segunda-feira, 14 de maio de 2012

O preço da sustentabilidade

11/05/2012 - 16:09

O preço da sustentabilidade é destaque no Sustentável 2012



Empresas e governo debatem a viabilidade de medidas implementadas e futuras.
É possível medir sustentabilidade? Essa foi a primeira pergunta da plenária sobre economia verde do Sustentável 2012, congresso promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Empresas, governo e CEBDS defenderam que sim, é possível, falaram sobre os indicadores disponíveis, mas ressaltaram a importância de se avançar nestes indicadores, incorporando valores que hoje ainda não fazem parte dos cálculos de produção e gestão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falou da importância do setor privado, considerado essencial para a implementação da sustentabilidade e considerou este um avanço da Rio+20 em relação à Rio92. “Há um desafio pós-conferência, que é de ação, de sair do discurso para os compromissos. Temos que ter um pragmatismo. Vamos discutir, no fundo, a geopolítica de desenvolvimento dos países. Vai ganhar quem tiver a capacidade de inovar. Para isso, deve haver um debate econômico, se, de fato, o desenvolvimento verde assumirá o protagonismo”, afirmou a ministra.
Para o presidente do Santander, Marcial Angel Portela Alvarez, é possível mensurar a sustentabilidade, mas ainda é necessário homogeneizar as medidas em diferentes países. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, acrescenta que o desafio é embutir os custos relativos às ações nos meios social e ambiental no preço final dos produtos e serviços prestados.
“A sustentabilidade é uma tendência que já se consolidou, mas, de fato, o custo real ainda não existe. Essa é uma questão em que a gente precisa avançar muito”, argumentou Marina, ressaltando que é preciso alterar a medida de performance das empresas para além da financeira.
A iniciativa privada depende da medição da sustentabilidade, de acordo com a diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Vale, Gianne Zimmer. “As metas das empresas têm que estar muito concretas. O grande desafio para a Rio+20 é a mensuração do social.”
A ministra Izabella ainda destacou que é preciso medir os benefícios da sustentabilidade para a sociedade. “É preciso discutir o acesso (da população à sustentabilidade). Há gente neste país que não tem acesso à energia. Temos que falar de eficiência. E também da qualidade do que está sendo consumido. A ambição de mudar tem que ser compactuada com a sociedade.”
O embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que, desde a Eco92, empresas conseguiram demonstrar aos governos que podem ser mais ousados na regulamentação e que este será um diferencial na Rio+20.