domingo, 11 de março de 2012

Sacolas plásticas serão banidas, mas ainda são descartadas por dia aproximadamente cinco mil toneladas de bitucas de cigarro no mundo...


10/03/2012 - 14h23

Brasileiros usam 15 bilhões de sacolas plásticas por ano


No Brasil, estima-se que o uso de sacola plástica seja de 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano. Mas os consumidores brasileiros representam apenas uma parte do uso mundial do produto. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indicam que, no mundo, são distribuídas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano. Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.
Na Irlanda, por exemplo, as sacolas plásticas foram vendidas, inicialmente, 0,15 centavos de euro por sacola. Com isso, houve a redução de 94% no consumo individual. Antes de 2002, quando a lei foi instituída, cada consumidor usava 300 sacolas por ano. Agora, o número é de 21 sacolas anuais. Hoje, o preço da sacola é de 0,22 centavos de euro. O comércio oferece sacolas retornáveis.
Na Inglaterra, as sete maiores redes atacadistas assinaram acordo voluntário com o governo para reduzir à metade o consumo de sacolas plásticas até 2009. Para atingir a meta, houve investimento em ações de educação e conscientização dos consumidores, além da adoção de programas de fidelidade e campanhas de reciclagem.
Os Estados Unidos e o Canadá não possuem leis nacionais regulando o uso de sacolas. Nesses países, cabe a cada estado adotar sua norma. Em Washington, capital norte-americana, há a cobrança de US$ 0,05 para cada sacola plástica ou de papel usada no comércio.
Em Toronto, no Canadá, desde 2009 os comerciantes cobram US$ 0,05 por sacola plástica. O governo local incentiva que o dinheiro arrecadado seja usado na própria comunidade ou em iniciativas ambientais.




ESTUDO APONTA POLUIÇÃO CAUSADA PELAS BITUCAS


autor: Roberto Façanha
 
    Na experiência conduzida pelos professores Aristides Almeida Rocha e Mário Albanese nos laboratórios da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, 20 pontas de cigarro foram colocadas em um recipiente com 10 litros de água e submetidas a um processo de agitação.
     A mistura permaneceu em infusão por oito dias. Do líquido resultante, que apresentava coloração amarelo-escura e forte odor de nicotina, foram retiradas amostras de 100 mililitros para análise da de­­manda bioquímica de oxigênio (DBO), indicador que mede a poluição causada por matéria orgânica biodegradável.
      No processo de decomposição, micro-organismos como bactérias, protozoários e fungos alimentam-se do material orgânico poluente e consomem o oxigênio dissolvido no meio aquático. Quanto maior for a demanda por oxigênio, mais prejudicada será a sobrevivência dos peixes e de outros organismos aquáticos.
      O esgoto doméstico, em geral, rouba o oxigênio da água em taxas que variam de 300 a 600 mg/l. Na experiência com as 20 guimbas dissolvidas em 10 litros de água, a DBO atingiu 317 mg/l. “Considerando-se que o peso médio de uma bituca é de 0,5 grama e provoca uma DBO de 0,75 mg/l, torna-se possível concluir que 2 bitucas ou 1 grama promove uma demanda de oxigênio de 1,5 mg/l”, diz Alba­nese. “Esse valor corresponde à poluição causada por um litro de esgoto doméstico”, conclui. Já o filtro, que faz parte do toco do cigarro, resiste à biodegradação, permancendo no solo e na água por 5 a 7 anos, sem se de­­compor. (AS)


Projeto de Lei proíbe descarte dos filtros de cigarro




27/10/2011 




Ao caminhar pelas ruas não é difícil encontrar lixo pelo chão e, em
meio a ele, o filtro de cigarro. Para coibir esta ação, está
tramitando na Câmara de Vereadores do Recife um Projeto de Lei que
proíbe o cidadão de jogar a o filtro dos cigarros na rua. O autor, o
vereador Erivaldo da Silva (PTC), diz que, segundo dados da Aliança de
Controle ao Tabagismo no Brasil (ACTBR), são descartados por dia
aproximadamente cinco mil toneladas do produto no mundo.

Mesmo já existindo leis que proíbem as pessoas de sujar as ruas, Silva
ressalta que sua proposição tem grande importância. “Parece
insignificante, mas a bituca (filtro) de cigarro é o lixo mais comum
no planeta. Está presente em todos os lugares, nas ruas, nos parques,
nos gramados, nas matas e florestas, nas linhas d′água, nas canaletas,
nas galerias de água pluviais e esgotos, nos canais, nos rios, na
areia da praia e água do mar. É um problema sério e preocupante”,
argumenta. De acordo com ele, o número se tornou maior depois da lei-
antifumo. “Com a proibição de fumar em ambientes fechados, as ruas se
encheram de bitucas de cigarros, que são levadas pelas chuvas para
canaletas, galerias, canais e rios, poluindo tudo, até mesmo nossos
mananciais”, afirmou.

Além disso, sua proposta visa a colocação de lixeiras específicas para
as pontas de cigarro. Elas seriam uma forma de evitar que os fumantes
deem desculpas. O vereador também acredita que seu projeto irá
prevenir, inclusive, incêndios. “Ao descartar um toco de cigarro acesa
em algum lugar que a brasa possa se propagar, isso pode gerar
incêndios”, concluiu. A instalação caberia ao Poder Público Municipal.

O segurança Roberto Félix, 52 anos, não é fumante e gostou do projeto.
Entretanto, diz que deveria ser mais rigoroso com a classe alta,
alegando que são os maiores usuários de cigarro. “A ideia é boa, mas
ele deve se preocupar mais com os que são mais ricos. Já fui segurança
de muitos e o que mais via era eles jogarem no chão. E olhe que não
fumam pouco, viu?”, sugeriu. Félix também comentou que a lei antifumo
não é respeitada. “Estou cansado de ser incomodado por pessoas que
fumam em dentro de locais fechados. Até parece que não existe lei”,
explicou.

Contrária à ideia do vereador, a doméstica Maria José Donato, 45 anos,
questionou a seriedade do projeto. “Vou jogar o lixo onde? Vão colocar
as lixeiras exclusivas como, se a gente procura uma para por um saco
de pipoca e não encontra? Imagine uma só para cigarro. Eu acho que é
balaca (SIC)”, opinou. Ela reconhece que não é uma atitude cidadã, mas
comentou que está longe de corrigir o hábito adquirido. Concordando
com a doméstica no aspecto da falta de educação dos fumantes, o
autônomo Otonni Tavares, 59 anos, mas admite que joga em qualquer
lugar, mas acredita que a proposta pode ser boa.







Não ao lixo à beira-mar

Instituto Baleia Franca alerta sobre o impacto desse descarte à fauna marinha





Nunca é tarde demais alertar os turistas e à comunidade litorânea sobre a preservação dos locais que eles elegeram para passar as férias ou viver. Pelo menos é o que pensa os biólogos do Instituto Baleia Franca (IBF), que tem ações pontuais realizadas na Praia do Rosa (Imbituba) e Garopaba, litoral Sul de Santa Catarina. Mas o que vale para lá serve também para a extensa costa do Brasil.
De acordo com Mônica Pontalti, bióloga responsável pelo IBF, esclarecer sobre os impactos do lixo para os animais marinhos, oceanos e mesmo para a saúde da população faz parte do trabalho de preservação que eles realizam no mar. Os biólogos do Instituto salientam que o lixo mais comum encontrado pela equipe são as bitucas de cigarro, que acabam sendo ingeridas pelas gaivotas, especialmente no Inverno, época em que as aves se reproduzem.
E esse não é o único lixo. Para tanto, o IBF listou uma série de procedimentos que podem ser úteis para manter saudável o ambiente amarinho que se quer usufruir, a começar:
- Ao visitar um ambiente natural, leve o lixo produzido de volta com você ou deposite-o em local adequado;
- O lixo jogado no mar representa uma séria ameaça aos organismos marinhos. Muitos animais, como as tartarugas e os golfinhos, confundem pedaços de plástico com os seus alimentos, morrendo sufocados;
- Todo plástico que chega aos oceanos ficará lá, rompendo-se continuamente em pequenos fragmentos, podendo ser ingeridos e causando uma série de problemas fisiológicos aos animais;
- No mar, os pedaços maiores de plástico são responsáveis pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a fauna que vive nesta área, como tartarugas, golfinhos, tubarões e centenas de espécies de peixes;
- O pior acontece com os pequenos fragmentos de plástico, que se confundem com o plâncton (base da cadeia alimentar marinha), sendo absorvidos pelo plâncton maior, que serve de comida para aves e peixes. Desta maneira, o plástico que inadvertidamente deixamos chegar ao mar entra na base da cadeia alimentar, onde inevitavelmente chegará a quem come os peixes: você!;
- O lixo é responsável pela contaminação das águas, que pode provocar escabiose (doença parasitária cutânea conhecida como sarna), verminoses e esquistossomose. Já a principal doença relacionada ao contato com areia ou solo contaminado é a micose.
- Tempo de decomposição do lixo no mar: papel: 3 a 6 meses; filtro de cigarro: 5 anos; chiclete: 5 anos; lata de alumínio: 80 a 100 anos; fralda descartável: 450 anos; saco plástico: 30 a 40 anos; e garrafa plástica: 400 anos.