segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"TSUNAMI" EM SÃO PAULO: IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO, LIXO, DESMATAMENTO, CÓRREGOS CANALIZADOS....

Começo do verão traz chuva e destruição para São Paulo:


http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1707/comeco_do_verao_traz_chuva_e_destruicao_para_sao_paulo/
 

Córregos cheios de lixo transbordaram na zona sul de São Paulo e a força das águas carregaram o que havia pela frente. (Foto:Carlos Humberto Basilio Rodrigues/VC no G1)






O verão começou oficialmente às 21h38 da última terça-feira (21) e com ele vieram também os intensos temporais, que já atingiram diversos estados brasileiros. A cidade de São Paulo sentiu os reflexos das chuvas desde o primeiro dia da nova estação.




A cidade deu boas vindas ao verão, porém adormeceu em estado de alerta. A chuva forte que caiu na região sul causou enchentes, erosões e acidentes. Os bairros mais afetados estão próximos à represa do Guarapiranga e à estrada que leva ao município de Itapecerica da Serra.



Em entrevista concedida na última semana ao portal Terra, a relatora especial para o Direito à Moradia da Organização das Nações Unidas (ONU), Raquel Rolnik, explicou quais são as principais causas para esses acidentes típicos de épocas chuvosas e apontou quais seriam as possíveis soluções.



Segundo ela, seria impossível exterminar por completo os problemas decorrentes dos alagamentos na cidade de São Paulo. No entanto, por ser uma cidade rica – a maior da América Latina, com 10,66 milhões de habitantes –, seria possível investir em ações e projetos que minimizariam com sucesso os desastres.



A primeira sugestão é algo que já está sendo implantado na cidade pela Defesa Civil, que é um sistema que avisa os moradores das áreas de risco sobre as chuvas para que eles possam buscar abrigos seguros antes de algum acidente acontecer. Essa não é uma solução, mas sim uma medida preventiva que pode impedir diversas mortes.



Outro fator importante é a preservação da vegetação e cuidado com as margens dos mananciais. Esse é um dos pontos de maior dificuldade em uma cidade como São Paulo, que cresceu tanto em tão pouco tempo. Por causa da falta de estrutura e de moradia adequada, muitas pessoas constroem casas e comunidades em áreas que deveriam ser protegidas. As consequências disso são diversas e vão desde o desmatamento da vegetação nativa brasileira, até incontáveis mortes.



Quando a capital paulista amanheceu nesta quarta-feira (22), alguns bairros viam cenas de destruição e pessoas choravam por terem perdido bens ou parentes em meio às águas que invadiram algumas ruas da cidade. Na zona sul, onde os estragos foram maiores, córregos cheios de lixo transbordaram e a força das águas carregaram o que havia pela frente. Não foi preciso chover por muito tempo para que a capacidade dos bueiros da região chegasse ao seu limite. Além disso, muitas dessas entradas para as galerias subterrâneas estavam entupidas com resíduos descartados pela própria população.



Mesmo com legislações que punem o descarte irregular de lixo em São Paulo, ainda é possível encontrar resíduos de todos os tipos depositados em calçadas ou próximo aos córregos, principalmente em regiões periféricas, onde às vezes a fiscalização se torna menos efetiva. O verão está começando, as chuvas também e sem conscientização e melhorias nas estruturas, o resultado pode continuar sendo o que se viu nesta manhã: destruição.



Por Thaís Teisen - Redação CicloVivo




São Paulo tem ao menos 420 áreas com risco de deslizamento



http://www.seam.org.br/noticia.asp?idg=58



Apenas as subprefeituras da Sé, Pinheiros, Vila Mariana, Santo Amaro e Mooca não registram ocorrências



AE
10/12/2010 09:53



A cidade de São Paulo tem hoje mapeadas cerca de 420 áreas de risco geológico, espalhadas em 26 das 31 subprefeituras - só estão de fora desse grupo Sé, Pinheiros, Vila Mariana, Santo Amaro e Mooca. São esses os primeiros dados surgidos a partir do mapeamento encomendado pela Prefeitura ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).



O trabalho, em fase final de elaboração, começou a ser feito há um ano. Nesse período, uma equipe formada por quatro geólogos e geógrafos do Laboratório de Riscos Ambientais do IPT percorreu favelas, encostas e margens de córregos para inspecionar a condição dos terrenos. As áreas foram classificadas em quatro níveis - muito alto, alto, médio e baixo -, de acordo com o risco de escorregamento. Com cerca de 10 mil páginas, esse é o mais amplo relatório sobre áreas de risco já produzido no País.



O fato de o mapeamento estar restringido a 420 pontos não significa que a capital paulista tenha apenas esse número de áreas de risco. Esse foi o universo indicado pelos técnicos da prefeitura como prioritário. Acredita-se, contudo, que o trabalho tenha coberto parcela significativa das áreas de risco existentes na capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.