segunda-feira, 29 de março de 2010

Ambiental Expo - Feira Internacional de Equipamentos e Soluções para o Meio Ambiente, será realizada de 27 a 29 de abril de 2010

A Ambiental Expo - Feira Internacional de Equipamentos e Soluções para o Meio Ambiente, será realizada de 27 a 29 de abril de 2010, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Promovida e organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado em parceria com a ABDIB - Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base, a Feira terá a presença de 100 empresas e a visitação de 9 mil visitantes dos setores público e privado para realizar negócios.




A Ambiental Expo é o evento mais abrangente realizado no Brasil e o único que aproxima os setores privados e governamentais engajados no desenvolvimento sustentável. Os principais diferenciais do evento são a qualidade de seus expositores, as novidades apresentadas e o conhecimento gerado no congresso.

http://www.ambientalexpo.com.br/

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fórum Estadual de Câmara Técnica de Saúde Pública - Subsídios para a Legislação Nacional de Água para Consumo Humano

A Dra. Gisela de Aragão Umbuzeiro asseverou durante a sua brilhante palestra.

Base para derivação de critérios de potabilidade de água de um País:

  • Regras claras e definidas;
  • Fundamentação técnica;
  • Dados confiáveis e atuais;
  • Transparência (ensinar);
  • Documentação;
  • Exequibilidade;
  • E por fim, bom senso.
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Daí, entendo que para o desenvolvimento do trabalho de uso racional ou reuso de água nos parques urbanos, requer a mesma cautela.

segunda-feira, 22 de março de 2010

22 de março - dia mundial da água?

Dia 22 de março dia mundial da água?

Apesar da Terra dispor de uma enorme quantidade de água, quase 97% é constituída por água salgada dos mares e oceanos e cerca de 2% dela está congelada em geleiras e na camada de gelo que recobre as regiões polares. Logo, somente a fração restante, ou 1%, está efetivamente disponível para o consumo humano, a irrigação e o uso industrial. É sobre essa pequena parte que está-se debatendo os problemas oriundos da escassez, da poluição e do mau uso da água. http://www.institutoaqualung.com.br/info_agua_pressao50.html

Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água":


1.- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.

2.- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.




3.- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.





4.- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.






5.- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.




6.- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.


7.- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8.- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

9.- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

10.- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.


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Um pouco de nostalgia...




Cresci na década de 60 numa área de mananciais, próxima à represa Billings entre Diadema e Eldorado. Havia muitas nascentes e identificar a água potável era simples: presença de taboa, peixes e besouro aquático que “circulava” na superfície d’água chamado “mãe d’água”(Cientificamente, a Mãe d’ Água é um coleóptero aquático, pertencente á família Dytiscidae, do gênero Megadytes e pesquisadores usam esses insetos como bio-indicadores em estudos de qualidade de água).

Inclusive, na área da mata chovia muito, pois “atraía” as nuvens e a garoa.

Tudo isso acabou!



Hoje, só nos resta brindar com água mineral num parque urbano!



Em 1999, perguntei ao prof. da Universidade de Tokyo como saber se o desenvolvimento é sustentável e ele me respondeu:



De tempos, em tempos:

Se você é um arquiteto urbanista, volte à mata e observe a natureza;

Se você é um engenheiro naval, volte a observar os peixes;

Foto: Parques Sustentáveis

Se você é um engenheiro aeronáutico, volte a observar os pássaros;

Se tudo isso ainda for possível, o desenvolvimento é sustentável.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos

Na Semana da Água, Brasil revisa Plano Nacional de Recursos Hídricos

17/03/2010 18:25 - Portal Brasil





Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de março), o Brasil vai começar a revisar o atual Plano Nacional de Recursos Hídricos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (17) pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).



Segundo o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Silvano Silvério da Costa, o trabalho terá a participação da Agência Nacional de Águas (ANA) e da sociedade civil. De acordo com Costa, nos últimos anos, o país tem priorizado ações no setor e a água deixou de ser vista apenas como um recurso natural.



“O Brasil é o único país das Américas a cumprir a meta de, até 2005, ter criado esse plano. É um instrumento que pretende influenciar todas as políticas setoriais - indústria, agropecuária, turismo, energia –, um conjunto de metas que possa ser referência para os planos setoriais”, disse, durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.



Na reunião, o diretor da ANA, Paulo Varella, afirmou que o Brasil, por ser reconhecido como “país das águas”, tem maior responsabilidade e precisa se preparar para enfrentar o desafio de preservação. Ele elogiou a atual legislação e a perspectiva de uma gestão integrada, descentralizada e participativa.



Representando a sociedade civil, o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, avaliou que ainda é preciso avançar muito e lutar para que as margens dos rios, por exemplo, se tornem um dos maiores patrimônios da sociedade brasileira.

“Rios são o termômetro da cidade, sabemos se há doença, mau uso. Se conseguirmos traduzir para a sociedade uma ação socioambiental de recuperação dos rios, vamos fazer uma gestão eficiente de água. A participação da sociedade é determinante”, destacou.







Amazônia



Na Amazônia, região que concentra as maiores reservas de água do planeta, o Dia Mundial da Água será comemorado com vários eventos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa-MCT). Em parceria com o Centro Cultural Thiago de Melo, o Inpa promove nesta quinta-feira (18) um ciclo de palestras sobre o tema.



O evento será realizado no auditório do Centro Cultural, Zona Norte de Manaus, de 8h30 às 18h. A atividade é pedagógica e reunirá um grupo de oito pesquisadores do Inpa, que apresentarão temas envolvendo a questão da água e suas peculiaridades na região amazônica para estudantes, professores, lideranças comunitárias.



Para o funcionário do Centro Cultural Thiago de Melo, Fernando Ramos, a discussão da temática junto à comunidade é importante para a preservação da água. “Acreditamos que é preciso maior discussão sobre a importância e preservação deste bem tão fundamental para a







Fonte:

Ministério da Ciência e Tecnologia

Agência Brasil





Análise das águas das fontes alternativas 4

As águas dos córregos Pedra Azul e Jurubatuba não são são os únicos contribuintes (afluentes) do lago do Parque da Aclimação.

 Antes do tratamento


 Depois do tratamento da SABESP


Vista geral do lago do Parque da Aclimação

Pomáceas e desova. Não são apenas alimentos das aves, corrigem o pH da água para neutro (7). 


Existem muitas nascentes no Parque da Aclimação que também contribuem para abastecimento do lago e que poderão ser utilizadas para usos menos nobres



Coleta de amostra da água da "bica" existente

Detalhe da "bica"

Nascente junto à pista de cooper

Outra nascente sem nome que poderá ser "batizada"

terça-feira, 16 de março de 2010

Análise da água das fontes alternativas 3

Fizemos a coleta de amostra de água das nascentes do Parque Urbano do Carmo na ZL da Capital.



Água das nascentes que serão aproveitadas em breve...


 Existem 10 nascentes no parque ainda sem nome...


Poderão ser "batizadas" pelo conselho gestor do parque




segunda-feira, 15 de março de 2010

A análise da água das fontes alternativas 2

Coletamos amostras das fontes alternativas de água do Parque CEMUCAM, em Cotia.


Poço desativado



A água poderá ser utilizada para irrigação do viveiro

sábado, 13 de março de 2010

É viável instalar banheiros holandeses - "fraldões" em eventos nos parques municipais?

publicado em 19/02/2010 às 15h46: R7 entretenimento.


Banheiros holandeses recolhem 14 mil litros de xixi em quatro horas em Ipanema

“Fraldões” foram usados experimentalmente e voltam no fim de semana no Rio

do R7, no RioFonte:


Foto por Deisi Rezende/Agência O Dia/Agência Estado

Banheiros públicos holandeses foram instalados experimentalmente no Carnaval de rua do Rio para diminuir filas dos banheiros químicos.

Os polêmicos banheiros holandeses instalados pela Prefeitura do Rio de Janeiro durante o Carnaval deste ano, apelidados de “fraldões” por causa de uma portinhola que esconde parte do corpo do usuário, serão instalados novamente neste fim de semana de encerramento da folia. Só em Ipanema, na zona sul carioca, durante a passagem do bloco Simpatia é Quase Amor no domingo (14), dez desse banheiros “captaram” 14 mil litros de urina em quatro horas. A prefeitura fez a medição experimentalmente somente em um bloco.

Foram distribuídos pela orla da zona sul, centro e no Sambódromo 30 banheiros cedidos pela empresa holandesa Patent7000, criadora do mictório, para que a prefeitura testasse a eficiência do equipamento. Cada equipamento tem quatro divisórias e capacidade para 450 litros de urina -1.500 utilizações- e pesa 85 kg. O próprio caminhão que faz o reboque do equipamento pode esvaziar a urina no sistema de esgoto.
O banheiro não pode ser chamado de químico, já que não há uso de nenhum produto onde os dejetos ficam depositados. No site da empresa, os banheiros instalados no Rio são os únicos que aparecem com as portinhas que escondem da cintura até aproximadamente a altura do joelho. O modelo convencional do mictório não tem portas, que são apresentadas pela empresa como “acessório” opcional.



Cerca de 4.400 banheiros químicos foram distribuídos pela cidade no Carnaval. A prefeitura alugou somente 400 desse montante, o restante foi cedido pela companhia de cerveja patrocinadora do Carnaval de rua. O volume de banheiros foi insuficiente para os três milhões de foliões espalhados em 500 blocos. As filas eram imensas e o mau cheiro constante.
A RioTur (empresa municipal de turismo), responsável pela organização do Carnaval, ainda não informou se os novos banheiros serão incorporados à festa do próximo ao ou mesmo em outros eventos da cidade.

Link para esta página espalhe por aí:

http://www.r7.com/carnaval2010/noticias/rio-de-janeiro/banheiros-holandeses-recolhem-14-mil-litros-de-xixi-em-quatro-horas-em-ipanema-20100219.html




sexta-feira, 12 de março de 2010

Arquitetura sustentável é tema de visita de arquiteto japonês Mitsuru Senda, ícone mundial da arquitetura sustentável

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP convida no dia 18/03/10 o arquiteto japonês Mitsuru Senda para ministrar a palestra "Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta".

Fundador e presidente do Environment Design Institute (EDI), Mitsuru Senda, que está em viagem no Brasil, falará sobre os projetos de arquitetura e design ambiental, suas especialidades. Criado em 1968, quando Senda tinha apenas 26 anos, o arquiteto preferiu nomear sua empresa como instituto e não como um escritório convencional, já prevendo a necessidade de um comprometimento maior dos profissionais do ramo com os problemas globais.
Presidente da Association for Children Environment, Senda também mostrará os projetos de seu escritório (http://www.ms-edi.co.jp/e_index.html), especializado em projetos de espaços públicos (Wanpaku Park), esportivos e especialmente, espaços para o lazer e recreação infantil.

O evento ocorre das 12 às 14 horas no auditório da FAU (Rua do Lago, 876, Cidade Universitária, São Paulo). A entrada é gratuita e as inscrições devem ser feitas pelo email info@fjsp.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
A palestra será ministrada em japonês com tradução consecutiva.


Mais informações: (11) 3141-0110, site http://www.fjsp.org.br/
 
http://www4.usp.br/index.php/meio-ambiente/18535-arquitetura-sustentavel-e-t


quinta-feira, 11 de março de 2010

Propostas de critérios/parâmetros de um parque sustentável.

SELO VERDE: A UTILIZAÇÃO DE UM INSTRUMENTO BALIZADOR MAIS SUSTENTÁVEL PARA OS PARQUES DE SÃO PAULO




Pouco mais de duas décadas atrás, as Nações Unidas encarregaram-se de formar uma comissão internacional presidida pela ex-Primeira Ministra da Noruega, Sra. Gro Harlem Brundtland, para efetuar amplo estudo a respeito dos problemas globais de meio ambiente e desenvolvimento, tendo como resultado, a publicação, o “Nosso Futuro Comum” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991) mais conhecido por Relatório Brundtland. Este Relatório, no qual foi caracterizado o conceito de desenvolvimento sustentável e inserido definitivamente o termo na agenda política internacional, conceituou como sustentável, o modelo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.



Majoritariamente, os problemas atuais do desenvolvimento, aliados à questão ambiental, encontram-se disseminados por todo o mundo, como o acelerado processo de urbanização, a escassez de água doce e o adequado saneamento ambiental, seus reflexos na saúde, a perda de biodiversidade, o desmatamento acelerado, a crescente poluição, a exploração exacerbada dos recursos naturais, o aumento de catástrofes naturais e as mudanças climáticas globais. Diante desta evolução, o município de São Paulo, atualmente a maior e uma das principais cidades do Brasil e da América do Sul, não poderia estar fora deste processo, a cidade enfrenta problemas socioambientais superlativos e tenta, a elevados custos, mitigar os impactos negativos deste crescimento.



No que se refere a uma política pública de desenvolvimento ambiental, a atual gestão administrativa tem a missão de entregar à população áreas mais saudáveis e de maior qualidade ambiental através da implantação de parques municipais, os quais requalificam a ocupação do solo na cidade, potencializando os serviços ambientais oferecidos por estes espaços.



Ainda que a adoção destas práticas seja de grande valia para a geração de espaços verdes com maior qualidade tanto para a cidade quanto a seus usuários, é fundamental, para a implementação desta política ambiental, a adoção de instrumentos voluntários de gestão ambiental no que se refere a critérios mais sustentáveis, os chamados SELOS VERDES ou SUSTENTÁVEIS para os parques municipais. Estes critérios ou diretrizes devem contemplar aspectos sociais, econômicos e ambientais direcionados a criação dos parques no município de São Paulo em prol de um avanço contínuo da gestão pública ambiental.



Em face a esta discussão, alinhando qualificação do espaço público, práticas de operação das áreas verdes e funções exercidas por esses ecossistemas de forma mais saudável, é essencial acreditarmos que, através destes instrumentos a serem definidos desde a concepção do parque, da sua construção, da escolha de materiais e soluções mais eficientes e de menor impacto ao meio ambiente, da operação e práticas de manutenção dos parques, iremos aprimorar condições de eficiência energética, desempenho ambiental e melhor funcionamento das áreas verdes da cidade.



Portanto, a adoção de uma metodologia de certificação verde para os parques de São Paulo é vital, tanto como uma força motriz para a readequação do segmento da indústria da construção civil a novos conceitos mais eficientes de materiais quanto ao incentivo de outros órgãos municipais pela adoção da certificação verde de suas construções.



Marcelo Caloi Neves

Marcelo Caloi Neves é arquiteto urbanista, funcionário da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, trabalha no Depave 1 junto a equipe do Centro-Oeste na elaboração de novos parques para a região. Em 2008 conclui sua especialização no Instituto de Pesquisas Tecnológicas com o tema de pesquisa Alcances e limites dos instrumentos de avaliação e controle ambiental para o município de São Paulo. Trabalhou anteriormente a SVMA no ICLEI – Sustainability for Local Governments na elaboração de políticas públicas urbanas, Fórum de Mudanças Climáticas e Fábio Feldman Consultoria Ambiental.











A importância da análise da água das fontes alternativas

É preciso examinar e monitorar a qualidade da água para seu uso

Iniciamos com a parceria da equipe da Vigilância em Saúde Ambiental- VIGIAGUA, a análise da água das fontes alternativas (menos dos lagos) nos parques para definir quanto ao seu uso adequado: consumo humano, descarga de sanitários, irrigação, tanques com peixes, lavagem de piso...


Veja o Manual para Orientação - Análise de Água no Instituto Adolfo Lutz http://biblioteca.ial.sp.gov.br/index.php?option=com_remository&Itemid=27&func=startdown&id=314

quarta-feira, 10 de março de 2010

Decidir pelo Uso Racional da Água foi decorrência da reengenharia na questão da economia de água nos parques.

Decidir pelo Uso Racional da Água foi decorrência da reengenharia na questão da economia de água nos parques.



Reengenharia é o ato de repensar e reprojetar de forma radical a estrutura existente. O estudo inicial foi realizado em 2009, e adotei como ferramenta estratégica, o método da curva ABC para identificar os 10(dez) parques que mais consumiam água nos últimos 3 (três)anos, e constatei que representavam entre 70 a 80% do total de gastos de todos os parques. Analisando as contas, verifiquei que não se tratava apenas de consumo de água (esgoto), decorrente de possíveis vazamentos nas instalações hidro-sanitárias como se imaginava, mas havia necessidade de negociar a tarifa diferenciada (desconto de 25%) como grandes consumidores e aderir ao Programa de Uso Racional de Água-PURA da SABESP para substituir aparelhos convencionais por aparelhos modernos com economizadores de água. Notei que há uma defasagem entre a leitura do hidrômetro manual e o vencimento da conta de água de quase dois meses e meio, que dificulta qualquer ação para adotar providencias imediatas para eliminar possíveis vazamentos ou desperdícios. Portanto, para redução de gastos, foi inevitável propor a elaboração de programa de gerenciamento de informações dos parques que possibilite a integração dos dados de todos os setores desde a verificação da leitura dos hidrômetros (telemetria) para calcular o consumo médio real, pagamento de contas (orçamento programa), manutenção, projetos, obras e serviços, educação ambiental, A3P , principalmente, adotar uma atitude sustentável e inovadora sobre o uso racional de água através de fontes alternativas de água disponíveis nos parques para uso menos nobre. Daí a reengenharia para solução do problema não só do consumo de água, mas para redução dos gastos com pagamento de conta de água/esgoto.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Parques sustentáveis

Parques sustentáveis



Até o início da década de setenta, na cidade de São Paulo os parques se integravam à paisagem urbana como uma extensão da própria via pública.

Não havia barreiras ou fronteiras que delimitassem o perímetro dos parques, era muito comum a presença de carros dentro dos parques em passeios ou até mesmo em rotas de caminhos alternativos, trenzinhos estilizados faziam a alegria da garotada nos fins de semana.

A ocupação dos parques por automóveis também se dava em importantes eventos da cidade como: Feira da bondade, Feira do Verde do Ibirapuera, parque que abrigou por um bom tempo, até uma casa noturna de shows de samba do sambista Sargentelli.

Nas tardes de sábado, junto à marquise, havia uma concentração de motociclistas, bugueiros que promoviam pegas e shows de pilotagem assistidos por centenas de jovens que faziam dali seu ponto de encontro.

A partir da metade da década de setenta, tendo como principal justificativa, o aumento da criminalidade e o mau uso destes espaços públicos, principalmente durante o período noturno, os parques da cidade passaram a ser isolados através de grades, acesso controlado e mais tarde a instituição de horários de funcionamento.

Com este preâmbulo fica fácil entender a implantação arquitetônica da maioria dos parques da cidade. Neste contexto, era necessário que os projetos dos parques contemplassem com muita ênfase, o acesso de automóveis em seu interior, daí, o motivo dos seus usuários, hoje, caminharem sobre vias largas, asfaltadas, delimitadas por guias e sarjetas de concreto, iluminadas por postes de mais de oito metros de altura.



Sempre que tenho oportunidade de me pronunciar sobre o perfil que se deve adotar na implantação e readequação dos nossos parques, defendo que o parque deva ser apresentado como equipamento diferenciado, com características próprias e distintas dos outros espaços públicos.

Como seus caminhos e alamedas internas são destinadas à movimentação de pessoas a pé, não existe mais a necessidade de guias e calçadas em desnível, a via toda pode ser um grande passeio, como não andamos sobre rodas, suas curvas também não necessitam de grandes raios de giração.

Sobre os materiais empregados devemos priorizar aqueles que em seus ciclos de vida causam o menor impacto ambiental, como a madeira.

Com o aproveitamento da madeira proveniente de corte e poda das árvores dos próprios parques e vias públicas, de forma a não contribuir para a sua deposição em aterros, é possível suprir demandas de produtos como: postes, piquetes, orlas para caminhos, bolachas para pisos, peças para cercamentos, alambrados, arrimos, degraus e espelhos de pequenas escadas e acessos, guarda-corpos, caramanchões, madeira picada para pisos de trilhas, placas para comunicação visual, lixeiras, tutores e protetores para árvores, bancos, mesas para pic-nic, jogos, cavaletes, brinquedos para playground e equipamentos esportivos.

A madeira de origem legal e não predatória é alternativa ecológica à materiais como: metais, plásticos, compostos de cimento e outros que em sua produção utilizam como fonte de energia, a própria madeira e em seus ciclos de vida, acarretam incomparáveis impactos ambientais.

Longe de representar um retrocesso à construções de baixa qualidade, ao contrário, a idéia é promover o uso da madeira de forma engenheirada e moderna.

Para os pisos de passeios, ciclovias e outros, a pavimentação destes deve ser exemplar, contemplando em sua formulação, o agregado reciclado da construção civil, material já normatizado pela ABNT. Estima-se que somente na região metropolitana são geradas 15mil toneladas /dia de entulho provenientes de obras de construção e reforma.

Em seu cotidiano, o paulistano já convive em demasia com aço, concreto e subprodutos de petróleo. O parque pode se contrapor ao ambiente construído da cidade e servir de modelo para implantação de políticas públicas para:

- Uso racional de água: aproveitamento de águas subterrâneas - a água de chuva que cai sobre a área do parque deve ser infiltrada no solo ou aproveitada para usos não potáveis, da mesma forma os efluentes líquidos de todo o esgoto gerado após ser biodigerido em mini estações de tratamento. Assim se promove a recarga de aquíferos, evita-se a saturação das redes públicas de águas pluviais e esgotos da cidade, minimiza-se o consumo de água tratada e, principalmente, se reduz o potencial de enchentes em regiões mais baixas;

- Eficiência energética: a energia elétrica num parque é essencialmente consumida em sua iluminação - as luminárias instaladas em alturas inferiores a 4 metros têm maior rendimento e não prejudicam a ambientação da fauna;

Lâmpadas econômicas alimentadas por um sistema de coletores solares, posicionados acima das copas das árvores dispensam quilômetros de redes de cabos elétricos.

- Arborização: plantio de arvores em vias públicas e implantação de calçadas verdes no entorno do parque, plantio em ruas adjacentes, promovendo a ligação entre áreas verdes próximas como: parques, reservas, unidades de conservação, praças, etc... que no futuro viessem a se consolidar numa teia de linhas verdes dentro da paisagem urbana;

Emprego de técnicas de permacultura, com manejo de resíduos vegetais em leiras, plantio de espécies frutíferas nativas da região, resgate de consumo de frutas não comercializadas: pitanga, abricó, jenipapo, jambo e outras menos conhecidas pela maioria da população;

- Alimentação saudável: critérios de sustentabilidade e alimentação saudável para a concessão de pontos de vendas de alimentos e bebidas no interior dos parques;

- Incentivo ao Transporte Coletivo: instalação de portões de acesso aos parques o mais próximo de estações de embarque, pontos de parada, corredores de ônibus e outros modais;

- Incentivo ao uso bicicletas: instalação de bicicletários para guarda e locação de bicicletas;

- Separação de resíduos: disposição de resíduos por parte do usuário em lixeiras específicas;

- Incentivo à prática de caminhadas: implantação de “calçadões” no perímetro externo dos parques promovendo uma maior integração do parque com seu entorno.



Por fim, num momento em que se questiona sobre a ocorrência de fenômenos naturais e mudanças climáticas como consequências da atividade humana no planeta, numa cidade como São Paulo os parques, alem do lazer e integração das pessoas com a natureza, podem desempenhar a importante função de modelo para a indução de boas práticas e um modo de vida mais sustentável no ambiente urbano.



Eduardo Coelho e Mello Aulicino




Eduardo Coelho e Mello Aulicino é engenheiro civil, funcionário da Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz da Secretaria do Meio Ambiente do Município de São Paulo, atua na área de Ecoeconomia com ações em: Compras Públicas Sustentáveis, Energias Renováveis e Construção Sustentável.