segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cidades verdes podem reduzir desigualdade social


Defensor da economia verde, Pavan Sukhdev acredita que ela pode reduzir a desigualdade social e os riscos ambientais

Suzana Camargo, do

Sha
Wikimedia Commons
Paulistanos no parque do Ibirapuera
Pavan defende que países em desenvolvimento invistam na economia verde e as nações desenvolvidas reduzam a pegada ambiental

São Paulo - O setor da construção civil consome sozinho 12% da água fresca do planeta e produz 40% dos resíduos sólidos. 1/3 da energia global é utilizada por edifícios.
O impacto desses dados é a comprovação de que é preciso mudar da brown economy (economia marrom) para a verde. Essa é a visão de Pavan Sukhdev, chefe da Iniciativa em Economia Verde do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente e presidente e fundador do GIST Advisory, consultora especializada em impactos ambientais.
A transformação de alguns setores estratégicos são necessárias para que a economia verde seja viável. São eles: agricultura, água, florestas, pesca, energia, transporte, indústria, lixo, turismo e a construção de cidades. “Precisamos também criar condições para essa nova economia, com legislações, subsídios, taxas e reformas”, afirma Sukhdev.
A criação das novas cidades sustentáveis depende ainda de investimentos público e privado. “A construção de edifícios sustentáveis vai aumentar a oferta de empregos, melhorar a qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores e ainda reduzir as emissões de poluentes através do uso eficiente de energia”.
Estima-se que nas próximas décadas 80% da população mundial irá viver em centros urbanos. Para o economista, essa proximidade e densidade populacional dos grandes centros nem sempre é negativa. Ela pode ser a propulsora de inovações. Um dos exemplos citados por Pavan Sukhdev é do plano adotado por Singapura. Nos últimos dez anos, a cidade asiática conseguiu aumentar em 10% a área verde – de 36% em 1986 para 47% em 2007.