sábado, 23 de abril de 2011

São Paulo pode dobrar suas emissões de CO2 até 2035

São Paulo pode dobrar suas emissões de CO2 até 2035




Em setembro de 2009 o estado de São Paulo criou uma lei para o combate ao aquecimento global. A lei é bem ambiciosa e quer que até 2020 as emissões de gases que causam o efeito estufa sejam reduzidas em até 20% comparados aos níveis de 2005. Mas como essa meta será atingida?

Não será nada fácil, o governo também sabe. Entre outros fatores pessimistas, há a previsão de que o dióxido de carbono gerado em 2005 deve crescer 55% até 2020 e passar do dobro em 2035. As estimativas estão todas no estudo Matriz Energética do Estado de São Paulo – 2035, da Secretaria de Energia estadual.



Boa parte desse crescimento será por conta da frota de automóveis, que bate recordes de vendas a cada novo ano. Por isso, o pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp, Sérgio Valdir Balay, acha que precisamos de novas politicas para a redução de emissões e “caso o estado queiram mesmo cumprir a lei, terá de tomar medidas ousadas e mexer com hábito das pessoas.” Numa entrevista, Balay disse que “Precisaríamos reduzir o uso dos automóveis, já que o transporte é o maior responsável pelas emissões. As grandes empresas e o próprio Poder Público também teriam que reduzir suas emissões.”



Para ele, 20% de queda nas emissões ainda é possível, mas ele diz que as metas não foram pensadas levando os devidos critérios.



A Secretaria do Meio Ambiente diz, em nota, que a meta de 20% de redução vai continuar e que sua meta é baseada em modelo matemático.



Politicagem ou ciência, o fato é que o governo não pode parar de trabalhar para ficar dentro da meta.



Quase metade da Amazônia no país é área de preservação

Quase metade da Amazônia no país é área de preservação




São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011

autoria e fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2304201101.htm


Levantamento feito por ONGs indica que, ainda assim, esses locais têm fiscalização precária e falta de pessoal



Extensão protegida na floresta amazônica é equivalente a pouco mais de um quarto de todas as terras do Brasil



Ayrton Vignola/Folhapress

Mesmo com mais de 50% de seu território protegido, Pará é o campeão no desmatamento



Autor: REINALDO JOSÉ LOPES

EDITOR DE CIÊNCIA



Quase metade da Amazônia brasileira pertence hoje à categoria de área protegida por lei contra a devastação, embora essas reservas ainda sofram com gestão precária e com a falta de pessoal para monitorá-las.

Essa dicotomia entre copo meio cheio e meio vazio talvez seja a principal mensagem de um dos mais abrangentes relatórios sobre as áreas protegidas amazônicas, que acaba de ser publicado pelo ISA (Instituto Socioambiental) e pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

Somando terras indígenas e os dois principais tipos de unidades de conservação (as de proteção integral, cujo nome já diz tudo, e as de uso sustentável, nas quais é possível a extração controlada de madeira, por exemplo), 43,9% do território amazônico está protegido.

É pouco mais do que um quarto de todas as terras do Brasil. E, no caso de alguns Estados, a proporção é ainda mais expressiva: Amapá, Roraima, Pará e Amazonas possuem mais da metade de seu território nessa categoria.

A inclusão das terras indígenas na conta faz um bocado de sentido, embora os povos que habitam tradicionalmente essas áreas tenham o direito de caçar e pescar nelas, por exemplo.

Vários levantamentos apontam que formalizar a posse de certas áreas por seus habitantes nativos é uma excelente maneira de evitar o desmatamento nelas.

E, de fato, a taxa de desmate de 1998 a 2009 é a menor nas terras indígenas: cerca de 1,5% da área.

Em unidades de conservação integral, como parques nacionais, esse número no mesmo período foi de 2,1%. Terras indígenas e unidades de conservação contribuem de modo quase parelho para o número total de áreas protegidas na Amazônia.



BOM NO PAPEL

Eis, aliás, outra conclusão clara do trabalho: a definição de uma região como área protegida tem um efeito relativamente fácil de medir sobre o avanço do desmatamento. Basta dizer que a perda de florestas nas áreas protegidas em uma década, cerca de 12 mil km², foi semelhante ao que se desmatou na Amazônia toda em apenas um ano, o de 2008 "" que na verdade foi um dos menos devastadores do período.

É claro que é necessário fazer algumas ressalvas a isso.

Certas áreas protegidas são criadas em locais remotos, onde há pouca pressão da fronteira agrícola, por exemplo. Mesmo assim, trata-se de um fenômeno conhecido e esperado, o dos "paper parks" (parques de papel).

A ideia é que a simples canetada criando uma reserva já é capaz de dissuadir, em parte, a ação de desmatadores ilegais. Mas são mesmo parques de papel? Em muitos casos sim, indica a pesquisa.

Veja-se o caso das unidades de conservação. Nelas, a média de funcionários alocados é de uma pessoa para cada 1.871 km² de Amazônia ""ou mais do que todo o município de São Paulo para um único sujeito monitorar.

Do mesmo modo, hoje só há um plano de manejo aprovado oficialmente para metade dessas unidades de conservação.

É o plano de manejo que vai definir como as unidades vão funcionar, e é especialmente importante nas de uso sustentável, pois determina quantas árvores de que idade podem ser cortadas, quais frutos podem ser coletados, entre outras formas de usar a floresta sem destruí-la.

O relatório foi coordenado por Adalberto Veríssimo e Mariana Vedoveto, do Imazon, e por Alicia Rolla e Silvia de Melo Futada, do ISA.





Campanha "siga a caçamba": Entulho do São Vito vai virar base para asfalto na periferia

Entulho do São Vito vai virar base para asfalto na periferia

 

Autoria: VANESSA CORREA

DE SÃO PAULO



Restam só uns poucos andares dos edifícios São Vito e Mercúrio em pé, e a paisagem no lugar já mudou. Do Mercado Municipal, em frente, já se pode até avistar o Brás e parte da zona leste.

Mas os restos de demolição dos treme-tremes vão chegar mais longe, tão longe quanto ao Jaçanã, bairro do extremo norte de São Paulo.

É que as 60 toneladas de entulho geradas com a derrubada dos prédios -onde chegaram a morar mais de 3.000 pessoas- serão usados na pavimentação de 30 km de vias da periferia, em que o chão ainda é de terra batida.

Bairros como Perus e Freguesia do Ó (zona norte), São Mateus e Guaianases (zona leste), Cidade Ademar e Campo Limpo (zona sul), e Butantã (zona oeste) receberão os restos da demolição.

O entulho, depois de separado de materiais como vergalhões de ferro e portas, vai servir de base para o asfalto, substituindo a pedra britada.

A prefeitura estima poupar R$ 3 milhões na pavimentação dessas vias pela redução de 30% nos custos com material. A demolição custou cerca de R$ 4 milhões, aí incluída a trituração do entulho.

A demolição dos edifícios integra projeto de revitalização da região central. No local, a prefeitura prevê um anexo do Mercadão, com uma escola de gastronomia.

Estuda-se ainda construir uma garagem subterrânea. As vagas de estacionamento são aguardadas ansiosamente pelo pessoal do Mercadão.

"Já pensou um passarela direto do estacionamento para cá?", sonha Carlos Machado, 58, do Frutas Mazzeto.

"Os dois estacionamentos que a gente tem no mercado acabam sendo usados pelo pessoal que vai na 25 [de Março] fazer compras. Então não comporta todo mundo", reclama Fábio Mendonça, do empório Família Mendonça.

Segundo os comerciantes, os clientes se queixam da falta de vagas e do preço dos estacionamentos da região; a hora chega a custar R$ 15.




Siga a caçamba até o destino final!


Acordo prevê fim de sacola plástica em mercados de SP

Acordo prevê fim de sacola plástica em mercados de SP


23/04/2011 - 05h00



DE SÃO PAULO





Governo de SP fez acordo com supermercados de SP para banir o uso de sacolas plásticas


São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011



Sacola ecológica será vendida a R$ 0,19






Embalagens feitas de amido de milho se decompõem no ambiente em 2 meses; cobrança visa desestimular consumo



Extinção do uso de sacolas no Estado de SP é fruto de acordo e não tem força de lei; feiras e lojas estão fora



TONI SCIARRETTA

ENVIADO ESPECIAL A COMANDATUBA



Acordo entre o governo de São Paulo e supermercados prevê o fim do uso de sacolas plásticas até o fim do ano no Estado. A campanha será oficializada em maio, na feira anual da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

A extinção das sacolas plásticas, que demoram mais de cem anos para se decompor no ambiente, foi acertada entre o governo paulista, as grandes redes supermercadistas -Pão de Açúcar/Extra, Carrefour e Walmart, que têm 35% do setor no Estado- e também as redes pequenas.

São Paulo deverá ser o primeiro Estado do país a banir as sacolas plásticas -já há iniciativas assim em grandes cidades do país.

A medida, entretanto, não tem força de lei e é fruto de um acordo do governo com os supermercados. Feiras e lojas, por exemplo, poderão continuar a dar sacolas plásticas aos clientes.

A partir da data da feira da Apas, os estabelecimentos terão seis meses para deixar de distribuir as sacolas.

Juntamente com as garrafas do tipo PET (usadas em refrigerantes), as sacolinhas são os maiores poluentes de rios e de mananciais no país.

As sacolas plásticas serão substituídas por embalagens ecológicas, confeccionadas com uma espécie de "plástico verde" biodegradável de amido de milho. O material se decompõe em até dois meses. "É um material comestível. Seu filho vai poder comer a sacola", disse João Galassi, presidente da Apas, em tom de brincadeira.



ALTERNATIVAS

Cada sacolinha de milho custará R$ 0,19 -preço de custo- e será vendida nos caixas. A ideia é que a cobrança pelas embalagens diminua a sua utilização. Além da "sacola comestível", os supermercados venderão sacolas retornáveis de pano com a grife de entidades assistenciais, a R$ 1,80.

"Vamos incentivar entidades assistenciais e ONGs a fazer suas sacolinhas retornáveis. Os supermercados também vão comprar essas sacolas para vender no caixa." As caixas de papelão, nas quais o varejista recebe os produtos da indústria, também serão disponibilizadas aos clientes, prática que atualmente já acontece em alguns estabelecimentos.

Antes de levar o programa a todo o Estado, os supermercados testaram o programa em Jundiaí (58 km de SP). A substituição teve forte apoio popular e tirou de circulação 132 milhões de unidades em seis meses, o equivalente a 480 toneladas de plástico.

Estima-se que os brasileiros consumam 12 bilhões de sacolas por ano -média de 63 unidades por habitante.



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Com GUILHERME CHAMMAS, colaboração para a Folha



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O jornalista TONI SCIARRETTA viaja a convite da Lide (Grupo de Líderes Empresariais)