segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pedalada para a morte...


07/10/2012-05h30

Zona leste tem maior número de mortes de ciclistas em SP


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO

Um aviso para quem anda de bicicleta por São Paulo: a zona leste é a região mais perigosa da cidade para os ciclistas. Foram 55 casos de acidentes fatais entre 2009 e 2011, o índice mais alto da cidade. Ao todo, 159 ciclistas morreram na capital nesse período.
A pior situação foi registrada no bairro Jardim Helena, onde os acidentes já levaram à morte sete ciclistas.
Na sequência do ranking, aparecem as zonas sul e norte. O menor índice está na zona oeste e no centro.
Para o consultor de mobilidade urbana André Pasqualini, 38, a concentração de acidentes em regiões periféricas não chega a surpreender.
"São locais pontuais que não são preparados para bicicletas, mas concentram um número grande de ciclistas."
Para Pasqualini, a redução de acidentes passaria por usar os dados de onde eles ocorrem e precisar suas causas. "Deveria existir um plano viário concreto, baseado em educação, fiscalização e infraestrutura. Só assim os ciclistas poderiam se sentir mais seguros."
Joel Silva - 3.mar.2011/Folhapress
Ciclista anda pela movimentada avenida 23 de maio em maio, próximo ao Parque do Ibirapuera, em Sao Paulo
Ciclista anda pela movimentada avenida 23 de Maio, próximo ao Parque do Ibirapuera, em Sao Paulo
Entre as vias mais perigosas estão a rodovia Fernão Dias e a avenida Raimundo Pereira de Magalhães (zona oeste), com três mortes cada uma, e a avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, na zona leste, com duas mortes.
SEGURANÇA
Considerando o total de acidentes com ciclistas, foram 1.727 entre 2009 e 2011, a maioria com carros ou ônibus.
O ciclista Daniel Freitas, 26, conta que se envolveu em um acidente leve na avenida Eliseu de Almeida (zona oeste) após discutir com o motorista de um ônibus por causa de uma "fina" que o veículo teria tirado da bicicleta.
"Parei na frente do ônibus para filmar a placa e ele me empurrou até derrubar a bicicleta", diz.
Para Freitas, a situação seria mais segura para os ciclistas se houvesse mais ciclovias na cidade -atualmente, são 60,4 km. Como comparação, Amsterdã, na Holanda, tem 400 km de ciclovias. (THIAGO AZANHA E VANESSA CORREA)
Editoria de Arte/Folhapress