terça-feira, 19 de junho de 2012

"Iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos"


18/06/2012 - 15h28

Pnuma quer rede para tornar cidades eficientes no uso de recursos


Para economizar energia e recursos nas cidades não é preciso grandes investimentos a longo prazo. Isso pode ser alcançado, em grande parte, com planejamento prévio de construções e mudança de comportamento.
A ideia é defendida pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em sua "iniciativa global para cidades eficientes no uso de recursos", lançada no domingo, na Rio+20.


"O primeiro objetivo é dizer para as pessoas que elas estão perdendo grandes oportunidades, estão perdendo dinheiro cometendo muitos erros que poderiam ser corrigidos facilmente", disse o chefe de Consumo e Produção Sustentáveis do Pnuma Arab Hoballah.
Segundo o Pnuma, só com uma mudança de comportamento das populações, é possível reduzir em 30% o consumo de água e em até 50% o consumo de energia.
Hoballah diz que construir um prédio eficiente custa apenas entre 15% e 20% a mais, se for pensado desta forma desde o início do projeto. "O que falta é um mecanismo que ligue governo e mercado para que haja investimento no custo adicional do prédio para compartilhar os benefícios futuros", destacou.
A preocupação com as cidades vem da estimativa que, até 2050, até 80% da população mundial estará vivendo nelas.
Hoje, os centros urbanos produzem 50% de todo o lixo, concentram pelo menos 60% das emissões de gases do efeito estufa e consomem 75% dos recursos naturais.
O Pnuma propõe criar uma rede para troca de experiência entre cidades de todo o mundo e a promoção de pesquisa sobre eficiência de recursos. Também se dispõe a oferecer assessoria para cidades interessadas, inclusive na questão de pedidos de financiamento. "Não há soluções que só servem para uma cidade. O que é preciso é adaptar os bons modelos", disse.
O ex-prefeito de Toronto David Miller observou que o Rio de Janeiro já poderia ser uma das cidades beneficiadas com o uso eficiente de recursos. "Quem veio para o Riocentro hoje de carro já viu a importância de se gerenciar os transportes", disse, referindo-se ao trânsito intenso que os participantes têm enfrentado para chegar à sede da conferência.