quarta-feira, 18 de maio de 2011

Energias mais renováveis que as outras



Eric Camara | 17:25, segunda-feira, 9 maio de 2011

 http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/planeta_clima/



O Painel Intergovernamental para Mudança Climática, o IPCC, na sigla em inglês, divulgou nesta segunda-feira um relatório sobre o uso de energias renováveis no mundo. A fatia fica em torno dos 13% do total usado no planeta.
Parece muito, mas retiradas da equação biomassa e hidrelétrica, o percentual cai para minúsculos 0,5%. No país da polêmica usina de Belo Monte, todos conhecem os benefícios e também os potenciais problemas da expansão hidrelétrica.
Já a biomassa, o próprio IPCC admite que em vários países pobres e em desenvolvimento não passa da velha e boa lenha usada no fogão e no aquecimento. Difícil argumentar que em comunidades em que faltam serviços básicos possa haver grande preocupação em repor as árvores usadas, como seria pré-requisito para uma energia veramente renovável.
Isso sem contar com a eficiência dessa queima de biomassa, baixíssima e ainda poluente.



Crescimento acelerado

Em outras palavras, a fatia correspondente às energias mais frequentemente associadas à redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa - solar, eólica e geotérmica - ainda é ínfima. Mas ela vem crescendo, e muito.
O documento diz que nos últimos dois anos, a geração de energia solar e dos ventos cresceu entre 30% e 50% por ano. E que em 2009, renováveis, principalmente vento e solar, responderam por quase metade do crescimento na produção de energia global.
Na superindustrializada Alemanha, segundo maior exportador do mundo e que recentemente bateu recorde, as energias renováveis já são 17% do total, graças a incentivos cada vez maiores do governo.
A China é um dos principais responsáveis pelo crescimento da produção de energia renovável nos últimos anos, mais do que duplicando a sua capacidade eólica desde 2008, também na esteira de investimentos do governo.
Em tempos de discussão sobre os prós e contras de uma retomada da expansão da energia nuclear, o relatório do IPCC diz ainda que na maioria dos mais de 160 cenários científicos estudados, energias renováveis serão mais eficientes do que a nuclear para reduzir emissões até 2050.
A conclusão é que todas são energias de baixo carbono, mas algumas são mais renováveis que as outras.

Passeio ao zoológico: sob outra ótica, sob outra ética

Passeio ao zoológico: sob outra ótica, sob outra ética

08 de março de 2011

fonte: http://www.anda.jor.br/2011/03/08/passeio-ao-zoologico-sob-outra-etica/

“Quando se trata de como os humanos exploram os animais, o reconhecimento de seus direitos requer abolição, não reforma (…)
verdade dos direitos animais requer jaulas vazias, não mais espaçosas”.
(Tom Regan, Jaulas Vazias)




Como bióloga e educadora, sempre acreditei nos zoológicos como ferramenta deseducativa.
Meu repúdio a esse tipo de atividade fez com que eu me afastasse, durante anos, de uma visita a esses verdadeiros redutos de infelicidade animal. Tive a oportunidade de fazer uma visita técnica a alguns desses redutos recentemente (há menos de uma semana, para ser mais exata). Assim como a aquários, oceanários, serpentários e afins. Foi um tour dos horrores, considerando toda minha aversão a qualquer forma de confinamento animal para a satisfação de egos humanos.
Mas, com o passar do tempo, minha aversão, que antes era representada pela negação, foi substituída pela coragem de encarar os fatos como eles são: os animais sofrem. Ao nosso lado. Todos os dias. E nos fazem, a todo o tempo, um apelo silencioso. Não é possível ignorar essa realidade pelos melindres de não querer sofrer, de não querer olhar.  O sofrimento deles é infinitamente maior.
Nessa visita técnica, foram incluídos locais aos quais os visitantes “comuns” não têm acesso, como cozinhas, biotérios, áreas de cuidados veterinários etc. Fui convidada por uma colega de trabalho a conduzir com ela (que também não é fã de zoológicos) a visita (sou professora universitária) e temos uma turma em comum, a qual nos acompanhou. A curiosidade de saber a quantas anda a exploração legitimada dos animais que tiveram sua liberdade sequestrada, na prática foi um dos fatores que me levou a decidir ir.
Outro fator importante foi a certeza de ter minhas concepções biocêntricas renovadas. Mesmo à custa do meu sofrimento. Banal, como já mencionei, perto do sofrimento de inúmeros animais que lá encontrei.  Antes de “ver” os animais e durante as “visitas”, em todos os locais, há uma explanação teórica/logística por parte dos monitores. Parece que são treinados todos no mesmo lugar, pois as frases feitas a respeito do bem-estarismo animal são quase idênticas. Tais explanações me remetiam inevitavelmente ao Ensaio sobre a Cegueira, de Saramago. Pensava: as pessoas estão mesmo acreditando nisso? (Acho que vou escrever um Ensaio sobre a surdez). Outro pensamento recorrente: na ocasião de uma palestra do Seminário da Agenda 21, no Paraná, em 2009, a filósofa Sônia Felipe mencionou a seguinte frase: “bicho não é vitrine de shopping”. Considerei extremamente relevante. Me fez pensar além.
Zoológicos com objetivos de recuperação e reintrodução de espécies no meio, sem exposição ao público, que respeitam o que o animal nasceu, de fato, para ser, merecem nosso reconhecimento. Não são, infelizmente a maioria deles. A maioria ainda se baseia em concepções especistas e antropocêntricas para justificar sua existência e consequente sofrimento animal. Algumas falácias são facilmente identificadas no discurso daqueles que defendem o zoológico “vitrine” como “ferramenta educativa”. Aliás, podemos, sim, fazer dos zoológicos, ferramentas extremamente educativas se mudarmos a análise e a perspectiva. Analisando sob a ótica da ética biocêntrica, podemos enumerar algumas falácias que são repetidas como mantras a respeito dos animais confinados. Vamos a algumas delas:
- “O Zoológico é importante porque nós devemos conhecer as espécies para preservar/respeitar”.
Essa concepção traz embutida a desculpa de que só é possível preservar uma espécie a partir do momento em que a conhecemos. Se a concepção biocêntrica predomina, o simples fato de o animal existir já é um pressuposto que justificaria o respeito por ele. E só. Eu não conheço nenhum africano, por exemplo, mas não preciso fazê-lo para só depois respeitá-lo. Nunca conheci um urso-polar, um tigre de bengala, uma perereca amazônica ou uma orca. Mas o fato de não vê-los ao vivo não me impede de respeitá-los pela sua essência.
- “O Zoológico é imprescindível para estudarmos o comportamento dos animais”.
Só se for para estudar neuroses de cativeiro. Qualquer pessoa com noções básicas de biologia sabe que o comportamento de animais em cativeiro não é o mesmo que o animal apresentaria no seu meio natural. Tenho muito respeito por estudos comportamentais. Mas por aqueles que são feitos no habitat natural do animal. Esse argumento não sustenta a existência desse tipo de zoológico.
- “O Zoológico é importante para a reprodução e para salvar as espécies”.
Primeiro: a maioria dos animais reproduzidos em cativeiro é reproduzida para esse fim: permanecer em cativeiro. Não para ter devolvido o que lhe foi negado desde as gerações anteriores: sua liberdade. Há, entre os zoológicos, uma espécie de escambo de espécies, onde os animais são intercambiados. Faltou uma girafa no zoológico “x”? Já está nascendo uma no Zoológico “y”. Será separada de sua mãe e destinada ao zoológico “x” como animal de exposição. Segundo: privado da convivência com seus iguais e de todas as interações que lhe são possíveis em seu meio natural, ele não é mais do que a sombra dos seus ancestrais.
- “Mas os animais que nasceram no zoo não sofrem porque não conhecem outra vida”.
Será que o fato de esse animal ter nascido em cativeiro nos dá o direito de usurpar sua liberdade mais uma vez e condená-lo a uma vida miserável, privando-o da sua verdadeira liberdade?
Se houver uma “visita ao zoológico”, com propósitos educativos, que sejam feitas pelo menos as seguintes perguntas e investigações com os alunos: qual o habitat natural desses animais? Quais os hábitos desses animais em seu meio natural? Geralmente são: nadar, correr, voar quilômetros por dia, procurar comida, defender seu território, interagir com outras espécies e com seus iguais. E em cativeiro? Quais as mudanças percebidas? Quais os impactos nefastos nos seus hábitos? Quais as consequências? Um pequeníssimo exemplo, entre tantos que presenciei: um leão-marinho em seu habitat natural viaja centenas de quilômetros por dia. Em cativeiro, é condenado a viver em um pequeno tanque, onde passa o dia circunscrevendo voltas como que para escapar da escravidão sem fim. Sem falar na obesidade e outros transtornos de comportamento como as já mencionadas neuroses de cativeiro. Isso nos reporta à falácia seguinte:
- “Aqui no zoológico fazemos o enriquecimento ambiental”.
Esse novo modismo nos zoos (proveniente de um modelo americano) traz em sua proposta a introdução de diferentes estímulos no cativeiro para que animais não desenvolvam comportamentos repetitivos e neuróticos como automutilação, coprofagia etc. Certamente, estímulos são melhores que a estagnação a que esses animais são condenados. Mas deve-se sempre questionar: a reabilitação e a devolução da liberdade que lhes foi negada não seria infinitamente melhor? O tão prestigiado enriquecimento ambiental não seria mais um engodo para justificar a perpetuação do cativeiro e de interesses escusos?
- “Hoje não existem mais jaulas nos zoológicos”.
Ouvi diversas vezes essa frase dos monitores que nos acompanharam. Em vários lugares. Basta uma breve visita para, novamente, a perplexidade ao comparar o dito e o constatado ser inevitável. O ápice do menosprezo à inteligência dos presentes. Percebe-se, claramente a existência de cercados mínimos de aço, alumínio, terrários, aquários e paredes de vidro fazendo as vezes de jaulas. Mas pergunto: não seria infinitamente melhor que jaulas, aquários, terrários e afins estejam para sempre, vazios?
- “A alimentação é balanceada”.
Isso pode soar muito bem aos ouvidos antropo e ecocêntricos. Mas nos ouvidos biocêntricos e abolicionistas dói. Até fisicamente. Uma frase que ouvi da monitora: “Os zootecnistas que trabalham no zoo e cuidam da alimentação dos animais acham que os psitacídeos silvestres são uns chatos porque são muito exigentes, não comem qualquer coisa”. Ora, o que diriam os psitacídeos se falassem? “Chato” seria um adjetivo no mínimo elegante para qualificar quem os trancafia em um viveiro, obrigando-os a uma “loteria gastronômica”, forçada e diferente de sua alimentação natural.
E nem tecerei aqui comentários a respeito do estresse gerado para o animal decorrente das barulhentas “visitas”. É desnecessário.
Os animais em zoológicos são a ponta do iceberg dessa empresa. Por trás há inúmeros fatores que formam uma cadeia de horrores para outras espécies também. Uma delas é a existência de biotérios, terceirizados ou dentro dos próprios zoos, que são lugares específicos onde são criados animais vivos para alimentar os animais cativos. No Brasil são criados, para esse fim, ratos, porquinhos-da-índia, gansos, pintinhos etc.
Esses seres vivos, considerados “alimento” no contexto, são manipulados, criados e administrados com a naturalidade de quem dá uma banana a um macaco. São “coisas” como regem os preceitos do antropocentrismo e do especismo. Os ecocêntricos dirão que é muito boa essa preocupação com a alimentação dos animais. E que não há dilemas morais, pois na natureza existe a relação predador/presa. Sim. NA NATUREZA. Mas, novamente a pergunta que se deve fazer é: Não existir animais enjaulados não seria infinitamente melhor?
Outro fenômeno que ocorre na maioria dos zoológicos e, confesso, para mim é novidade: a distinção entre “animais em exposição” e “animais excedentes”. Os animais em exposição (no contexto, como se fossem agora, peças de uma galeria de arte) são aqueles que o público enxerga. Aliás, a maioria deles é recolhida à noite, gerando mais estresse. Os “animais em exposição” ficam nas partes divulgáveis do zoo.
Nas áreas que estão longe dos olhos do público, existem pequenas jaulas com os “animais excedentes”, ou seja, os que sobraram da reprodução em cativeiro, ou de trocas com outros zoológicos. Ou até mesmo os animais doentes ou que desenvolveram a (novamente ela) neurose de cativeiro. Claro que não é conveniente que o público tenha contato com comportamentos como automutilações, coprofagia, canibalismo e outros desenvolvidos em animais privados de sua liberdade. A visão desses comportamentos pode começar a atenuar a “cegueira conveniente” do grande público. Não é recomendável.
Nessas áreas, até são permitidas visitas técnicas. Mas são terminantemente proibidas fotos e filmagens, por razões óbvias aos olhos da ética biocêntrica. Uma das monitoras, quando questionada sobre o porquê de as fotos serem proibidas, disse não saber. Fiquei me questionando se a resposta foi estratégica, se foi repetida como mantra, se ela simplesmente não se importa, ou se a cegueira a acomete também. Nas áreas dos “animais excedentes”, foi possível observar em vários zoológicos que o espaço em que os animais estão confinados é bem menor que o dos animais “em exposição”. Logo nos perguntamos: o que dizer da preocupação com o “bem-estar animal”, ou com “enriquecimento ambiental” para os animais dessas áreas? Também não obtive respostas convincentes. Só evasivas. Não insisti mais porque as respostas ficaram óbvias demais.
Na esteira dos zoológicos, seguem aquários, serpentários, oceanários, circos, projetos de “preservação” etc. que, pela tradição antropocêntrica, possuem um propósito educativo “inquestionável”. Mas basta um breve passeio, com esse olhar biocêntrico, diferente do que nos foi imposto a acreditar a vida toda, para que o apelo silencioso e profundo de cada animal se faça presente e toque fundo nossa alma toda vez que visitarmos um zoológico ou algo semelhante. Essas mudanças de perspectiva, segundo Arthur Conan Doyle, equivalem a uma conversão religiosa: nada mais será visto da mesma maneira que era antes.
Mesmo com todas essas “justificativas”, que sob minha perspectiva não passam de falácias, ainda acredito que o “simples” fato de um animal ter sua liberdade restringida, impedida, sequestrada para a concepção medieval de satisfazer as curiosidades e prazeres humanos, é a base do meu repúdio a esse tipo de exploração, sem mais considerações.
Mas a esperança se renovou quando vi a reação da maioria dos meus alunos, acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, durante a visita. Quando ouvi, em cada comentário, a indignação, a revolta e a preocupação de fazer uma abordagem ambiental realmente crítica na escola. Quando vi em cada rosto a angústia pelos animais e a cegueira se dissipando, pensei: é um trabalho que vale a pena. Pois não deixo de mencionar em minhas aulas a importância de se olhar o outro lado. Por isso acredito na chamada Educação Ambiental Biocêntrica. E libertária. Com as pessoas livres para optar pelo modelo de ética que pautará sua passagem pela Terra. E essa escolhameus alunos fizeram por si. Não foi imposta. Em sua formatura, não farão de seu juramento outra falácia:
“Juro, pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do biólogo, exercer as minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico com justiça e paz”. (enunciado regulamentado pelo Conselho Federal de Biologia – Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983). “Defesa da vida” e “justiça e paz”, entende-se, para todas as espécies.
Enquanto houver zoológicos, aquários, serpentários do tipo “vitrine”, espero que existam educadores como meus alunos (que ainda não se formaram, mas já são biólogos de coração), capazes de fazerem com seus alunos excursões a esses verdadeiros infernos (para os animais), capazes de realizar essas visitas com vistas à ação.  Capazes de conduzir uma discussão sob outra ótica, sob outra ética.
Marcela Teixeira Godoy – Bióloga e Professora Universitária.

GAMES


Fonte: http://www.aquavitae.com/?langswitch_lang=pt






Lembre da água:  http://www.aquavitae.com/games/memoria/index.html

Controle a água: http://www.aquavitae.com/games/canos/index.html

Conduza a água: http://www.aquavitae.com/games/conduza/index.html

Preserve a água: http://www.aquavitae.com/games/preserve/index.html

Água é vida: http://www.aquavitae.com/games/aguaevida/index.html




Aqua Vitae.com: blog latino-americano especializado no tema da água

O blog Aqua Vitae.com é a única publicação on-line especializada no tema da água, com um enfoque 100% latino-americano, produzido pelo setor empresarial, presente na Expo Zaragoza.
A revista Aqua Vitae é uma publicação especializada que circula desde o ano de 2005, em 14 países da América Latina. Devido a sua relevância, recebeu um dos prêmios latino-americanos e do Caribe da Água PLACA 2007, como melhor iniciativa privada, por ser a única revista a tratar do tema da água com um enfoque regional na América Latina. Os prêmios contam com o patrocínio do Centro da Água do Trópico Úmido para a América Latina e Caribe (CATHALAC); da CARE Internacional; da UNICEF, com seu escritório para a América Latina e o Caribe, e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PUMA), entre outros.
O blog latino-americano Aqua Vitae.com oferecerá informações diárias da Expo, em tempo real, focalizando aquilo que possa ser relevante para nossa região latino-americana e colocará à disposição do público em geral e da imprensa de toda a América Latina, fotografias e imagens, de forma gratuita.
Isso o torna uma das respostas oportunas ao alerta mundial que tem lançado a Organização das Nações Unidas, para difundir e sensibilizar sobre um tema de fundamental importância para a humanidade.
O papel dos meios de comunicação é fundamental para que a Expo Zaragoza 2008 possa difundir os princípios com os quais deve ser construída a nova relação dos seres humanos com o recurso único e imprescindível para a vida e o desenvolvimento: a água.

Aqua Vitae.com: a serviço da América Latina

O blog Aqua Vitae.com pretende transformar-se numa estrutura pela qual possam fluir informações de qualidade para a América Latina.
Este blog pretende ainda tornar-se, por sua qualidade e seus conteúdos, o blog oficial da participação latino-americana dentro da Expo Zaragoza 2008.
Aqua Vitae.com oferecerá um relatório diário e gratuito de recursos informativos e fotográficos que poderão ser usados pelos usuários do blog e por todos os meios de comunicação da América Latina.
O blog coletará documentos, pesquisas, comunicações, propostas e todo tipo de informações e imagens para ajudar a sensibilizar sobre o tema da água.
Será lançada uma edição especial da revista com a cobertura do mais importante evento do planeta sobre o tema da água.

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Novo plástico: PET vegetal

Novo plástico


06 de maio de 2011

http://www.agendasustentavel.com.br/NoticiaDetalhe.aspx?id=4028


A Pepsi anunciou uma nova tecnologia de produção de garrafas PET com materiais alternativos, não derivados do petróleo. A nova garrafa é feita com painço amarelo, casca de pinheiro, palha de milho e outras substâncias vegetais.

Com a mesma aparência e consistência das garrafas PET atuais, o novo material será utilizado em algumas centenas de garrafas em 2012. Se a produção for considerada viável, todos os produtos Pepsi passarão a utilizar o novo PET vegetal. A adoção da nova tecnologia poderá significar uma mudança no padrão de embalagens do setor.

LED: Boa visibilidade

Boa visibilidade


09 de maio de 2011

Fonte: http://www.agendasustentavel.com.br/NoticiaDetalhe.aspx?id=4031



A prefeitura de São Paulo está investindo em novos sistemas de iluminação pública. Dez postes tiveram suas lâmpadas de vapor de sódio substituídas por LED na Rua do Arouche, no centro da cidade. O projeto foi desenvolvido pela companhia de iluminação Osram e acarretará uma economia de 40% no consumo de energia.

O governo municipal também investirá R$ 4,6 milhões na reformulação da iluminação no Parque Ibirapuera. As lâmpadas atuais serão substituídas por 849 luminárias com tecnologia LED e 800 lâmpadas de vapor metálico. Os postes com LED serão instalados nas ruas internas do parque e as lâmpadas de vapor metálico iluminarão os jardins e estacionamentos.

Os postes do Ibirapuera também serão trocados por estruturas menores para que as copas das árvores não interfiram na quantidade de luz. A reestruturação da iluminação do parque é uma parceria do Departamento de Iluminação Pública da Secretaria de Serviços com a AES Eletropaulo.


Prefeitura revigora iluminação de vias do Centro e da região do Ipiranga

http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=44833

O Departamento de Iluminação Pública (Ilume), órgão vinculado à Secretaria de Serviços, revigorou a iluminação no entorno do Theatro Municipal e de outras áreas da região central, como a praça Ramos de Azevedo e as ruas Conselheiro Crispiniano e 24 de Maio.


Fernando Pereira/Secom
A nova iluminação valoriza a arquitetura do teatro

A reabertura em grande estilo do Theatro Municipal, após suas obras de restauração, não poderia dispensar a revitalização da iluminação de vias próximas de um dos principais cartões-postais da Cidade. O Departamento de Iluminação Pública (Ilume), órgão vinculado à Secretaria de Serviços, fez a parte que lhe coube e revigorou a iluminação no entorno do Theatro. A remodelação foi feita com o uso de equipamentos mais modernos que realçarão as características dessas regiões e proporcionarão a sensação de conforto e segurança às pessoas que transitam por esses locais.

As áreas da região central beneficiadas pelas intervenções do Ilume foram a praça Ramos de Azevedo e as ruas Conselheiro Crispiniano e 24 de Maio. No total, mais de 40 lâmpadas de vapor de sódio (amarelas) foram substituídas por lâmpadas brancas de vapor metálico e de mercúrio. A luminosidade dos dois tipos de lâmpada escolhidos harmonizará com a iluminação de destaque do Theatro Municipal, também de lâmpadas da cor branca.

As lâmpadas de vapor metálico proporcionam mais conforto, pois aumentam mais de 350% o índice de reprodução de cores, resultando em maior contraste das cores e formas, enquanto as luminárias de vapor de mercúrio são utilizadas preferencialmente nas vias expressas com grande volume de tráfego e velocidade. Outro local que passou por modernização da iluminação foi a rua Bom Pastor, no Ipiranga, onde o Ilume substituiu 86 lâmpadas de vapor de sódio por unidades de vapor metálico. A revitalização contemplou toda a extensão da via, uma das principais da região.

As equipes do Ilume fizeram ainda a substituição e a limpeza dos globos dos postes situados nas proximidades da praça Ramos e ruas adjacentes. Foram revitalizadas 33 luminárias. Além disso, o Ilume tem atuado intensamente em outras intervenções na região central, como na recolocação de placas de ferro furtadas dos postes ornamentais. Várias ruas e avenidas já foram atendidas, como as avenidas Rio Branco e São João, além de praças como Sé, Júlio de Mesquita, Júlio Prestes e o Vale do Anhangabaú.

Eficiência energética

A Prefeitura investe na modernização da rede de iluminação com equipamentos para promover eficiência energética. Desde 2007, a Capital recebe tecnologias que possibilitam a economia e preservam o meio ambiente. Um dos mais importantes túneis da Cidade, o Ayrton Senna, recebeu recentemente a tecnologia das lâmpadas de LED, que é mais eficaz e econômica e, por causa de sua longa vida útil, exige número reduzido de manutenções.

A iniciativa faz parte de um programa de melhoria da iluminação de túneis, como Nove de Julho, Sebastião Camargo e Jânio Quadros, que foram contemplados com lâmpadas de indução eletromagnética - luz branca com alto índice de reprodução de cores. Um dos mais importantes cartões-postais da Cidade, a avenida Paulista, também ganhou novo formato de iluminação, com lâmpadas de vapor metálico, reduzindo 60% o consumo de energia e aumentando os índices de luminosidade. Outras vias da região central, como as avenidas São Luiz e Ipiranga, rua Maria Paula e os viadutos Nove de Julho, do Chá e Jacareí, além da Biblioteca Mário de Andrade, tiveram sua iluminação renovada, com lâmpadas de vapor metálico.

A rua do Arouche, uma importante via da região central, também ganhou novo projeto e foi uma das primeiras vias públicas a ganhar lâmpadas de LED. Ao todo, foram substituídas oito luminárias de vapor de sódio de 250W por luminárias de LED de 140W. No início do ano, todas as lâmpadas de vapor de sódio (amarelas) da avenida Olavo Fontoura e da rua Professor Milton Rodrigues foram substituídas por lâmpadas de vapor metálico (brancas). A avenida Olavo Fontoura e a rua Professor Milton Rodrigues são vias importantes que fazem ligação entre os bairros de Santana e Casa Verde, além de ser um dos principais acessos ao Campo de Marte, Sambódromo e Centro de Convenções do Anhembi. Na primeira, ao todo, foram trocadas 106 lâmpadas de vapor de sódio com potência 250W por unidades de vapor metálico também com 250W, em todos os 2,3 quilômetros de extensão da via. Já na rua Professor Milton Rodrigues foram substituídas 24 lâmpadas metálicas. 




Advogado ambiental moderno deve ser um mediador

Fonte: http://www.observatorioeco.com.br/index.php/advogado-ambiental-moderno-deve-ser-um-mediador/


autoria: Roseli Ribeiro - 21/07/10 - 9:33
A abrangência da temática ambiental exige conhecimentos das mais diversas áreas da técnica e da ciência, além disso, os problemas ambientais se tornam cada vez mais complexos. Por isso, “exige-se do advogado ambiental uma capacidade de mediação regulatória, de conflitos e de composição do conhecimento, que o diferencia dos operadores das outras áreas do direito”, na opinião de Rômulo Silveira da Rocha Sampaio, coordenador acadêmico do Programa de Direito e Meio Ambiente da FGV (Fundação Getúlio Vargas) – Direito, no Rio de Janeiro.
Para o especialista, “o advogado é o profissional mais habilitado para conectar as diversas áreas” em busca da solução das questões que envolvem o meio ambiente.   
Rômulo S. R. Sampaio defende que “o operador do direito pode influenciar quando consegue encarar a questão ambiental com a visão de um mediador de conflitos jurídicos e um árbitro de informações científicas conflitantes”.  É formado em Direito pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná, onde também fez pós-graduação em Direito Econômico e Social. Recentemente concluiu o doutorado e mestrado em Direito Ambiental pela Pace University School of Law, com tema que discutiu o mercado de carbono.
Na opinião do professor, o sucesso na preservação do meio ambiente depende de políticas inclusivas e sustentáveis. As quais devam passar por programas de reforma agrária, regularização fundiária, subsídios agrícolas.
Sobre a questão das mudanças climáticas e a próxima reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) a COP-16, avalia que as “divergências políticas” são quase que insuperáveis nas discussões sobre uma política climática global. Veja a entrevista que Rômulo S. R. Sampaio concedeu ao Observatório Eco, com exclusividade.
Observatório Eco: Por favor, conte-nos sobre seu trabalho de análise do mercado de carbono concluído recentemente. Afinal, o mercado de carbono pode salvar as florestas?
Rômulo S. R. Sampaio: Não acredito que o mercado apenas possa salvar as florestas. O mercado serve como um mecanismo auxiliar de políticas de comando-e-controle, ou seja, leis e regulamentos, diminuindo o custo e o desequilíbrio econômico na aplicação da lei ambiental. Mas o mercado, sozinho, não se presta a salvar as florestas.
Políticas inclusivas e sustentáveis são igualmente necessárias. E elas passam por programas de reforma agrária, regularização fundiária, subsídios agrícolas, conservação e preservação da natureza para citar apenas alguns.  
Observatório Eco: Qual sua avaliação sobre a política nacional de pagamento por serviços ambientais que o Brasil pretende adotar?
Rômulo S. R. Sampaio: Trata-se do Projeto de Lei 5.487/2009. É um primeiro passo que precisa ser amplamente debatido e compartilhado com a sociedade brasileira. Não há como implementar de forma eficiente os incentivos econômicos como instrumentos de política ambiental sem a atribuição de um valor.
O problema no caso da externalidade ambiental é quantificar o bem tutelado. O problema nem sempre é solucionado quando se muda os incentivos financeiros de um indivíduo. Isto porque, não se pode atribuir um preço quando o bem ou o serviço não pode ser precisamente mensurado.
Logo, assim como ocorre no mercado de carbono, a política de pagamento por serviços ambientais não pode ser a solução. Pelo contrário, deve ser encarada como mais um mecanismo econômico auxiliar aos sistemas de leis e regulamentos que dispõem sobre a legalidade e a ilegalidade das condutas humanas em relação ao meio ambiente.
Observatório Eco: As discussões sobre as mudanças climáticas estão lentas no âmbito da COP-16, já não despertam tanto interesse como a reunião anterior. Isso pode ser avaliado como um retrocesso?  
Rômulo S. R. Sampaio: Não vejo este fato como um retrocesso, mas sim como parte de um processo. Há divergências políticas quase que insuperáveis nas discussões sobre uma política climática global. Os países desenvolvidos são responsáveis por aproximadamente 50% das emissões de gases de efeito estufa. Ainda que apenas os desenvolvidos resolvessem aceitar compromissos e metas de redução, a solução não seria viável.
Portanto, a participação das economias emergentes é requisito indispensável para qualquer solução, ainda que não tenham sido responsáveis pelos atuais níveis de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Há mecanismos tarifários que forçariam a participação das economias emergentes, como tributos de importação, por exemplo.
A própria Organização Mundial do Comércio já teria sinalizado positivamente para barreiras tarifárias baseadas numa economia mundial de baixo carbono. O livre comércio é importante, sim. Mas a diminuição dos riscos de catástrofes associadas à mudança do clima é muito mais importante. Diante das dificuldades políticas de qualquer negociação internacional, a esperança reside nos NAMAs (Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas), esperando-se que os EUA, a Europa, o Japão, Austrália e economias emergentes ajam com rigor e responsabilidade.
O Brasil começa a esboçar uma resposta, ainda que tímida e dependente de planejamento estratégico e cuidadoso. O problema é que, diante da iminência dos riscos, pode não haver tempo suficiente. Do ponto de vista da política, não se pode esperar respostas que limitem os níveis de consumo e aumentem os custos para salvar futuras gerações. Infelizmente, aqueles que ainda não nasceram não votam nas próximas eleições.
Observatório Eco: O Brasil tem adotado instrumentos jurídicos efetivos para incentivar a adoção de posturas mais sustentáveis por parte dos empresários?
Rômulo S. R. Sampaio: O Brasil começou a modernizar os instrumentos jurídicos ambientais para fomentar e viabilizar a adoção de posturas mais sustentáveis por parte dos empresários, quando inseriu no rol dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente os incentivos econômicos conforme o artigo 9º, inc. XIII, da Lei 6.938/1981, acrescentado pela Lei 11.284/2006.
Não há como se falar em eficácia da lei ambiental sem o auxílio de incentivos econômicos que possam incentivar posturas sustentáveis por parte dos empresários, distribuindo de forma menos desigual a diferença que existe entre os ônus e os benefícios dos impactos dos sistemas de comando-e-controle.
Porém, a mudança de paradigma legal, embora seja um primeiro passo importante, ainda não veio acompanhada de reflexos práticos e concretos. Somente nos últimos anos é que testemunhamos avanços normativos que apresentam potencial para fomentar posturas mais sustentáveis por parte dos empresários. A recém instituída Política Nacional de Mudança do Clima (Lei 12.187/2009) é um exemplo.
Observatório Eco: O senhor é coordenador acadêmico do Programa em Direito e Meio Ambiente da Escola de Direito da FGV Direito Rio. Quais são as preocupações no momento de elaborar um programa como esse?  Quais são as matérias fundamentais que devem ser ministradas? Como melhor preparar o profissional que tem o desafio de salvar o Planeta?
Rômulo S. R. Sampaio: São três os pilares do nosso programa: ensino, pesquisa e políticas públicas. Nossa preocupação com ensino envolve desde cursos específicos em direito ambiental, especialmente elaborados para graduação, como também em cursos de pós-graduação lato sensu e, num futuro próximo, stricto sensu.
Temos também cursos sendo gestados para o FGV Online e em cooperação com universidades estrangeiras. Oferecemos uma matéria na graduação de direito ambiental comparado com os EUA, por exemplo. As aulas são ministradas por vídeo-conferência e, ao término do semestre, os alunos têm a oportunidade de realizar uma viagem de campo, conhecendo, por exemplo, a Amazônia, o Pantanal.  
Além disso, temos uma preocupação muito grande em desenvolver materiais de ensino que possam ser utilizados no nosso curso, mas também por outras escolas de direito no Brasil. Na área de pesquisa, focamos a metodologia empírica e interdisciplinar.
Atualmente estamos trabalhando em parceria com o Centro de Pesquisa em Direito e Economia da FGV Direito Rio para medirmos o grau de eficácia da lei ambiental brasileira em cada Estado brasileiro. No pilar políticas públicas, tentamos envolver os nossos pesquisadores e profissionais que colaboram com o PDMA nos debates sobre formulação de políticas públicas. Vamos elaborar um relatório sobre políticas públicas sustentáveis e inclusivas para o bioma Amazônico.  Esses são alguns dos exemplos das nossas atividades e dos desafios na difícil tarefa de formar e preparar o profissional que atuará com direito e políticas públicas ambientais, e de contribuir para o fortalecimento da democracia e do desenvolvimento no Brasil.
Observatório Eco: Quais são as ferramentas primordiais para o advogado que deseja atuar na área ambiental em sua opinião, qual o perfil exigido pelo mercado? 
Rômulo S. R. Sampaio: Pela sua abrangência, a temática ambiental exige conhecimentos das mais diversas áreas da técnica e da ciência. Os problemas ambientais se tornam cada vez mais complexos.
É o caso, por exemplo, da mudança climática. Para se evitar uma tragédia do anti-commons em que muitos sabem um pouco de cada área, mas a solução exige o todo, o advogado é o profissional mais habilitado para conectar as diversas áreas do conhecimento para resolver o problema.
Portanto, exige-se do advogado ambiental uma capacidade de mediação regulatória, de conflitos e de composição do conhecimento, que o diferencia dos operadores das outras áreas do direito.
Observatório Eco: Qual a melhor forma de implantar o desenvolvimento sustentável no Brasil? De que forma o operador do Direito pode influenciar?
Rômulo S. R. Sampaio: Durante a primeira metade da década de 80, a então Primeira Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, presidiu uma comissão de especialistas para tentar responder a esta mesma pergunta na esfera mundial. O trabalho resultou em um famoso relatório denominado “Nosso Futuro Comum”. São mais de quatrocentas páginas com sugestões que passam pela construção de políticas públicas, de promoção da equidade, diminuição do consumo, controle demográfico, dentre tantas outras igualmente importantes.
Muitas das soluções apontadas esbarram na falta de vontade política. Por isso, os esforços devem ser coordenados para que as políticas públicas sejam construídas de forma holística, com ampla participação e qualificação dos representantes populares.
Há que se implantar a cultura de gestão de riscos na formulação e na concepção de políticas públicas e privadas. O operador do direito pode influenciar quando consegue encarar a questão ambiental com a visão de um mediador de conflitos jurídicos e um árbitro de informações científicas conflitantes.   

Borboletas ou actividade económica? A Europa pode ter ambas as coisas!

Borboletas ou actividade económica? A Europa pode ter ambas as coisas!



Publicado: 2010-11-30

Fonte: http://www.eea.europa.eu/pt/pressroom/newsreleases/borboletas-ou-actividade-economica-a

A Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicou em 30/11/2010, o seu quarto relatório sobre “O Ambiente na Europa – situação actual e perspectivas” – SOER 2010 – que apresenta uma avaliação exaustiva sobre como e porquê o ambiente europeu se está a modificar e o que está a ser feito a esse respeito. O SOER 2010 conclui que uma abordagem totalmente integrada de transformação da Europa numa economia verde, eficiente em termos de recursos, pode não apenas resultar num ambiente saudável, como também promover a prosperidade e a coesão social.
O novo relatório da AEA revela que o aumento da procura mundial de recursos naturais para alimentar, vestir, alojar e transportar a população está a acelerar. Esta procura galopante incidente sobre o capital natural exerce uma pressão acrescida sobre os ecossistemas, as economias e sobre a coesão social na Europa e noutras partes do mundo. O SOER 2010 confirma, não obstante, que políticas ambientais inteligentemente concebidas continuam a melhorar o ambiente da Europa sem comprometer o seu potencial de crescimento.
“Consumimos mais recursos naturais do que é ecologicamente estável. Isto é válido tanto para a Europa como para o planeta na sua globalidade. Até ao momento, as alterações climáticas são os sinais mais visíveis de instabilidade, mas uma série de tendências a nível mundial pressagiam a emergência de maiores riscos sistémicos para os ecossistemas, no futuro. A natureza da actual crise financeira deveria fornecer-nos um primeiro elemento de reflexão”, afirmou Jacqueline McGlade, directora executiva da AEA.
Para que seja possível uma mudança radical no sentido de uma economia verde, eficiente em termos de recursos, é necessário que todos os recursos ambientais (a biodiversidade, os solos, o carbono, os rios, os mares e o ar que respiramos) sejam totalmente tidos em consideração nas decisões relativas à produção, ao consumo e ao comércio global.

“Não existem soluções rápidas, mas os legisladores, as empresas e os cidadãos devem trabalhar em conjunto para encontrar formas inovadoras de utilizar os recursos de maneira mais eficiente. As sementes para a acção futura estão lançadas, temos pela frente a tarefa de fazer com que elas ganhem raízes e floresçam”, conclui Jacqueline McGlade.

O relatório SOER 2010 destaca igualmente uma maior compreensão das ligações entre as alterações climáticas, a biodiversidade, a utilização dos recursos e a saúde humana, e a forma como instrumentos como o ordenamento do território, a reforma fiscal ecológica, a prevenção da poluição, o princípio de precaução e a contabilidade ambiental podem apoiar uma abordagem de gestão desses factores baseada no capital natural. 

Principais conclusões e recomendações

  • Alterações climáticas: A União Europeia tem feito progressos em matéria de redução de emissões e de expansão das energias renováveis. Em 2009, as emissões na UE-27 diminuíram 17% relativamente aos níveis de 1990, tendo-se aproximado, portanto, do objectivo comum de redução de 20% das emissões até 2020. Nem todas as tendências sectoriais, no entanto, são positivas. As emissões geradas pelo sector dos transportes subiram 24% entre 1990 e 2008.
  • Adaptação às alterações climáticas: Mesmo que a Europa cumpra todas as metas de redução de emissões e os dirigentes mundiais acordem medidas audazes nas conversações sobre o clima actualmente a decorrer em Cancun, no México, a Europa terá, ainda assim, de se adaptar aos impactos das alterações climáticas actuais e previstas. Uma gestão específica do capital natural pode revelar-se útil para fazer face a esses desafios.
  • Biodiversidade, ecossistemas e saúde humana: A rede Natura 2000 de áreas protegidas, que cobre actualmente cerca de 18 % do território da UE, tem contribuído para a protecção de espécies ameaçadas e para a preservação de espaços verdes de lazer. A legislação sobre a qualidade do ar e da água tem vindo a reduzir a pressão sobre a biodiversidade e a população. Por outro lado, a intensificação da utilização dos solos, a perda de habitats e a sobrepesca impediram a UE de atingir a meta almejada de suster a perda de biodiversidade até 2010.
  • Soluções integradas com uma perspectiva global: Ao dar de manifesto as numerosas ligações entre desafios de várias ordens (ambientais e outros), o relatório SOER 2010 incentiva-nos a aumentar o número de iniciativas integradas nos diversos domínios de política a que estes desafios dizem respeito, de forma a mais rapidamente obter melhorias e a optimizar os co-benefícios (por exemplo, mitigar as alterações climáticas e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do ar).
  • Eficiência dos recursos: A segurança alimentar, energética e hídrica são motores essenciais da utilização dos solos, ocorrendo frequentemente, um aumento da procura de bens incompatíveis entre si (por exemplo, alimentos, rações animais e carburantes). Uma contabilidade e uma política de preços que tenham devidamente em conta os impactos da utilização dos recursos são essenciais para orientar as empresas e os consumidores em direcção a uma melhor eficiência dos recursos.

  • Envolvimento dos cidadãos: As políticas por si sós não podem suster nem reverter as tendências ambientais. Devemos aumentar o número de cidadãos empenhados em reduzir o seu próprio impacto no ambiente, associando-os à recolha de dados, nomeadamente através das redes de comunicação social.

Notas do editor

O relatório SOER é o relatório de referência da AEA. Publicado de cinco em cinco anos, tem como objectivo disponibilizar informações sobre o estado, as tendências e as perspectivas do ambiente na Europa, dedicando-se às causas, impactos e respostas potenciais. É constituído por quatro elementos principais: (i) avaliações temáticasen sobre questões ambientais fundamentais (alterações climáticas, biodiversidade, utilização dos solos, poluição atmosférica, ambiente marinho, consumo, etc.) sustentadas por factos e tendências relevantes, (ii) uma avaliação das megatendências globaisen pertinentes para o ambiente da Europa, (iii) avaliações por paísen, e (iv) um relatório de síntese integradoen.
Todos os elementos do relatório SOER estão disponíveis em www.eea.europa.eu/soer.
Sobre a Agência Europeia do Ambiente (AEA)
Sedeada em Copenhaga, a AEA tem por objectivo contribuir para uma melhoria significativa e mensurável do ambiente na Europa, fornecendo aos decisores políticos e ao público em geral informações actualizadas, específicas, pertinentes e fidedignas.
Países membros da AEA: Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Reino Unido. Os seis países dos Balcãs Ocidentais são países cooperantes: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, a antiga República Jugoslava da Macedónia, Montenegro e Sérvia. Estas actividades de cooperação estão integradas na rede Eionet e servem de apoio às actividades da Comissão no âmbito do Processo de Estabilização e Associação dos países dos Balcãs Ocidentais.

 

Emergências Radiológicas...em Portugal!

Emergências Radiológicas 



Fonte: http://www.apambiente.pt/POLITICASAMBIENTE/EMERGENCIASRADIOLOGICAS/Paginas/default.aspx


As emergências radiológicas estão associadas a um vasto leque de cenários e a uma ampla magnitude de consequências de menor ou maior gravidade. As emergências desta natureza causam um impacto em larga escala na sociedade e os seus efeitos podem ir mais além do que o impacto local do evento, acabando por afectar sistemas indispensáveis para a manutenção do tecido social. No entanto a utilização de radiações ionizante nas actividades humanas é imprescindível, seja na medicina, na indústria ou na investigação.
A opção energética nacional não inclui o recurso a centrais nucleares e por isso a probabilidade de ocorrência de uma emergência radiológica que provoque consequências graves em grande parte do território nacional é bastante remota, no entanto, podem ocorrer outras emergências desta natureza, resultantes de outro tipo de fontes que não as centrais nucleares, com consequências diversas, em território nacional. Por outro lado, acidentes em instalações estrangeiras do ciclo nuclear representam um perigo real com efeitos que se podem fazer sentir a grandes distâncias.
Em Espanha estão em funcionamento 7 centrais nucleares, num total de 9 unidades, e outras instalações do ciclo de combustível nuclear, o que faz de Portugal um País "vizinho" e exige uma atenção cuidada para um potencial acidente nessas instalações.
Situações de emergência radiológica poderão também ocorrer, embora mais localizadas, devido à utilização de fontes radioactivas na medicina, indústria ou investigação, ou no transporte de substâncias radioactivas, sejam fontes para aplicações dos tipos anteriormente referidos, seja combustível nuclear utilizado no Reactor Português de Investigação (RPI) ou seja concentrado de urânio produzido nas nossas instalações mineiras, actualmente em fase de encerramento definitivo.
Melhorar a confiança nas decisões durante a gestão de emergência é um objectivo fundamental do processo de decisão. À medida que mais desastres ocorrem despertando a necessidade de novas tecnologias para lhes fazer face, também os desafios para a humanidade se tornam mais exigentes. Esta exigência implica uma necessidade de combinar características técnicas e organizacionais para produzir um conhecimento base que possa ser partilhado com os vários intervenientes, suportando as acções colectivas na resposta à emergência e permitindo uma optimização na reacção à mesma.  


Tipos de Emergências Radiológicas 

Perante uma situação de emergência radiológica, exige-se uma resposta rápida, bem coordenada a nível nacional, para diminuição das consequências.
A tipologia das várias situações possíveis é muito variada, mas no sentido de preparar a resposta mais adequada, elas podem ser agrupadas em cinco categorias tipo, conforme o que é adoptado pela própria Agência Internacional de Energia Atómica:
            1. emergências exclusivamente relacionadas com instalações nucleares;
            2. queda de satélite ou outro objecto espacial com uma fonte propulsora nuclear ou fontes radioactivas perigosas;
            3. desaparecimento de uma "fonte radioactiva perigosa";
            4. detecção de elevados níveis de radioactividade de origem desconhecida;
            5. outras emergências radiológicas ou ameaças, tais como acidente no transporte de substâncias radioactivas, descoberta de uma "fonte radioactiva perigosa", sobre-exposição séria de pacientes, e até actos de terrorismo de ataque a instalações nucleares ou ataque terrorista com bombas sujas.

No caso nacional, e no que se refere a emergências especificamente decorrentes de acidentes em instalações nucleares nacionais, apenas há a considerar o Reactor Português de Investigação (RPI). Mas é necessário ter em conta o risco de acidentes em centrais nucleares e instalações de reprocessamento de combustível estrangeiras, e ainda unidades navais estrangeiras com propulsão nuclear em território nacional.

O desaparecimento ou furto de fontes radioactivas é motivo para preocupação pois a sua utilização em condições não controladas pode causar sérios problemas, inclusive para além das fronteiras do País de que são originárias.
É exemplo disso, o acidente ocorrido no Brasil em 1987, conhecido como Acidente de Goiânia, um dos que mais graves consequências teve em toda a história da utilização pacífica do nuclear: causou a morte quase imediata de 4 pessoas; cerca de 280 pessoas receberam doses de radiação muito elevadas; 14 áreas em redor da cidade de Goiânia, capital do Estado de Goiás, foram contaminadas, embora na sua maior parte com níveis baixos de radiação, uma zona com cerca de 2.000 m2 na cidade, na qual ficavam 25 casas e 2 depósitos de sucata, teve que ser evacuada e demolida; os resíduos contaminados atingiram um volume de 3.000 m3 e o custo da sua remoção ultrapassou 2 milhões de dólares.
Este acidente foi provocado pela utilização indevida e totalmente desconhecedora dos perigos, de uma fonte de Césio-137 que fora utilizada em radioterapia para tratamento de cancro, e que ficou “esquecida” numa clínica entretanto abandonada. A extensão dos efeitos deveu-se certamente ao facto de que a fonte radioactiva, de cloreto de césio, ser uma sal que brilha no escuro com uma forte coloração azulada, que foi considerada “ideal” para efeitos de ornamentação, pelo que foi distribuída a amigos e parentes, alguns fora da cidade, chegando a ser utilizado directamente sobre o corpo para produzir efeitos brilhantes! Tudo num total desconhecimento do que se estava a manusear.
Se está interessado em saber um pouco mais sobre este acidente, existem vários documentos disponíveis sobre o assunto, ver links.
Um outro exemplo que, embora sem qualquer impacto significativo na saúde, provocou sérios prejuízos económicos devido à necessidade de descontaminação de vastas áreas, foi o incidente ocorrido em Espanha em 1998, provocado pela queima inadvertida de uma fonte radioactiva numa fundição em Algeciras.



Alemanha sugere parceria com Brasil em alimentos e energia

Alemanha sugere parceria com Brasil em alimentos e energia

6/5/2011

Fonte: http://www.abeeolica.org.br/zpublisher/materias/Noticias.asp?id=19681

SÃO PAULO – “Nos próximos anos, o mundo estará olhando para o Brasil”. O comentário foi feito nesta sexta-feira pelo presidente da Alemanha, Christian Wulff, após participar da pré-inauguração do Centro Alemão de Inovação e Ciência na capital paulista.

Demonstrando grande interesse pelo desenvolvimento de relações comerciais “confiáveis e de longo prazo” entre os dois países, Wulff incentivou a realização de negócios principalmente em dois setores: energia e alimentos. 

“A Alemanha gostaria muito de participar do desenvolvimento de matérias-primas no Brasil”, declarou, acrescentando que o mundo enfrentará escassez de água e terras agricultáveis no futuro. 

Ressaltando as vantagens naturais brasileiras, que incluem fatura de água, terra e vento, o presidente da Alemanha comentou que o país ocupa posição de liderança em geração de energia, já que possui poucas centrais atômicas e amplas condições de desenvolver energia eólica e solar.

“A catástrofe de Fukushima nos mostrou a importância de se pensar em fontes alternativas de energia”, comentou, referindo-se à crise nuclear no Japão, desencadeada pelo terremoto de 11 de março. 

“Podemos juntar forças tanto em energia quanto em agricultura e pecuária”, afirmou. “É interessante para nós e para vocês, porque temos tecnologia para isso.”

Números citados pelo presidente da Alemanha mostram que as empresas alemãs já vêm incrementando seus negócios no Brasil. Segundo Wulff, nos últimos 18 meses, 100 companhias abriram filiais em solo brasileiro, elevando para cerca de 1.250 o número de empresas alemãs no Brasil. Destas, aproximadamente 1 mil estão instaladas em São Paulo. 

Entre janeiro e março, as exportações brasileiras para a Alemanha somaram US$ 2,1 bilhões, valor 31,3% superior ao registrado no mesmo período de 2010. Já as importações chegaram a US$ 3,2 bilhões, avançando 18,5% no mesmo período. 



Valor Econômico

Impactos climáticos na Amazônia

Impactos climáticos na Amazônia

17/05/2011
autoria e fonte: http://agencia.fapesp.br/13886


Relatório Riscos das mudanças climáticas no Brasil é divulgado por pesquisadores brasileiros e britânicos (reprodução)

Agência FAPESP – O aumento na temperatura e o decréscimo das chuvas na Amazônia acima da variação global média esperadas são as principais conclusões do relatório final do projeto Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil – Análise conjunta Brasil-Reino Unido sobre os Impactos das Mudanças Climáticas e do Desmatamento na Amazônia, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Met Office Hadley Centre (MOHC).
O documento é resultado de três anos de trabalho de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, com financiamento da Embaixada Britânica. Os estudos mostram a importância da Amazônia para o clima global e como provedora de serviços ambientais para o Brasil.
O objetivo do projeto é subsidiar os formuladores de políticas com evidências científicas das mudanças climáticas e de seus possíveis impactos no Brasil, na América do Sul e em nível global.
“A experiência do MOHC, líder mundial em modelagem climática, aliada à experiência do Inpe em estudos sobre mudanças climáticas na América do Sul possibilitaram a identificação de possíveis cenários e impactos, com projeções inovadoras dos efeitos das mudanças climáticas antrópicas na região”, disse José Marengo, pesquisador do Inpe, que coordenou o projeto no Brasil.
O projeto utilizou um conjunto de modelos globais e regionais desenvolvidos pelo MOHC e pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe para projetar efeitos das emissões de gases de efeito estufa no clima do mundo e fornecer mais detalhes sobre o Brasil. Embora as projeções abranjam todo o país, o foco do relatório se concentra na Amazônia, área de preocupação nacional, regional e mundial.
O projeto foi criado pelo Fundo para Programas Estratégicos do Governo do Reino Unido, antigo Global Opportunity Fund (GOF). O trabalho terá continuidade como parte do programa científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, sediados no Inpe.
A íntegra do relatório está disponível, na versão em português em www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/relatorioport.pdf e em inglês em www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/relatorioingl.pdf.

Um mundo embalado para a sustentabilidade

Um mundo embalado para a sustentabilidade


Quem pode afirmar que embalagens renováveis ou biodegradáveis são melhores do que as outras, tradicionais?

fonte: http://www.rts.org.br/noticias/destaque-2/um-mundo-embalado-para-a-sustentabilidade

Foto: Mercado Ético
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Brasil é o segundo país do mundo, atrás dos EUA, no ranking de lançamento de novas embalagens por ano












Ruim com elas? Pior sem elas. Se há muito tempo as embalagens fazem parte da cultura humana, nos dias de hoje elas são praticamente indispensáveis. Feitas de aço, papel, vidro, plásticos e até de madeira e tecidos, elas têm como primeira função proteger os produtos e, no caso dos perecíveis, evitar a sua contaminação e prolongar a sua validade. Mas não é só isso. As embalagens também facilitam o transporte e a armazenagem da carga, além de servirem como poderosos meios de informação para o consumidor.
Já que é praticamente impossível acabar com as embalagens, parece mais sensato entender como funciona sua cadeia produtiva – desde sua fabricação até o descarte – e buscar formas de equilibrar a equação “desenvolvimento, homem e meio ambiente” a partir de seus processos.
O começo da conversa
O mundo das embalagens tem envolvido processos tecnológicos cada vez mais sofisticados, principalmente no que diz respeito à conservação de alimentos ou de produtos da indústria farmacêutica. Nesse cenário de pesquisa e inovação de materiais, instalou-se entre especialistas do setor uma reflexão crítica instigante: além da onda de novos materiais naturais que começam a surgir, quem pode afirmar que aquelas renováveis ou biodegradáveis são melhores do que as outras? “Há de se tomar cuidado com as ‘pílulas’ de sustentabilidade”, alerta Bruno Pereira, professor do Núcleo de Estudos de Embalagens da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Eloísa Garcia, engenheira de produção do Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos da Secretaria de Agricultura de São Paulo (CETEA), concorda com o pesquisador. Para ela, a cautela é a melhor dica quando se trata de passar receitas ecológicas sobre embalagens feitas de materiais biodegradáveis, renováveis ou recicláveis.
A afirmação de Eloísa ganha respaldo na opinião de outra especialista da área, Silvia Rolim, engenheira química e assessora técnica da Plastivida Instituto Sócioambiental dos Plásticos, uma organização de referência nacional no que diz respeito a assuntos ligados ao plástico. “O título biodegradável não garante nada para absolutamente ninguém”, alerta ela. “O descarte de forma inadequada do plástico biodegradável pode torná-lo tão nocivo para o meio ambiente quanto o convencional”, explica.
No entanto, os especialistas valorizam o vanguardismo tecnológico que a área de embalagens alimentícias agrega à pesquisa científica. Segundo Eloísa, o setor vem conquistando avanços consideráveis desde os anos 1980. “Antes disso, não havia ainda mercado consumidor que justificasse investimentos financeiros em inovações”, explica.
Assim, o Brasil se tornou um dos grandes destaques mundiais nesse campo. O país é hoje o segundo no ranking de lançamento de novas embalagens por ano, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com dados do Laboratório Global de Embalagem da ESPM, foram mais de 20 mil lançamentos no ano passado, no qual 48% desse total eram voltados para o setor alimentício.
Tecnologia e inovação
Se de um lado ainda há um grande ceticismo ao associar embalagens à sustentabilidade, certo é que a busca por soluções que contemplem o meio ambiente são hoje abraçadas como oportunidades. “Conceitos antigos, porém de ponta, estão finalmente entrando na casa do consumidor. É o caso de pesquisas com materiais feitos à base de etanol”, explica a especialista Eloísa Garcia.
O premiado pote da margarina Cyclus Nutrycell, da transnacional Bunge, por exemplo, é feito com a resina PLA (poli-ácido láctico), obtida a partir da fermentação do amido de milho. Segundo o fabricante, o produto se degrada em 180 dias, desde que em condições adequadas de compostagem, e não contamina o solo. A caixinha foi recebida com tão bons olhos que, em 2009, conquistou o prêmio máximo da World Packaging Organization (WPO – entidade mundial do setor). No Brasil, faturou as premiações da revista especializada Embanews e da Associação Brasileira de Embalagem (Abre).
O fato de uma embalagem do setor alimentício ter esse destaque todo pode não soar como nenhuma surpresa para quem é do ramo. Afinal, junto com as bebidas, os alimentos respondem por 60% de todos os invólucros disponíveis no mercado mundial. Devido às peculiaridades de seus produtos, como risco de contaminação e prazo de validade relativamente curto, essa indústria teve que correr atrás da grande sofisticação tecnológica que hoje detém. O resultado é que, na área de empacotamento, esse setor é referência para todos os outros.
Oportunidades e ações
Esses avanços todos e os benefícios que os acompanham não acabam com um dos maiores problemas causados em consequência do grande uso de embalagens pela sociedade contemporânea, e apontado no início dessa reportagem: o lixo.
No Brasil, são produzidos diariamente 240 mil toneladas de resíduos sólidos. Pouco mais da metade desse volume vem dos domicílios. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, as embalagens respondem por um terço de todo o lixo doméstico. Mas talvez a pior informação vinda desse cenário desolador esteja relacionada ao descarte de todo esse material. Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que metade dos centros urbanos ainda deposita esses resíduos em lixões, espaços com pouco ou nenhum cuidado ambiental, e menos de 50% deles possuem programas de coleta seletiva, utilizando apenas 10% do potencial do mercado da reciclagem. Em resumo, o país joga muito dinheiro fora.
Apesar dos dados pouco animadores, o poder público e a iniciativa privada buscam, aparentemente, formas de solucionar o problema. Uma delas é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ainda em fase de regulamentação, a lei obriga todos os municípios a criarem programas de destinação correta do lixo, no prazo de quatro anos.
Para Eloísa Garcia, do CETEA, as ações previstas na PNRS, além de ajudar a resolver a questão do descarte, também contribuirão para que se reduzam imperativamente as emissões de gases do efeito estufa dos aterros e lixões.
Com relação ao mundo corporativo, as empresas mostram cada vez mais preocupação com todas as etapas do ciclo de vida de uma embalagem. Vale destacar as ações da Tetra Pack para reciclar suas famosas caixinhas longa-vida. Recentemente, a empresa desenvolveu uma técnica inovadora para a separação dos três elementos que a compõem: papel, plástico e alumínio. A empresa também é responsável pelo hotsite Rota da Reciclagem [www.rotadareciclagem.com.br/index.html], que oferece informações úteis sobre coleta, reciclagem e educação ambiental.
O recado da sustentabilidade já foi assimilado também por outros dois grandes players do varejo mundial: o Carrefour e o Walmart. “Os produtos de nossa marca virão embalados com dicas de sustentabilidade, que estejam ligadas ao cotidiano do consumidor, para que ele faça compras cada vez mais consciente”, afirma Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade do Carrefour no Brasil. Na Europa, a rede de supermercados utiliza um design diferenciado em suas embalagens, que reduz o volume e o peso do produto, tornando-o, de acordo com a companhia, ainda mais sustentável.
Já o Walmart Brasil não apenas tem implementado a eficiência energética e a ecologia em suas lojas, mas também tem programas voltados às cadeias de produtos que distribui, envolvendo seus grandes fornecedores. O Programa “End to End – Sustentabilidade de Ponta a Ponta”, implantado em janeiro de 2010, contou com a adesão de empresas como 3M, Cargill, Colgate, Coca-Cola, J&J, Nestlé, Pepsico, Procter e Unilever.
O conjunto de fornecedores representa mais de 40% do que é vendido nas lojas da rede. Com esse programa, a marca quer influenciar mudanças a partir das compras do dia a dia de seus clientes, propondo mudanças simples em produtos (da matéria-prima ao descarte) que resultem em grandes transformações pela preservação dos recursos naturais, o que inclui a adoção de metas globais nos pilares do clima, da energia, dos resíduos e dos produtos.
Informação e consumidor bem embalados
Porém, as embalagens devem ser percebidas de maneira global dentro dos processos produtivos de diferentes cadeias industriais. “A embalagem é uma ferramenta de otimização do todo, e não deve ser vista apenas sob a ótica da minimização de impactos de resíduos”, acredita Bruno Pereira. O pacote de um alimento importa desde a sua conservação até seu transporte, tornando-se, nas prateleiras do varejo, uma ferramenta de comunicação e de educação para a sustentabilidade. “Não queremos uma embalagem de menor impacto ambiental, mas de maior impacto para a sustentabilidade ao longo de todas as cadeias produtivas”, equaciona o especialista da ESPM.
Para Silvia Dias, jornalista da área de sustentabilidade corporativa, as empresas são grandes responsáveis pelo trabalho de transformar informação em educação. “Qualquer profissional de marketing sabe que o principal canal de comunicação com o consumidor é a embalagem do produto. Ela comunica valores, percepções, emoções e também informações concretas, tais como nome e endereço do fabricante, composição química ou nutricional, canais de contato com o atendimento ao consumidor, etc. Mas se você prestar atenção verá que ela comunica outra coisa: o compromisso da empresa com a sustentabilidade”, argumenta.
Mas tanto Eloísa Garcia, a pesquisadora de tecnologia, quanto Bruno Pereira, o pesquisador de marketing e sustentabilidade, acreditam que nem tudo o que “parece sustentável” chegará a ser. E, por isso mesmo, a educação do consumidor-cidadão é o elo a ser trabalhado daqui para frente. “O esforço deve ser conjunto, afinal, sustentabilidade é um conceito fácil de ser entendido, mas complexo de ser aplicado no cotidiano”, afirma o professor Pereira. Para ele, a gestão coordenada do problema, com visão sistêmica das cadeias de produção e consumo são chaves para a mudança de paradigmas em favor da sustentabilidade.


Por Isabel Gnaccarini
Fonte: Sesi (Publicado em 05/05/2011)




11/05/2011 - Quando se fala em sustentabilidade, as embalagens são frequentemente vistas como grandes vilãs. Não é para menos. Só para citar o caso do plástico, das cerca de 250 milhões de toneladas produzidas no mundo desse material, aproximadamente 37% delas servem para embalar, empacotar, envolver ou transportar os bens de consumo. Depois do uso, vem o descarte, e então milhões de sacos, pacotes, invólucros viram lixo, poluindo cidades, campos e mares, prejudicando assim a vida de inúmeros seres vivos, inclusive a do próprio homem.