terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Conheça SAÚTIL


Site ajuda a encontrar atendimento médico e remédios gratuitos

Redação em 30/01/12
O Saútil é um portal de internet que facilita o acesso aos recursos de saúde gratuitos disponíveis para a população brasileira. O nome do site surgiu a partir desse conceito, Saútil = saúde + útil.
De maneira simples, o site disponibiliza informações sobre os recursos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Santas Casas, dentre outros e também alguns recursos de baixo custo existente no mercado privado.
O usuário encontra consultas, exames, atendimento de urgência e emergência, vacinas, qual o procedimento para retirar medicamentos (de baixo e alto custo), além de informações sobre o Programa Dose Certa, Farmácia Popular, Saúde Bucal e notícias sobre saúde atualizadas diariamente.
O principal público beneficiário é a população das classes C, D e E que, em sua grande maioria, não possui planos de saúde.
O conteúdo do site é destinado a orientar o usuário em questões relacionadas à utilização dos recursos da rede pública de saúde, informando sobre a localização das unidades de saúde além de consolidar e fornecer informações dos procedimentos para sua utilização. O usuário ainda conta com dicas de qualidade de vida, bem estar e as melhores e mais atualizadas notícias de saúde.
A iniciativa não tem ligação com nenhuma esfera governamental, é encabeçada por quatro profissionais de diferentes áreas de atuação que uniram sua expertise para realizar um trabalho que pudesse ajudar a população. São eles: Fernando Fernandes (médico cirurgião geral), Edgard Morato (designer), Gustavo Greggio (designer digital) e Tatiana Magalhães (jornalista e especialista em marketing de saúde).

Link:

Maioria aprova fim das sacolinhas em SP, diz Datafolha


31/01/2012 - 08h00

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1041557-maioria-aprova-fim-das-sacolinhas-em-sp-diz-datafolha.shtml

Motivo de embate entre a indústria plástica e o varejo, o fim da distribuição de sacolinhas pelos supermercados de São Paulo é aprovado pela maioria da população da capital do Estado, informa pesquisa de Érica Fraga publicada na Folha desta terça-feira.
A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Pesquisa feita pelo Datafolha revela que 57% dos paulistanos são a favor do acordo feito entre o governo do Estado e a associação que representa os supermercadistas para banir as sacolas plásticas gratuitas. A medida entrou em vigor no dia 25.
O percentual de aprovação avança quanto maior a escolaridade e a renda dos entrevistados, chegando a 66% entre os com nível superior e a 72% entre os que ganham mais de dez salários mínimos.
"A aprovação é reflexo da preocupação que existe entre a população com a questão do ambiente", afirma Roberto Nascimento de Oliveira, professor do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
O Datafolha ouviu 1.090 pessoas com 16 anos ou mais, em 26 e 27 de janeiro na cidade de São Paulo. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.
Leia mais na ediçãoda Folha desta terça-feira.


Maioria aprova fim das sacolinhas em SP

São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 2012Mercado

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/23156-maioria-aprova-fim-das-sacolinhas-em-sp.shtml

Datafolha indica que 57% são a favor do acordo que baniu o uso das embalagens plásticas nos supermercados

Pesquisa feita na capital mostra que 66% dos entrevistados são contra cobrança da versão biodegradável

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Motivo de embate entre a indústria plástica e o varejo, o fim da distribuição de sacolinhas pelos supermercados de São Paulo é aprovado pela maioria da população da capital do Estado.
Pesquisa feita pelo Datafolha revela que 57% dos paulistanos são a favor do acordo feito entre o governo do Estado e a associação que representa os supermercadistas para banir as sacolas plásticas gratuitas. A medida entrou em vigor no dia 25.
O percentual de aprovação avança quanto maior a escolaridade e a renda dos entrevistados, chegando a 66% entre os com nível superior e a 72% entre os que ganham mais de dez salários mínimos.
"A aprovação é reflexo da preocupação que existe na população com a questão do meio ambiente", afirma Roberto Nascimento de Oliveira, professor do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Para Eduardo Andrade, professor de Marketing de Serviços e Relacionamento do Ibmec, acordos como o que baniu a distribuição das sacolas plásticas normalmente entram em vigor quando o comportamento do consumidor já dá sinais de mudança.
"Isso explica a aprovação da medida logo após a implementação", diz Andrade.
Além de aprovar o fim das sacolinhas plásticas, a maior parte dos entrevistados se considera bem informada sobre a mudança, mas reprova a venda da versão biodegradável pelos supermercados. Entre os entrevistados, 66% afirmaram ser contra a cobrança e 57% não pretendem comprar as biodegradáveis.
A alternativa preferida pelo paulistano é a sacola retornável: 63% dos entrevistados afirmaram que usarão as chamadas "ecobags" para carregar suas compras.
Caixas de papelão e carrinhos de feira foram mencionados, respectivamente, por 24% e 20% dos entrevistados, à frente dos 16% que planejam usar as biodegradáveis.
Para Oliveira, da ESPM, a opinião contrária dos consumidores à cobrança pela versão biodegradável revela desconforto com a forma como a mudança foi implementada.
"As sacolas plásticas eram um custo dos supermercados repassado aos preços. Seria melhor que mostrassem agora se houve redução de preços com o fim desse gasto."
O Datafolha ouviu 1.090 pessoas com 16 anos ou mais, em 26 e 27 de janeiro na cidade de São Paulo.

10 lições para vencer o medo de inovar


31/01/2012 - 07h19


CAMILA MENDONÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA



Consultores indicam ações simples que promovem crescimento sustentável e gradual, mas que requerem persistência.
Confira abaixo:

1- Faça uma devassa na papelada
Entender o momento da empresa e a trajetória que ela segue no mercado é o primeiro passo para traçar qualquer estratégia ou sair de uma situação difícil.
Para começar, o ideal é mapear itens como variações de fluxo de caixa, desempenho de funcionários, qualidade de produtos, perfil e volume de clientes e relação com fornecedores. É como "tirar o pulso da companhia constantemente". Não vale fazer as avaliações só no fim do ano fiscal, diz o advogado Artur Lopes, autor de "Quem Matar na Hora da Crise" (ed. Évora). Alterações não previstas indicam necessidade de reavaliar o planejamento.

2- Reivente a própria história
Alessandro Shinoda/Folhapress
Luis Berti, dono da Toca da Leitura
Luis Berti, dono da Toca da Leitura, inovou estratégia
De onde vem o sucesso da concorrência? Que estratégias em seu setor têm dado certo? Que produtos têm abocanhado mercado? Tem havido mudança na cadeia produtiva? Como o consumidor avalia os serviços da empresa?
O mundo empresarial se reinventa a todo momento, e "quem não acompanha esse movimento cai", afirma Marcos Hiller, coordenador do MBA de Gestão de Marcas da Trevisan Escola de Negócios.
Feiras e congressos são oportunidades para identificar tendências. Outra opção é visitar empresas do setor, como fez Luis Berti, 31, dono da Toca da Leitura, de locação de livros.
Ele descobriu que, conforme o valor da locação, os clientes preferiam comprar a obra.

Pensou em algo para diferenciá-lo. Hoje, investe em espaço "gourmet" para os clientes e agregou à locação a venda de livros. "Ficaríamos para trás se não mudássemos."
3- Deixe os funcionários terem ideias
O empresário pode reservar um dia na semana ou no mês para avaliar o negócio e fazer "brainstorming" com funcionários. O intuito não é sair com ideias prontas, mas com propostas, diz David Callás, professor do Insper.
4- Revolucione prevendo necessidades
Mesmo que o principal produto da empresa seja inédito, é importante "desconcentrar investimentos para aplicar em desenvolvimento" e ampliar o
portfólio, avalia Callás. Inovar não significa só criar algo revolucionário, mas elaborar um artigo de que o consumidor precise ou incrementar um já existente.

5- Mova-se, mesmo que seja em passos lentos
Não adianta identificar tendências e pensar em mudanças se a empresa não for flexível, afirma Caio Brisolla, diretor-executivo da Marcondes Consultoria. Começar devagar, investindo pouco no início, minimiza perdas.
6- Mude o dinheiro de lugar
Para investir em inovação, a receita é dura e simples: poupe e corte gastos da empresa. Depois, o montante obtido com o redirecionamento de recursos deve ser dividido em dois eixos: reinvestimento e reserva para cobrir possíveis gastos com desvio de rota, ensina Fábio Gallo, professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
7- Volte sempre ao banco da escola
Cursos e oficinas auxiliam a traçar estratégias. Se não souber onde procurar, vale buscá-los em sites como o do Sebrae e o do Ministério do Desenvolvimento.
8- Misture presente e futro
Estratégias de curto prazo dão retorno imediato e são também uma armadilha para que o empresário deixe de lado as de longo prazo. Ainda que seja difícil fazê-las coexistir -pois exigem compartilhamento de equipes e de estrutura-, as metas devem estar no planejamento e ter acompanhamento, diz Fernando Serra, diretor da HSM Educação.
9- Descubra o poder de investir em pessoas
Isadora Brant/Folhapress
Marcos Mendes, da AcquaZero, treinou equipe
Marcos Mendes, da AcquaZero, treinou equipe
Boas ideias, planejamento em dia, reservas a contento. Falta algo primordial: treinamento da equipe.
"Uma empresa que preza pela qualidade é baseada no incentivo à criatividade e no poder de decisão conferido a seus funcionários", diz Luiza Sampaio, economista do Instituto IOB.
Isso resulta na qualidade do atendimento ao cliente. Equipes bem orientadas são estimuladas a estudar o mercado e estão abertas a dar boas ideias.

Foi a partir do treinamento do time que a AcquaZero, franqueadora de lavagem a seco, conseguiu crescer, afirma Marcos Mendes, 37.
O empresário investiu R$ 300 mil na compra da marca, mas descobriu que não havia padronização. Aplicou o mesmo montante para, entre outras mudanças, criar uma central de vendas e treinar os franqueados. Quando adquiriu a rede, em 2010, havia 30 unidades. Reduziu-as a 15 e hoje tem 50. Treinar a equipe foi vital para a expansão, diz ele.
Estratégias de curto prazo dão retorno imediato e são também uma armadilha para que o empresário deixe de lado as de longo prazo. Ainda que seja difícil fazê-las coexistir -pois exigem compartilhamento de equipes e de estrutura-, as metas devem estar no planejamento e ter acompanhamento, diz Fernando Serra, diretor da HSM Educação.
10- Sim, o cliente sempre tem razão
Se faltam mudanças ou se o caminho está certo, quem vai dizer é o cliente. Pesquisas no ponto de venda e nas redes sociais são formas de colher opiniões, indica Edemar Wolf de Paula, gerente da Incubadora Raiar da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica).
A Yogoberry, rede de franquias de frozen, mudou estofamento de bancos e cores das lojas por sugestão de cliente. "O consumidor sabe distinguir o que tem qualidade", afirma o diretor Marcelo Bae.

Governo nega reajustar preço máximo de imóveis incluídos no 'Minha Casa'


30/01/2012 - 20h41



MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) afirmaram que a meta do governo é entregar cerca de 500 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida em 2012.
O governo conta com o programa para impulsionar os investimentos e garantir um crescimento econômico "acima de 4% neste ano", afirmou Mantega.
Para cumprir a meta, entretanto, o governo precisa da parceria das construtoras. Em reunião em São Paulo, com 20 representantes das maiores construtoras do país, os ministros disseram não a pleitos dos empresários.
Os empresários pleiteavam o aumento do valor dos imóveis construídos para a faixa social, de famílias com renda de até três salários mínimos. O teto atualmente é de R$ 65 mil, mas os empresários argumentam que o aumento do valor dos terrenos e exigências feitas pelo governo fizeram o custo desses imóveis aumentar.
"Não temos nem um ano do valor de referência", disse Miriam Belchior. Em julho, o governo elevou os valores dos imóveis. "Do ponto de vista do governo ainda não é este o momento do reajuste".
Do total de habitações que o governo espera entregar neste ano, cerca de 200 mil são imóveis dessa faixa.
Mantega também afirmou que "chegou ao limite" benefícios tributários ao setor. Em dezembro, o governo estendeu para até o fim de 2012 o desconto do IPI para materiais de construção. Além disso, lembrou Mantega, foi ampliado o desconto de 1% do regime especial de tributação para imóveis com valor até R$ 85 mil.
"Estamos no limite da redução tributária", afirmou.
Ainda assim, o governo espera "cumprir com folga" a meta de encomendar mais 600 mil moradias neste ano. Conta, com isso, com o financiamento dos bancos estatais. Caixa e Banco do Brasil pretendem colocar no setor de habitação cerca de R$ 97 bilhões neste ano. Esse valor inclui empréstimos habitacionais e também subsídios para famílias mais pobres.
A ministra Miriam Belchior indicou que o governo pretende agir para baixar os custos dos imóveis com soluções que vão além da construção. Ela enumerou problemas como atrasos na entrega do habite-se (registro das prefeituras) e de instalações de água e de luz para a alta dos custos das construtoras.
"São questões que aumentam o prazo de execução dos empreendimentos e, portanto, aumentam os custos", disse a ministra.
A meta do governo é chegar ao fim de 2014 com 2 milhões de contratações de imóveis no programa Minha Casa, Minha Vida.

Texto das Cidades Sustentáveis será agenda das eleições


29 de janeiro de 2012 • 23h22 • atualizado em 30 de janeiro de 2012 às 11h37



Ricardo Young

Direto de Porto Alegre
Após 11 anos da realização do 1º Fórum Social Mundial no Rio Grande do Sul realizou-se o primeiro temático, feito inédito na história do evento. Desde o seu início, em contraposição ao Fórum Econômico Mundial de Davos, o Fórum Social caracterizou-se pela diversidade, pluralidade e autogestão. Como protesto a Davos, evento até então fechado e reservado à restrita elite do capitalismo mundial, Porto Alegre logrou trazer para o centro do debate temas excluídos pelos luminares da estratégia neoliberal da globalização.

Anos se passaram e ambos os eventos modificaram-se mutuamente. Gradativamente e de crise em crise, Davos teve de se abrir e criar canais de diálogo com os movimentos sociais e ambientais do planeta. E o Fórum Social percebeu que teria de ir além dos protestos e confraternizações para avançar como espaço de formulação estratégica. Até que as crises climática e financeira a partir de 2006 e 2008, respectivamente, obrigassem a um alinhamento de agendas. Não que os fóruns tivessem se aproximado, isto seria quase impensável, mas ambos tiveram de se debruçar seriamente sobre a crise civilizatória que passamos a viver.

Para a nossa sorte ou azar, a Rio+20 acontecerá no Brasil. Quando a Rio 92 aconteceu, o Brasil era um país recém-saído da ditadura e procurava desesperadamente romper o círculo vicioso de uma economia inflacionária e não competitiva. Ter hospedado a conferência não só foi uma honra mas também uma oportunidade de projetar o País internacionalmente, uma vez que tínhamos muito pouco a exibir. O saldo foi positivíssimo e a Agenda 21, protocolo saído do encontro, balizou as discussões sobre meio ambiente por duas décadas. No entanto, o Brasil só hospedou a conferência e não tinha muitos compromissos em implementar o que ela produziu.

Hoje, a situação mudou radicalmente. Não só o Brasil é um dos principais patrocinadores da conferência como não é mais um país em desenvolvimento. É a sexta economia e detentora das maiores reservas de água e florestas do mundo, para não falar de sua biodiversidade.

É neste contexto que se realizou o Fórum Social Temático. A presidente Dilma, a ministra Isabela Teixeira e a quase totalidade dos secretários estaduais de Meio Ambiente perfilaram-se junto aos mais importantes movimentos socioambientais e personalidades do mundo acadêmico e político para pensar as estratégias que o Brasil deve adotar para tentar, a um tempo, salvar o encontro da apatia e do desânimo generalizado da comunidade internacional e protagonizar a liderança que ensaiou em Copenhague, mas jamais performou de fato.

De positivo temos a adoção da plataforma das Cidades Sustentáveis como a agenda central das eleições deste ano. No sábado todos os secretários estaduais se comprometeram com a plataforma por meio da Carta de Porto Alegre. A ministra Isabela Teixeira afirmou diante da Articulação Política pela Sustentabilidade, com todos os secretários presentes, que a plataforma era a maior contribuição que a sociedade poderia dar para uma agenda de desenvolvimento limpo. A conferir.

Tivemos também um endosso de acadêmicos, pensadores, teólogos e lideranças sociais em torno da mesma plataforma. Leonardo Boff, Frei Beto, Tasso Azevedo, Ladislaw Dowbor, Marina Silva, Nabil Bonduki e Oded Grajew protagonizaram um dos momentos mais emocionantes do fórum diante de quase mil pessoas em um auditório lotado mostrando que a sustentabilidade está saindo do discurso para ações propositivas e para um salto de consciência necessário.

Outros projetos foram bastante discutidos, como o pré-sal, os Jogos Olímpicos e a Copa. O Greenpeace iniciou uma agenda de revisão de um projeto cuja realização não será tão tranqüila quanto o governo havia imaginado - o pré-sal. O Instituto Ethos lidera um grupo de entidades que exige que todas as licitações em torno da Copa e das Olimpíadas sejam transparentes e com controle social, o que vem arrepiando muitos políticos e empreiteiras.

Outro debate que arrebatou os participantes do fórum em Porto Alegre foi o projeto de lei do Código Florestal. O Comitê Brasileiro de Defesa das Florestas promoveu um grande encontro para mostrar que o código como se encontra é um retrocesso nas conquistas ambientais dos últimos 40 anos e instou a presidente a induzir o Congresso a votar a lei apenas nas vésperas da Rio+20, além de usar o seu poder de veto para evitar os desmandos contidos no texto ora em discussão. Por sua vez, Dilma afirmou a um pequeno grupo de líderes de ONGs e entidades que, apesar da negociação, o código não será um código "dos ruralistas".

Marina Silva por sua vez propôs a "desadaptação criativa e a descontinuidade produtiva" como elementos chaves para se romper com os impasses que impedem com que olhemos para uma alternativa sustentável pela ótica de uma nova política. Enfim, a crise capitalista, a justiça social e ambiental sopraram por todos os cantos de uma Porto Alegre quente e ensolarada.

Para quem esperava da fala da Dilma no gigantinho um discurso maiúsculo, se frustrou. Foi uma fala protocolar, apequenada diante do enorme desafio de se fazer da Rio+20 um marco histórico para o Brasil e para a sustentabilidade no mundo.

Todas as sessões do fórum foram precedidas de protestos contra a truculência da desocupação da região conhecida como Pinheirinho, em São Paulo, e o aparente interesse do governo paulista em privilegiar a especulação imobiliária e os credores da massa falida de Naji Nahas. A questão pautou diversos eventos.

Engenheiros na defesa dos recursos naturais



Segunda-feira, 30/01/2012, 03h15

Com sua diversidade e especificidades, a região amazônica demanda estudos diferenciados em muitos aspectos. Em seus 5,5 milhões de Km², ocupa 65% do território nacional e mais de 90% das florestas tropicais do país, além de ter 26% das florestas tropicais do planeta – é um dos maiores sistemas de biodiversidade do mundo. De um modo geral, 83% da floresta da Amazônia brasileira ainda estão intactos e alguns avanços foram registrados, especialmente, com a demarcação das terras indígenas, a criação de reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, além dos parques e outras unidades de proteção. Contudo, especificamente no Pará, não se pode dizer o mesmo, com relação às políticas públicas, e, principalmente, quando se trata das florestas públicas de produção.

Quando se trata da superfície amazônica – além da criação de gado de maneira não inteligente – verifica-se de imediato que a maior parte dos solos da Amazônia pode permanecer saturada ou inundada por períodos que podem variar de dias a alguns meses. Isto se deve às inundações sazonais decorrentes da elevação do nível das águas durante o período de cheia dos rios, de elevadas precipitações pluviais ou de elevação do nível do lençol freático e, como resultado, tem-se alterações químicas, físicas e biológicas. Não existem estudos sobre a caracterização elétrica, por exemplo, destes solos, embora as suas potencialidades energéticas estejam em plena atividade de planejamento – sabe-se que esse problema atinge as linhas de transmissão e causam danos. Portanto, um estudo adequado deste solo, por uma ação conjunta das pesquisas básica e aplicada, é necessário, nos processos de tomadas de decisões no planejamento regional, evitando, portanto, generalizações.

A Universidade tem o dever de garantir competências para saber atuar de maneira integrada nos diversos tipos de problemas da indústria de impacto e da sociedade em sua interação com o meio ambiente. Além disto, deve propor e criar habilidades para saber responder com ações específicas a fim de prever, gerir e apresentar soluções, servindo-se de seus conhecimentos.

O engenheiro ambiental da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) é um profissional de formação sistêmica, com ênfase em tecnologias ambientais, instrumentos de diagnóstico, avaliação, monitoramento e modelagem ambiental. Isto tudo com foco no desenvolvimento econômico sustentável, cuja meta é cuidar para que sejam respeitados os limites de uso dos recursos naturais.

A sua principal função é preservar a qualidade da água, do ar e do solo; ter o domínio de tecnologias e métodos de controle e extração na mineração; implantar e executar projetos de avaliação e elaboração de estudos sobre o impacto das atividades humanas no meio ambiente; elaborar relatórios de impacto ambiental e planos para o uso sustentável dos recursos naturais; elaborar e executar planos, programas e projetos na gestão de recursos hídricos, saneamento básico, tratamento de resíduos e recuperação de áreas contaminadas ou degradadas; elaborar planos de gestão de sistemas de produção agrária (vegetal e animal); elaborar planos de manejo e controle de devastação florestal.

O curso propicia uma sólida formação multidisciplinar em engenharia, ciências ambientais, geotecnologias, saneamento, gestão e planejamento ambiental. Tudo isto é abordado do ponto de vista de eixos, cuja integração do conhecimento é feita, através dos projetos interdisciplinares, visitas técnicas e estágios de campo, feitos nos meios agrário, urbano e industrial.


ESTRUTURA


O curso conta com uma infraestrutura com laboratórios de biologia, física, química e computação, assim como laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. como o Laboratório de Sistemas Ciberfísicos (LASIC), Laboratório de Geoprocessamento, Análise Espacial e Monitoramento por Satélite (LAGAM), Laboratório de Geologia Aquática e Ambiental (LGAA), Laboratório de Ecologia Marinha e Oceanografia Pesqueira (LEMOP), Laboratório do Programa de Grande Escala da Biosfera Atmosfera na Amazônia (LBA-UFRA).

Há parcerias de pesquisa científica com instituições como a Embrapa e Museu Emilio Goeldi e com o Grupo de Pesquisa para a Síntese da Complexidade Ambiental – Cenosys, uma parceria acadêmica entre as instituições FURG/UFRA/INPE. (Diário do Pará com informações da UFRA)

14 propostas da Nasa para esfriar a Terra




Um estudo feito pela Nasa propõe medidas para reduzir o aquecimento global. Ao todo, são 14 meios capazes de amenizar as mudanças climáticas.


Segundo a pesquisa, que foi publicada na revista Science, uma ação abrangente para combater a emissão de gás metano (um dos causadores do aquecimento glocal), bem como a poluição por fuligem, pode reduzir a temperatura média da Terra entre 2,2 e 1,7º C até 2050.
Isto significa que uma região onde a temperatura média é de 32º C, por exemplo, pode ver essa taxa cair para algo entre 31 e 29º C com as medidas.
Segundo os cientistas, investir nas 14 propostas compensa porque os custos do aquecimento global sobre a saúde pública e agricultura seriam muito maiores que o valor do investimento preventivo.
O combate à emissão do gás metano ajudaria os produtores rurais, já que este tipo de gás estimula o surgimento de ozônio em baixas altitudes, o que prejudica a respiração das plantas e, na prática, diminui a produtividade da agricultura. Atualmente, o principal vetor de emissão de metano são as criações extensivas de gado.
Outro mal a ser combatido é a emissão de fuligem, item que também contribui para a mudança climática quando se acumula sobre a neve e o gelo, pois atrapalha a capacidade da água congelada refletir a radiação solar para fora do planeta.
Para completar, a Nasa adverte que as emissões de carbono também devem ser reduzidas, apesar do estudo focar suas ações no metano e na fuligem.
Abaixo, conheça as 14 propostas da Nasa:

Contra o metano

1 – Estender técnicas capazes de evitar o vazamento de gás em minas de carvão;
2 – Eliminar as perdas e queimar o gás que escapa de poços de petróleo atualmente;
3 – Diminuir vazamentos em gasodutos;
4 – Separar o lixo biodegradável para reciclagem, compostagem, bem como o uso da biomassa;
5 – Aprimorar o tratamento de esgoto a fim de capturar o metano capaz de escapar das estações;
6 – Controlar emissões de poluentes provenientes da pecuária por meio de um tratamento especial para o esterco;
7 – Arejar as plantações de arroz a fim de reduzir as emissões em plataformas alagadas.


Contra a fuligem

1 – Substituir a frota de veículos antigos responsáveis por emitir muitos poluentes na atmosfera;
2 – Instalar filtros especiais em veículos movidos a diesel;
3 – Proibir a queima de resíduos de agricultura ao ar livre;
4 – Substituir fornos a lenha por fornos a gás ou combustíveis alternativos de queima limpa;
5 – Levar a tecnologia de fornos por queima de biogás aos países pobres;
6 – Substituir tijolos de barro por vigas verticais ou por tijolos de fornos de maior eficácia;
7 – Substituir fornos a queima de coque – subproduto do carvão – por fornos mais eficientes.

"Ponte de safena" nos parques tombados: Manutenção hidráulica e elétrica pelo método não destrutivo!


Perfuração horizontal direcionada


Método não destrutivo permite substituir tubulações antigas




A substituição ou alargamento de tubulações por método não destrutivo viabiliza a implantação de novas redes com reduzido impacto no ambiente urbano. Um dos principais cuidados para execução dessa solução é solicitar o cadastro das redes existentes, fazer mapeamento e sondagens para confirmação das interferências e estudo de solo. Por meio dessa tecnologia é possível instalar novas tubulações, substituir instalações antigas ou desobstruir e revestir tubulação antiga. Veja detalhes da técnica:



Perfuração piloto Inicialmente, é executada a perfuração piloto. O diâmetro, que obedece o tamanho da cabeça de perfuração do equipamento, varia geralmente entre 2" e 12" (polegadas). A velocidade de perfuração depende do tamanho do equipamento, tipo de solo e diâmetro e tipo da tubulação a ser inserida.

Equipamento de perfuração É composto por cabeça de perfuração em formato de cunha, hastes de perfuração flexíveis rosqueadas umas nas outras. O comprimento varia de 1,80 m a 4,5 m. Durante a perfuração as hastes são inseridas no solo até a extensão necessária.

Monitoramento A cabeça de perfuração conta com transmissor que emite sinais para o receptor na superfície. Esse sistema é responsável pelas informações de profundidade, direção e inclinação da cabeça de perfuração. Assim, é possível acertar o direcionamento da perfuração ao longo do trajeto.

Alargamento Para puxar a tubulação é necessário aumentar o orifício entre 1,25 e 1,5 vezes o diâmetro da tubulação a ser instalada. As tubulações mais comuns para redes de gás natural urbanas têm entre 63 mm e 250 mm de diâmetro. Já redes de água e esgoto têm entre 75 mm e 350 mm. Para o alargamento, retira-se a cabeça de perfuração e engata-se o alargador na haste de perfuração da máquina, além de equipamento para puxar a tubulação.

Tubulação É fundamental observar a capacidade de tração do tubo, informação fornecida junto aos fabricantes. Os tipos de tubulação que podem ser utilizados são PEAD (polietileno de alta densidade), aço carbono, e PVC intertravado.

Acessórios Além do equipamento de perfuração, do localizador e do transmissor, um sistema de mistura de fluidos resfria o transmissor, mantém o furo aberto e retirada parte do material resultante da perfuração. Geralmente utiliza-se bentonita ou polímeros adicionados à água.

Declare sua sustentabilidade ou explique-se à sociedade




As empresas listadas em bolsa estão sendo convocadas pela BM&F Bovespa a fazer relatórios de sustentabilidade, explicitando seu desempenho e suas políticas nessa área, ou a explicar porque não o fazem.

Por Sérgio Mindlin, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos


A BM&F Bovespa acaba de dar um importante incentivo às boas práticas de gestão nos negócios para promoção da sustentabilidade ao lançar, no final do ano passado, a medida “Relate ou Explique”, por meio da qual as empresas de capital aberto devem informar, no formulário que encaminham à bolsa, se publicam relatório de sustentabilidade ou documento similar e onde ele está disponível. Caso não publiquem tal relatório, as empresas devem explicar por que não o fazem. 

A medida certamente estimulará as empresas a adotar cada vez mais a prática de reportar a seus investidores e outros stakeholders informações e resultados relacionados às dimensões social, ambiental e de governança corporativa, ampliando assim seu grau de transparência. 

O relatório de sustentabilidade permite medir e divulgar os impactos socioambientais causados pelas atividades cotidianas de determinada organização, seja uma empresa, uma ONG ou uma entidade governamental, por exemplo. É uma forma comprovadamente eficaz de engajar os stakeholders na gestão da empresa e de avaliar riscos. Para a sociedade, é a oportunidade de influir na gestão da organização e na escolha de suas prioridades. 

O processo é voluntário e a organização pode elaborar seu próprio modelo de relatório de sustentabilidade ou optar por algum já conhecido e utilizado. O modelo sugerido no “Relate ou Explique” é o que foi desenvolvido pela Global Reporting Initiative (GRI), organização não governamental sediada na Holanda, responsável pelas diretrizes mais utilizadas em todo o mundo para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. A própria BM&F Bovespa foi a segunda bolsa no mundo e a primeira no continente americano a utilizar o modelo GRI em seu relatório anual. 

A adoção desse modelo pela empresa significa basicamente que ela precisa seguir um conjunto de regras internacionalmente aceitas para detalhar suas atividades em diversas áreas, como responsabilidade social, cuidados com o meio ambiente, ações de incentivo à equidade de gênero e outras que mostrem o quanto a organização está comprometida com padrões éticos e de respeito a um equilíbrio de suas ações nos campos social, ambiental e econômico. 

Para facilitar a adoção dessa medida pelas empresas pouco familiarizadas com a prática de produzir relatórios que vão além dos aspectos financeiros, a BM&F Bovespa está promovendo uma série de oficinas de capacitação, em parceria com a GRI. As empresas estão respondendo bem a esse chamado. A busca tem sido tão grande que novas turmas já estão sendo abertas. 

A publicação de relatórios de sustentabilidade ou similares por empresas de capital aberto foi adotada como critério de listagem, em 2010, pela Bolsa de Johannesburgo, na África do Sul. É também obrigatória para companhias listadas em bolsa na França e na Dinamarca, bem como para empresas de controle estatal na Suécia. Além disso, a Comunidade Europeia estuda essa regulamentação para que todos os Estados-membros passem a colocá-la em prática já em 2012. Essa tendência de transparência tem uma forte relação com a implantação de mecanismos de gestão capazes de reduzir o risco de grandes crises, como a que vem assolando as finanças mundiais desde 2008. 

No caso das empresas sediadas no Brasil, não são muitas as que reportam regularmente suas ações em sustentabilidade com base em parâmetros do GRI, um procedimento voluntário. Mas as que o fazem já perceberam o valor que isso agrega à sua marca e a seus produtos, na medida em que seus processos e sua conduta passam a ser conhecidos pela sociedade e, em especial, por seus principais stakeholders

Será de grande valor se as empresas listadas em bolsa adotarem esse procedimento como norma. E isso deveria valer também para aquelas que, embora não tenham seu capital aberto, são de grande porte e exercem atividades que podem resultar em profundos impactos sociais e ambientais. 


Programa Cidades Sustentáveis 


A prefeitura do Rio de Janeiro foi o primeiro órgão de gestão pública no Brasil que se propôs a fazer um relato de suas atividades dentro dos padrões da GRI. O modelo apresenta indicadores que permitem não apenas avaliar o desempenho do governo, mas também compará-lo ao de outras cidades que adotem as diretrizes da GRI. 

Aliás, a criação de indicadores para avaliar o desempenho dos gestores municipais e compará-lo com as melhores práticas em todo o mundo é a proposta do Programa Cidades Sustentáveis, desenvolvido pelo Instituto Ethos em parceria com a Rede Nossa São Paulo e a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis para atuar, junto a administrações municipais e gestores públicos, na defesa de valores da sustentabilidade baseados em planejamento, compromisso ético e valores focados em qualidade de vida para os cidadãos. Essa iniciativa já conta com o apoio explícito de vários partidos políticos e é uma referência importante para candidatos a cargos públicos nas próximas eleições municipais, em outubro próximo. 

O programa atua em grandes eixos estruturados em governança, mobilidade, consumo responsável, economia local, educação para a sustentabilidade, planejamento e desenho urbano, cultura de patrimônios comuns, entre outros valores que tornam as cidades lugares mais adequados para o pleno desenvolvimento humano. 


Indicadores Ethos – 3ª. Geração


Justamente buscando uma convergência entre os valores éticos e de governança necessários para a boa gestão das organizações privadas e as boas práticas na gestão pública, o Instituto Ethos está trabalhando no desenvolvimento da 3ª. Geração dos Indicadores Ethos, um conjunto de diretrizes que ajuda as empresas a realizar um diagnóstico de suas ações em sustentabilidade. Para isso, o Ethos e a GRI fizeram um memorando de entendimento para estabelecer como as duas organizações podem trabalhar para que os Indicadores Ethos e as diretrizes GRI se complementem. 

É uma maneira de tornar o trabalho das empresas e organizações mais fácil por meio de um padrão aceito globalmente e, mais do que isso, tornar as ações comparáveis entre as empresas através de parâmetros comuns de relato. 

Num ano em que o Brasil será sede da Rio+20, a mais importante conferência internacional sobre desenvolvimento, a qual terá foco em governança global e economia verde, ano também em que vamos realizar eleições municipais em mais de 5.500 municípios, escolhendo milhares de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, é um momento importante para a reflexão sobre gestão ética, seja pública ou privada. E também para buscar compreender que as transformações são possíveis e que há instrumentos e experiências que mostram que a ética e o planejamento podem ajudar a tornar nosso país um lugar com qualidade de vida, com empresas focadas no desenvolvimento da sociedade em que estão inseridas e com uma gestão pública capaz de oferecer, com muita qualidade, serviços de educação, saúde, mobilidade e tudo o mais que uma sociedade demanda.     

Sete em cada dez projetos de habitação popular não saem do papel

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Auditoria da CGU indica que 74% do investimento de R$ 12,5 bilhões previsto para projetos da SNH estão apenas na promessa

29 de janeiro de 2012 | 23h 00

Edna Simão, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Por trás do recorde de contratações feitas por programas oficiais de habitação popular nos últimos anos há também um expressivo número de obras paralisadas, atrasadas ou que simplesmente não foram iniciadas.
De cada dez contratos firmados na área da habitação pela Secretaria Nacional de Habitação (SNH) do Ministério das Cidades, envolvendo o repasse de recursos da União para Estados e municípios, pelo menos sete não saíram do papel. É o que aponta auditoria feita pela Controladoria Geral da União (CGU) nos contratos assinados entre 2004 e abril de 2011.
Segundo o levantamento da CGU, até abril do ano passado existiam 4.243 contratos na carteira da SNH, o que corresponde a R$ 12,5 bilhões em investimentos. Deste total, 74% estão apenas na promessa, sendo que uma parcela considerável se refere a contratos antigos.
"Esse fato implica na inexecução das ações do governo e nas sucessivas prorrogações de restos a pagar", destaca o relatório.
Os contratos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas tratam especificamente de casas ou melhorias em conjuntos habitacionais ou favelas. Uma técnica do Ministério das Cidades faz questão de destacar que não está incluída nesta lista da CGU os contratos firmados no Programa Minha Casa, Minha Vida.
A CGU informa ainda, em sua auditoria, que os indicadores de gestão dos programas e ações da secretaria não espelham os seus resultados reais. "A SNH continua a considerar que o simples empenho orçamentário já configura uma unidade efetiva executada, ‘família beneficiada’, por exemplo. Essa conduta não permite a avaliação adequada dos resultados realmente obtidos", ressalta o documento.
Favelas. A secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, reconhece que o número de obras problemáticas é alto e reforçou que se concentram nas obras em favelas, sobretudo contratos mais antigos. Para ela, muitos dos projetos executados por Estados e municípios, com recursos do orçamento da União, demoram para ser finalizados por causa da necessidade de licitações públicas, emissão de licença ambiental, regularização de terras e de infraestrutura dos governos locais envolvidos.
"Não é incomum um município ter apenas um engenheiro para cuidar de todas as obras feitas na cidade", exemplifica Inês. "A execução tem relação com a complexidade de se fazer urbanização de favelas", acrescenta.
Apesar de ainda não ter um balanço fechado de 2011, ela informa que os números apresentaram melhora no ano passado. Segundo a secretária, uma obra de urbanização de favelas, por se tratar de ação integrada de saneamento, infraestrutura, recuperação ambiental e produção habitacional, agrega maior complexidade. Inês ressalta ainda que a melhoria da gestão é um dos desafios e prioridade do governo da presidente Dilma Rousseff.

Minha Casa, Minha Vida. O relatório da CGU informa apenas que, no último ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as operações de financiamento executadas pela Caixa Econômica Federal superaram as metas previstas. O desempenho positivo do programa foi utilizado na campanha eleitoral que elegeu a presidente Dilma.
Apesar da auditoria não tratar dos resultados referentes a 2011, balanços recentes divulgados pelo próprio governo mostram que o programa travou no ano passado. A regulamentação só ficou pronta em setembro, comprometendo as contratações para as famílias que têm renda mensal de até R$ 1,6 mil. A expectativa é de que o programa deslanche nessa faixa de renda a partir deste ano.
No ano passado, o governo pagou R$ 7,5 bilhões referentes ao Minha Casa, Minha Vida. O grosso - R$ 6,9 bilhões - está relacionado a compromissos firmados em anos anteriores e quitados em 2011. Se considerado apenas o orçamento de R$ 12,65 bilhões destinado ao programa no ano passado, R$ 10,979 bilhões foram empenhados e apenas R$ 598,9 milhões foram pagos.
De acordo com o balanço da Caixa, até o dia 31 de dezembro foram contratados 1,462 milhão de unidades nas duas etapas do programa Minha Casa, Minha Vida, sendo que as obras de 719.522 moradias já foram concluídas e 540.883 habitações foram entregues.


‘Minha Casa’ está inviável, alertam empresários

Setor da construção civil pede que o governo aumente o valor das unidades atendidas pelo programa habitacional


29 de janeiro de 2012 | 23h 00

Lu Aiko Otta, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O programa Minha Casa Minha Vida praticamente não existiu em 2011 para as famílias de baixa renda e seguirá o mesmo destino em 2012 se o governo não elevar os valores das unidades atendidas. A avaliação é do empresário Eduardo Aroeira Almeida, sócio-diretor da Apex Engenharia, que atua no segmento popular no Distrito Federal. "Acho que essa é a avaliação geral, pelo que tenho conversado com empresários de outros Estados."
Para empresários da construção civil, a alta dos preços dos imóveis, associada ao aumento das exigências como adequações para idosos e deficientes físicos inviabiliza a construção de unidades. Paradoxalmente, segundo Almeida, o próprio lançamento do Minha Casa Minha Vida provocou a especulação imobiliária. "Apartamento que eu vendia por R$ 90 mil no início hoje está por R$ 170 mil." O preço médio da moradia destinada a esse público subiu de R$ 42 mil para R$ 55,2 mil. Nos municípios da região metropolitana do Estado de São Paulo e Distrito Federal, o limite é de R$ 65 mil.
No caso da capital federal, em particular, o preço dos terrenos é tão elevado que não foi construída nenhuma unidade destinada às famílias com renda de até três salários mínimos. "O Distrito Federal é limitado na oferta de terrenos, pois há grande dificuldade na legalização de terras", explica o vice-presidente do Sinduscon-DF, Paulo Muniz.
Um microempresário que não quis ser identificado conta que construiu três unidades na periferia de Formosa, já fora dos limites do DF, em Goiás, com o intuito de vendê-las por meio do programa. Não teve sucesso porque a rua não era asfaltada, como exige a Caixa Econômica Federal. Depois disso, desistiu da carreira de empreiteiro. "Hoje, um lote em área não muito boa aqui em Formosa não sai por menos de R$ 80 mil, então não dá para enquadrar", explica.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, concorda que construir para o Minha Casa Minha Vida tornou-se inviável em alguns locais. "Mas depende da região", diz. "Em algumas cidades, os limites do Minha Casa Minha Vida são suficientes." Ele informa que o aumento do valor das unidades está em discussão com o Ministério das Cidades, responsável pelo programa.
"Mas não dá para ficar 100% em cima do governo federal", defende. "Os Estados e as prefeituras têm de entrar." Isso já ocorreu em São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin e a presidente Dilma Rousseff assinaram este mês um convênio no valor de R$ 8 bilhões para construir em parceria 97 mil casas e apartamentos para famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.
O governo paulista vai doar R$ 20 mil por unidade, em adição aos R$ 65 mil alocados pela União, de forma a viabilizar a construção dessas habitações. Segundo Simão, processo semelhante ocorre em Belo Horizonte (MG), onde a prefeitura vai entrar com os terrenos.
A secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, informa que não há, no momento, discussão para novo reajuste no preço de imóvel ou redução de tributo para a indústria da construção. "Não dá para o valor final mudar sempre. O município pode estabelecer zonas especiais para assegurar um melhor preço do terreno e as empresas melhorarem o processo industrial para ganharem eficiência", frisa.
Crescimento. Em meados do ano, Dilma poderá elevar a meta de construção do Minha Casa Minha Vida, dos atuais 2 milhões de unidades para 2,6 milhões até o fim de 2014. O programa é uma das principais apostas para manter a economia aquecida em ano de crise internacional. A presidente quer uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4% e 5%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta 3% e o mercado financeiro estima 3,27%. "Neste ano, o programa será um dos grandes instrumentos para aumento do investimento e para geração de empregos", diz Inês Magalhães.
É justamente por causa da importância do programa para a estratégia de crescimento econômico que o empresário Almeida acredita em um reajuste nos valores das habitações. "Eles contam com a construção civil para atravessar a crise, mas para isso o Ministério das Cidades vai ter de ser mais ousado na definição das faixas", aposta. "Se ficar como está, o Minha Casa Minha Vida vai parar no DF."
(Colaborou Edna Simão)