quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Parque Jardim da Luz





Programação
Parque Jardim daLuz





CURSO DE HORTA  - Inscrições Abertas
Objetivo: Apresentar aos participantes técnicas de cultivo de hortaliças. 
Programa:
Aula 1: Classificação das hortaliças; a importância das hortaliças na alimentação humana;
Aula 2: Planejamento e implantação da horta;
Aula 3: Formas de propagação das hortaliças;
Aula 4: Solos, matéria orgânica, amostragem para análise e cultivo em recipientes;
Aula 5: Compostagem, rotação, consorciação e alelopatia;
Aula 6: Nutrição mineral, adubação, calagem das hortaliças e tratos culturais;
Aula 7: Identificação e controle de pragas e doenças
Aula 8: Colheita das hortaliças.
Professora: Tainá Teixeira Furtado
Público focalizado:  todos os interessados.
Dias e horário: 4, 9, 11, 16, 18, 23, 25 e 30 de janeiro/2012 das 14h ás 18h.
Carga horária total: 30 horas.
Certificação: será conferido certificado àqueles que comparecerem a 70% das aulas.
Inscrições: por telefone 3227-3545
Vagas: 40 (por ordem de inscrição).

Oficinas: Arte na  paisagem e o  lúdico na Natureza
Oficinas livres e abertas , que tem como objetivo produzir Arte e ampliar a consciência referente à interdependência de todos os seres, referenciando os Princípios da  Carta da Terra. Promover a interação de diversos públicos,sensibilizar o olhar e o respeito pela Natureza. Aprimorar a percepção e o OLHAR sobre o Meio onde estamos inseridos.  Explorar materiais naturais -  terra, areia, folhas, sementes, pétalas, fibras, texturas, sons -  reutilizando, ressignificando diversos materiais que descartamos no cotidiano. 
Metodologia
Apresentação: Percepção do  olhar e  vivência. Os encontros terão 2 momentos:  apresentação de abordagens temáticas e técnicas contextualizadas a partir de produções diversas: objetos/ Imagens produzidas por artistas que traduzem a percepção de meio ambiente das origens até hoje. 
Palestrante: Ana André 
Contato: 8092-6295/ 9216-8464
Publico alvo:  pessoas da comunidade, crianças/famílias.
Dias e horários: aos domingos das 14h/16h. Em janeiro nos dias 15, 22, 29 e  em fevereiro,  nos dias 5, 12, 26
Programação:
15/01/12 - Construções espaciais tridimensionais -
Após a observação do espaço do  Parque,  proposta de criações tridimensionais utilizando galhos, folhas de plantas, coletados no local, folhas de papel, papelão e fios.
22/01/12 - Pesquisa lúdica descobrindo formas e texturas da natureza: Monotipias e frotage com suporte sacolas de papel, tinta guache, pincéis e rolinhos.
29/01/12 - Poesia e Natureza: Leitura de poemas sobre os quatro elementos: terra água ar fogo. Desenhe suas impressões, recorte e cole. Técnica: Assemblage (Colagem dentro de caixas - trabalho tridimensional). Colabore traga sua caixa de sapatos para realizar um trabalho divertido, criando palavras explorando a plasticidade de materiais naturais (terra, areia, folhas, sementes, pétalas, fibras).
5/02/12 - Produção de tintas com matérias orgânicas: Reutilização de papéis, explorando diversos pigmentos (terra, areia, pó de café, pó de chá, tinta de beterraba entre outros) e cola natural. 
12/02/12 - Oficina de percepção de sons e produção de instrumentos: Exercício de silêncio e sensibilização, percepção de sons do ambiente, exploração de sons de materiais naturais - Produzindo chocalhos e outros.
26/02/12 - Recriando nossa Natureza: Explorando a plasticidade de materiais naturais: Terra, areia, folhas, sementes, pétalas, fibras Colagem em caixas diversas. Colabore traga caixa de sapatos ou de frutas.
Oficinas abertas , não necessitam de inscrições prévias.
Mais informações : 11 3227-3545


Parque Jardim da Luz
 Rua Ribeiro de Lima,s/n
Tel: 11 3227-3545

 

São Paulo amplia inventário de emissões de gases estufa


15 de dezembro de 2011 10h36

 http://invertia.terra.com.br/sustentabilidade/noticias/0,,OI5518320-EI10411,00-Sao+Paulo+amplia+inventario+de+emissoes+de+gases+estufa.html



Sabrina Bevilacqua 

Direto de São Paulo
O novo inventário de emissões de gases de efeito estufa da cidade de São Paulo vai relacionar todos os gases cobertos pelo Protocolo de Quioto. O anterior media apenas a quantidade de gás carbônico (CO2) e metano (CH4). Os quatro outros gases analisados no 2º Inventário Municipal de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Município de São Paulo serão: óxido nitroso (N2O), hidrocarbonetos fluorados (HFC), hidrocarbonetos perfluorados (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6). O novo relatório deve ser realizado nos próximos 14 meses e apresentado no começo de 2013.

A redução das emissões de CO2 é fundamental para evitar os efeitos do aquecimento global. Para a geóloga da Secretaria do Verde e do Meio ambiente de São Paulo, Patricia Marra Sepe, uma cidade internacional, com a importância política e econômica, como São Paulo, deve ter consciência dos impactos ambientais que produz. A Política Municipal de Mudança do Clima estabelece que a cidade deve reduzir 30% das emissões de gases estufa até 2012, em relação ao valor de 2005, que é de 15,7 milhões de toneladas de carbono (tCO2e).

O objetivo deste trabalho é identificar as fontes emissoras e constatar quais são os principais problemas da cidade. A partir daí serão criado planos de mitigação e políticas de controle que vão ajudar São Paulo a caminhar para um modelo mais sustentável. "O inventário é apenas o instrumento, o mais importante é o plano de ação", diz Patricia. Ela comenta que, finalizado o documento, é necessário dar continuidade aos trabalhos, monitorando os dados com frequência.

O primeiro inventário tem como ano-base 2003 e foi finalizado em 2005. Já o novo, será feito com base nos anos de 2003 a 2009. Além disso, será baseado em critérios já utilizados pelo IPCC para análises globais. A nova metodologia ainda vai possibilitar maior detalhamento de informações e a comparação com relatórios internacionais. Entretanto, vai dificultar a comparação com os dados anteriores.

Outra novidade é a medição das massas d¿água da cidade, como represas e rios. Depois da análise dos resultados, será possível dizer se há influência desses acúmulos de água no aquecimento global. Atualmente não há estudo sobre se essas massas interferem no aumento do efeito estufa. O inventário vai analisar cinco setores envolvidos na questão: resíduos, uso do solo, efluentes, energia e processos industriais e uso de produtos. Depois de passar por um processo de licitação, a empresa Geoklock Consultoria e Engenharia Ambiental, consórcio com o Instituto Ekos Brasil, foi selecionada para fazer o trabalho.

Vilão - A expectativa é de que o setor de maior participação nas emissões municipais seja o energético, por causa dos transportes. "Inevitavelmente, o problema mundial de emissões passa pelo setor de transporte", afirma o secretário municipal de transporte, Marcelo Branco. Ele diz que a cidade já vem adotando medidas com um Plano de Controle da Poluição Veicular. Segundo Branco, um dos compromissos assumidos é o de substituir totalmente uso de combustíveis fósseis no transporte público até 2018.

Matagal dá lugar a parque linear na Vila Madalena, em SP


15/12/2011 - 10h35

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1021676-matagal-da-lugar-a-parque-linear-na-vila-madalena-em-sp.shtml

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

 De um lado, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo ), o córrego das Corujas é cercado por árvores e gramado, é aberto, limpo e apreciado pelos moradores das casas ao redor.
Já no outro lado da rua Pascoal Vita, o curso d'água seguia por um terreno abandonado, com mato alto, usado como esconderijo de assaltantes e usuários de drogas.
Após pedido da Associação Toca das Corujas Vila Beatriz, movimento de moradores que se uniu em 2001, o matagal começou a ser reformado em agosto e deve ser inaugurado, na forma de parque linear, nos próximos dias.
Ganhou gramado, grades, jardins já floridos, aparelhos de ginástica, oito bancos, uma ponte e virou passagem para as ruas Natingui e Beatriz, com portões que deverão ser fechados à noite e vigiados por seguranças.
Manuel Salvado/Folhapress
Parque linear ao lado do córrego das Corujas, na Vila Madalena deve ser inaugurado nos próximos dias
Parque linear ao lado do córrego das Corujas, na Vila Madalena deve ser inaugurado nos próximos dias
Mas moradores do edifício Natingui, onde o córrego desemboca em canais, ficaram temerosos que o projeto do parque tenha estreitado a calha, aumentando a força das águas que tradicionalmente alagam a garagem do prédio.
Em 2009, a arquiteta Jorgina Nello Barbosa, que mora na região, doou um projeto à associação. Ele previa o aprofundamento e o alargamento da calha do córrego, com fundo de concreto. Segundo a arquiteta, as enchentes seriam bem menores, caso a proposta tivesse sido acatada.
A subprefeitura de Pinheiros, porém, fez outro projeto, que não tem intenção de drenagem, apenas paisagística.
Questionado, o órgão afirmou que o córrego não foi estreitado, "apenas adequado no local" e limpo. O custo das obras foi de R$ 358.384,25.

Lei Complementar n° 140, de 8/12/2011: Cooperação federativa em meio ambiente


12/Dezembro/2011
Lei define quando União, Estados ou Municípios serão responsáveis pelo licenciamento ambiental de obras

http://www.piniweb.com.br/construcao/legislacao/lei-define-quando-uniao-estados-ou-municipios-serao-responsaveis-pelo-243201-1.asp

Somente um ente poderá autorizar e fiscalizar o empreendimento


Luciana Tamaki

Foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União a Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, que fixa normas sobre a proteção do meio ambiente e o combate à poluição. O documento define as formas de cooperação entre poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para fazer cumprir a Política Nacional do Meio Ambiente e promover o licenciamento ambiental.
Os empreendimentos e atividades a buscar o licenciamento ambiental são divididos conforme sua localização e natureza, e o licenciamento de cada um será feito por um único ente federativo - União, Estado, Município ou Distrito Federal. Cabe somente ao ente licenciador a fiscalização ambiental do empreendimento, ou seja, órgãos federais não fiscalizam licenciamentos feitos pelo Estado, e o mesmo com os Municípios e Distrito Federal.
A tipologia da atividade ou empreendimento, que definirá a esfera de legislação e autuação para União, Estado ou Município / DF, será estabelecida pelo Poder Executivo a partir da proposição da Comissão Tripartite Nacional (formada paritariamente por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) feita sob critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.
Assim, quando estabelecido pelo Poder Executivo, cabe à União promover o licenciamento ambiental de tais empreendimentos e atividades, além daqueles que se localizam em terras indígenas, em dois ou mais Estados, em unidades de conservação instituídas pela União (exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs)), no mar territorial, em conjunto no Brasil e em país limítrofe, e que utilize material radioativo.
Também são ações da União promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; entre outras ações administrativas.
Aos Estados, cabe o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais que sejam comprovadamente ou potencialmente poluidores ou causadores de degradação ambiental - quando estiverem em seu âmbito, e não da União ou Municípios; e também atividades ou empreendimentos em unidades de conservação instituídas pelo Estado (exceto APAs).
Entre outras ações pertinentes, cabe ao Estado elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, entre outros.
Já o Município deve promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município (exceto APAs) ou que possam causar impacto ambiental de âmbito local. Também cabe ao Município a elaboração do Plano Diretor, observados os zoneamentos ambientais.
A Lei Complementar aplica-se aos processos de licenciamento e autorização ambiental iniciados a partir de sua vigência. 

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14/12/2011 - 00:38
Cooperação federativa em meio ambiente
autor: Mauricio Gentil
Cooperação federativa em meio ambiente
A Constituição da República consagrou o modelo federativo de organização do Estado Brasileiro (art. 1º, caput).  Tal regime, enquanto forma de organização estrutural de Estado, caracteriza-se por representar a união indissolúvel de coletividades regionais dotadas de autonomia - que se manifesta em diversos aspectos, dentre os quais o poder de auto-constituição e auto-organização, a autonomia política e capacidade legislativa própria, nos termos da Constituição, com auto-governo e auto-administração e eleição própria dos seus representantes políticos. 
Numa Federação, vislumbra-se a diversidade regional que caracteriza a união nacional.  Num Estado Federal, ao contrário do Estado Unitário, diversas populações com diferenças sociais, econômicas, culturais, encontram o seu elo em comum originador da nação, mas preservam as suas diferenças e as suas peculiaridades regionais.
O regime federativo – criação dos constituintes de Filadélfia e grande contribuição para o constitucionalismo em seu desiderato de limitação do poder político – é o mais adequado para a organização de um Estado de dimensões territoriais continentais, como o Brasil, e que recebeu, em seu processo histórico de formação, as contribuições das mais diferentes culturas e dos mais diferentes povos, porque se apresenta como o mais eficaz meio de proporcionar o desenvolvimento nacional sem olvidar as diferenças regionais.
Dentre as principais características do regime federativo avulta a repartição de competências, “(...) que demarca os domínios da Federação e dos Estados-membros, imprimirá ao modelo federal que ela concebeu ou a tendência centralizadora, que advirá da amplitude dos poderes da União, ou a tendência descentralizadora, que decorrerá da atribuição de maiores competências aos Estados-Membros. Por isso, a repartição de competências é encarada como a ‘chave da estrutura do poder federal’, ‘o elemento essencial da construção federal’, a ‘grande questão do federalismo’, ‘o problema típico do Estado Federal’ ” (HORTA, 2002, p. 308).
Os Estados que adotam a forma federativa de organização interna pautam-se, na repartição de competências entre seus entes, por distintas técnicas, como: a) enumeração das competências da União, deixando aos estados-membros a competência remanescente (ex: EUA, Suíça, Argentina, México, Austrália); b) o inverso (enumeração das competências dos estados-membros, deixando à União as competências remanescentes (ex: Canadá); c) enumeração exaustiva das competências da União e dos estados-membros (Ex: Índia e Venezuela); d) cooperação dessas competências, conferindo competências comuns e concorrentes aos entes federativos, além das competências privativas de cada qual.
O sistema brasileiro, que ainda inclui o Município como ente da Federação, o que é apontado por Paulo Bonavides como inovação mundial (2001, p. 314), adota a seguinte regra: enumeração expressa das competências da União (arts. 21 e 22), enumeração expressa das competências dos Municípios (art. 30) e competências residuais ou remanescentes para os Estados-membros (art. 25, § 1º), com possibilidade de delegação de competências (art. 22, parágrafo único); competências comuns, de natureza administrativa (art. 23), competências concorrentes, de natureza legislativa (art. 24) e competência suplementar (art. 30, inciso II).
No caso das competências comuns, de natureza administrativa, o sistema brasileiro determina que deve haver uma cooperação entre todos os entes federativos para a sua execução, “tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem estar em âmbito nacional” (Art. 23, parágrafo único). Na redação original da Constituição, deveria caber a uma lei complementar estabelecer as regras dessa cooperação; após a emenda constitucional n° 53/2006, essa regras de cooperação passaram a poder ser estabelecidas em diversas leis complementares.
Pois bem, acaba de entrar em vigor uma dessas leis, a Lei Complementar n° 140, de 8/12/2011, que fixa normas de cooperação entre os entes federativos na execução das competências comuns relacionadas, em sentido amplo, ao meio ambiente (“proteger os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos”, “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”, “preservas as florestas, a fauna e a flora” – incisos III, VI e VII, respectivamente, do Art. 23 da CF).
Essa lei complementar estabelece diversas regras aplicáveis à cooperação federativa para proteção do meio ambiente, dentre as quais: a) definição de atuação supletiva e atuação subsidiária; b) definição e regulamentação dos instrumentos de cooperação, a exemplo de consórcios públicos, convênios, comissões tripartites, fundos públicos e privados, delegação de atribuições, delegação de execução; c) definição das ações de cooperação, com clara regulamentação da competência originária de cada ente federativo em cada conjunto de ações administrativas; d) definição da atuação supletiva e subsidiária nos procedimentos de licenciamento e autorização ambiental.
Portanto, em maior ou menor grau, todas as esferas federativas possuem deveres e responsabilidades com o meio ambiente (aí entendido em sentido amplo, a abranger a proteção dos monumentos, das paisagens naturais notáveis e dos sítios arqueológicos, a proteção do meio ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas, a preservação das florestas, da fauna e da flora), e é de todas elas que devem ser cobradas atuações administrativas eficazes, nos termos das regras de cooperação prescritas na Constituição e regulamentadas pela novíssima Lei Complementar n° 140/2011, que sejam capazes de assegurar efetivamente o direito ao meio ambiente como essencial à sadia qualidade de vida.


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Lei Complementar nº 140, de 8 de Dezembro de 2011

EMENTA: Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
TEXTO - PUBLICAÇÃO ORIGINAL
  • Diário Oficial da União - Seção 1 - 09/12/2011 , Página 1 (Publicação Original)
TEXTO - RETIFICAÇÃO
  • Diário Oficial da União - Seção 1 - 12/12/2011 , Página 2 (Retificação)
Proposição Originária:
Origem: Poder Legislativo

Lei Complementar nº 140, de 8 de Dezembro de 2011

Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: 

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS


     Art. 1º Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. 

     Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se: 

     I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental; 
     II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar; 
     III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar. 

     Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar: 

     I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; 
     II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; 
     III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; 
     IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. 

CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO


     Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: 

     I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; 
     II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; 
     III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; 
     IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; 
     V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; 
     VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. 

     § 1º Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firmados com prazo indeterminado. 

     § 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. 

     § 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. 

     § 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos. 

     § 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos. 

     Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. 

     Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. 

CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO


     Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no art. 3º e a garantir o desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando todas as políticas governamentais. 

     Art. 7º São ações administrativas da União: 

     I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente; 
     II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
     III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e internacional; 
     IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
     V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política Nacional do Meio Ambiente; 
     VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
     VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; 
     VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); 
     IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; 
     X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
     XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; 
     XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
     XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União; 
     XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a)localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b)localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
c)localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d)localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental ( APAs);
e)localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f)de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;
g)destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
h)que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

     XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: 
a)florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e
b)atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União;

     XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; 
     XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas; 
     XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos; 
     XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, microorganismos e da fauna, partes ou produtos deles derivados; 
     XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas; 
     XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI; 
     XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional; 
     XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais; 
     XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos perigosos; e 
     XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos perigosos. 

     Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. 

     Art. 8º São ações administrativas dos Estados: 

     I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental;
     II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
     III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente; 
     IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
     V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente; 
     VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
     VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente; 
     VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima; 
     IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional; 
     X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
     XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; 
     XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
     XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados; 
     XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º; 
     XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
     XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: 
a)florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
b)imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º; e
c)atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado;

     XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; 
     XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7º; 
     XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; 
     XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e 
     XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7º. 

     Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: 

     I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio ambiente; 
     II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
     III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente; 
     IV - promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
     V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Meio Ambiente; 
     VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
     VII - organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente; 
     VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente; 
     IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais; 
     X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
     XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; 
     XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
     XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município; 
     XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a)que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b)localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

     XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar: 
a)a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e
b)a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.

     Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º. 

     Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorização de manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existência de espécies da flora ou da fauna ameaçadas de extinção. 

     Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental ( APAs). 

     Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licenciamento e autorização a que se refere o caput, no caso das APAs, seguirá os critérios previstos nas alíneas "a", "b", "e", "f" e "h" do inciso XIV do art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na alínea "a" do inciso XIV do art. 9º. 

     Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 

     § 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar- se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 

     § 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador. 

     § 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo. 

     Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos processos de licenciamento. 

     § 1º As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos. 

     § 2º As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo empreendedor. 

     § 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15. 

     § 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 

     Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: 

     I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; 
     II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e 
     III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. 

     Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. 

     Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar. 

     Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. 

     § 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. 

     § 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. 

     § 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


     Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos processos de licenciamento e autorização ambiental iniciados a partir de sua vigência. 

     § 1º Na hipótese de que trata a alínea "h" do inciso XIV do art. 7º, a aplicação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da entrada em vigor do ato previsto no referido dispositivo. 

     § 2º Na hipótese de que trata a alínea "a" do inciso XIV do art. 9º, a aplicação desta Lei Complementar dar-se-á a partir da edição da decisão do respectivo Conselho Estadual. 

     § 3º Enquanto não forem estabelecidas as tipologias de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo, os processos de licenciamento e autorização ambiental serão conduzidos conforme a legislação em vigor. 

     Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em situações ou áreas não previstas nesta Lei Complementar dar-se-ão nos termos da legislação em vigor. 

     Art. 20. O art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação: 

"Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 

§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente. 

§ 2º (Revogado). 

§ 3º (Revogado). 

§ 4º (Revogado)." (NR)
     Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e o § 1º do art. 11 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.

     Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
     Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.
               DILMA ROUSSEFF
               Francisco Caetani


Publicação:
  • Diário Oficial da União - Seção 1 - 09/12/2011 , Página 1 (Publicação Original)