente linhas de crédito para que outros produtores possam aderir ao sistema”, disse. O primeiro ‘teste’ sobre a eficiência do experimento será aferido em março, por meio de um estudo de viabilidade econômica. O resultado final do projeto será conhecido em dezembro deste ano.
O agropecuarista Robson Marmentini, 34, proprietário de uma das UDs, já planeja aumentar a área rotacionada de seu pasto com o lucro desta primeira experiência. Ele calcula que poderá triplicar a produção se expandir o manejo para todas as suas cabeças de gado. “Acredito que as experiências práticas vão facilitar a aceitação da novidade por toda sociedade pecuarista”, disse.